Curiosidades

Stephen Hawking acreditava que Deus criou o Universo?

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O universo é tudo o que existe fisicamente: a soma do espaço e do tempo e, é claro, as diversas formas de matéria. Como o universo e tudo que o circunda sempre foram um tópico de muita curiosidade, os cientistas não param de estudá-lo. Além disso, grandes mentes da nossa história também têm sua visão sobre ele.

Uma dessas pessoas era Stephen Hawking. O físico teórico faleceu em 2018, aos 76 anos, mas antes disso deixou várias contribuições para a humanidade, como por exemplo, teoremas sobre os buracos negros, que são regiões do espaço que engolem a massa dos outros objetos cósmicos que são atraídos até eles pelo seu campo gravitacional.

Dentre todas as contribuições de Hawking, uma das mais valiosas é a postulação que os buracos negros liberam radiação térmica. Isso quer dizer que, por mais que eles tenham uma força de atração imensa e absorvam sua própria luz, existe uma coisa que escapa deles. Isso foi uma verdadeira revolução na forma como o funcionamento dos buracos negros era visto.

Stephen Hawking

Aventuras na história

O gênio teve várias outras teorias que o deixaram famoso. Além de sua inteligência excepcional, o que chamava muita atenção era o fato de ele estar em uma cadeira de rodas e ser incapaz de falar, comunicando-se por uma voz digital. Isso era consequência da sua grave e rara doença degenerativa, a esclerose lateral amiotrófica, que fazia com que os músculos fossem enrijecendo progressivamente.

E Hawking passou muito da sua expectativa de vida. Em 1964, ele recebeu o diagnóstico e foi dito que teria somente três anos de vida. Contudo, ele viveu mais de 54 anos.

Além disso, algo bastante conhecido do gênio era o fato de ele ser ateu. Logo no começo da vida pública dele, quando ele escreveu o livro “Uma breve história do tempo”, em 1988, Hawking ainda era vago sobre suas crenças pessoais.

“Toda a história da ciência tem sido a compreensão gradual de que os eventos não acontecem de maneira arbitrária, mas refletem uma certa ordem subjacente, que pode ou não ser divinamente inspirada”, disse Hawking em um trecho repercutido pelo USA Today.

Posicionamento

Aventuras na história

No entanto, depois de um tempo, o físico se tornou mais aberto sobre o seu ateísmo. Tanto é que em seu último livro, “Breves Respostas para Grandes Perguntas”, lançado pós sua morte, Hawking até responde à pergunta se Deus existe.

“Eu penso que o universo foi espontaneamente criado do nada, de acordo com as leis da ciência. Se você aceitar, assim como eu, que as leis da natureza são fixas, então não demora muito para se questionar: Qual o papel que existe para Deus?”, refletiu Hawking em uma passagem do livro.

Em 2014, ele também falou muito sobre esse tema em uma palestra que ele deu no Festival Starmus, nas Ilhas Canárias, um arquipélago pertencente à Espanha. Na ocasião, Hawking se posicionou, de forma firme, contra o criacionismo, que prega a ideia de que o universo foi criado por Deus. O que o físico defendia era a conhecida teoria do Big Bang, que tem um grande embasamento científico.

Ainda na palestra, ele disse que “Deus não é suficiente para explicar o surgimento do universo”. “Uma vez Santo Agostinho disse: ‘o que Deus estava fazendo antes de criar o universo? Ele estava preparando o inferno para aqueles que fazem perguntas desse tipo'”, brincou ele.

Universo

Live science

Assim como Hawking, vários cientistas acreditam que o universo foi criado a partir do Big Bang. E em seus trabalhos, eles tentam mapeá-lo por completo. Em novembro do ano passado. astrônomos criaram um novo mapa do universo chamado de Mapa do Universo Observável.

Ele é formado por manchas de luz de cores reais emitidas por mais de 200 mil galáxias e quasares, dentre eles a Via Láctea. Esse mapa no formato de uma fatia oferece somente uma pequena porção de todo o universo observável.

Para fazê-lo, os astrônomos usaram 15 anos de dados coletados pelo Sloan Digital Sky Survey. Ele coleta imagens de galáxias distantes tiradas por um único telescópio no Novo México. Embora esses dados sejam acessíveis apenas para cientistas, os criadores desse mapa conseguiram fazer com que ele ficasse acessível para qualquer pessoa.

“Astrofísicos de todo o mundo analisam esses dados há anos, levando a milhares de artigos científicos e descobertas. Mas ninguém se deu ao trabalho de criar um mapa bonito, cientificamente preciso e acessível a pessoas que não são cientistas”, disse o designer de mapas Brice Ménard, um astrônomo da Universidade Johns Hopkins em Baltimore.

O mapa não mostra somente a grandiosidade do universo, ele também dá um vislumbre no tempo até o início do universo observável. Nele, cada galáxia ou quasar é representado por um único ponto colorido com o comprimento de onda médio da luz que emite.

E conforme o universo se expande, os comprimentos de onda das galáxias distantes se estendem e ficam mais vermelhos. Essa mudança para o vermelho vai se tornando gradualmente azul, depois amarelo, laranja e finalmente para o vermelho nos primeiros oito bilhões de anos da imagem.

Já os quasares são bem mais brilhantes que as galáxias e emitem comprimentos de onda de luz bem mais curtos. Isso quer dizer que, mesmo quando eles são desviados para o vermelho, eles brilham em tons de azul. Entretanto, por volta dos 12 bilhões de anos no mapa, vários pontos vermelhos e laranjas aparecem. Isso quer dizer que, em determinado ponto, até os quasares sucumbem à mudança de cor cósmica.

O mapa também tem uma faixa amarela e azul brilhante que retrata o fundo cósmico de micro-ondas. Ou seja, a radiação do Big Bang é tão antiga que foi estendida em ondas de rádio quando chegou em nosso planeta.

“Estamos acostumados a ver imagens astronômicas mostrando uma galáxia aqui, uma galáxia ali ou talvez um grupo de galáxias. Mas o que este mapa mostra é uma escala muito, muito diferente”, disse Ménard.

Além disso, os pesquisadores esperam que seu mapa consiga ajudar as pessoas a terem um pouco mais de perspectiva cósmica. “Neste mapa, somos apenas uma mancha no fundo, apenas um pixel. E quando digo nós, quero dizer nossa galáxia, a Via Láctea, que tem bilhões de estrelas e planetas”, concluiu Ménard.

Fonte: Aventuras na história,  Live Science

Imagens: Aventuras na história,  Live Science

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