Nossa impressão digital é extremamente importante. É ela que nos torna únicos. E é por conta dessa exclusividade que hoje a utilizamos praticamente para tudo. Os bancos, por exemplo, já a adotaram como forma de identificação. Em épocas de votação, são imprescindíveis. Atualmente, até o desbloqueio de smartphones é feito por uma identificação biométrica. Esses são apenas alguns exemplos do quanto ela é útil e necessária.
Até onde se sabe, nunca foram encontradas duas pessoas no mundo que tivessem a mesma impressão digital. Contudo, um novo estudo usou inteligência artificial para fazer a análise de milhares de impressões digitais e como resultado viu que, na realidade, existem padrões em comum entre elas.
Para fazer a análise desses padrões, os pesquisadores os dividiram em cristas elevadas e sulcos recuados, em outras palavras, as linhas e os espaços. Com isso, eles fizeram a comparação dos padrões das cristas as dividindo em três categorias: voltas, espirais e arcos.
Então a análise é feita por uma característica específica das cristas, a minúcia. Mesmo assim, padrões em comum entre as impressões digitais não foram encontrados.
Isso era uma realidade até o momento. No entanto, esse novo estudo usou a IA para mudar a forma de análise das impressões digitais. Com isso, o resultado foi outro e foi visto que a impressão digital pode sim ter padrões em comum.
Estudo
Para o estudo, a IA foi treinada a partir de um banco de dados públicos dos EUA que tinha aproximadamente 60 mil impressões digitais e 525 mil imagens delas. Com isso, o modelo fez a análise das digitais de uma maneira diferente com um padrão binário que leva em consideração a orientação das cristas, a densidade delas e as minúcias.
Observando as voltas e espirais que formam as cristas perto do centro da digital, a IA pode descobrir que conseguiria encontrar padrões entre as digitais da mesma pessoa se usasse a orientação delas.
Isso mostra que a análise desse primeiro fator é mais confiável do que a densidade das cristas e minúcia, que foi como a análise anterior tinha sido feita.
Outra coisa feita pelo estudo foi testar a IA em diferentes casos. Isso foi feito para confirmar que ela também é eficiente com impressões digitais de gêneros e grupos raciais diferentes.
Impressão digital
Por mais que tenhamos aprendido que a impressão digital de alguém é única, com certeza, alguma vez já pensamos como essa situação é para quem tem um gêmeo idêntico. Até porque, os gêmeos univitelinos se desenvolvem a partir de um mesmo óvulo, que foi fecundado por um único espermatozoide. Assim, a curiosidade a respeito desses irmãos não se limita ao nascimento. Quando os irmãos são idênticos, essa curiosidade ao seu respeito permanece quase que por toda sua vida.
Isso porque, praticamente todos os filmes nos mostraram que gêmeos idênticos conseguem enganar até os próprios pais quando trocam de lugar um com o outro. Então, se você não tem um gêmeo, já deve ter se indagado se será que eles são 100% iguais?
Nesse sentido, essa dúvida não ficou apenas na cabeça de pessoas comuns. No fim dos anos 1980, os médicos e cientistas começaram a reunir evidências suficientes para provar que as impressões digitais de uma pessoa além de serem exclusivas dela, permanecem as mesmas por toda sua vida. Logo, elas são uma forma de identificação bem útil.
Ademais, a possibilidade de duas pessoas terem as mesmas impressões digitais é estimada em menos de uma em 64 bilhões. Portanto, baseando-se nessa possibilidade, os pesquisadores fizeram cálculos e viram que seria preciso mais de um milhão de anos para que duas pessoas com impressões digitais idênticas aparecessem por acaso no banco de dados das impressões da Scotland Yard.
O motivo de isso acontecer é que as impressões digitais sofrem influências tanto dos fatores genéticos como ambientais durante o desenvolvimento no útero. Elas são definidas entre 13 e 19 semanas no processo do desenvolvimento do feto.
Desse modo, os detalhes precisos das espirais, cristas e alças sofrem alterações por vários fatores, como por exemplo, o comprimento do cordão umbilical, posição no útero, pressão sanguínea, nutrição e a taxa de crescimento do dedo. Todos esses fatores podem ficar ainda mais evidentes depois do nascimento com cada bebê tendo seu peso e altura.
Portanto, por mais que os gêmeos idênticos tenham um DNA compartilhado e suas impressões digitais sejam mais parecidas entre si do que a de estranhos, os especialistas forenses e softwares de reconhecimento de última geração conseguem fazer essa diferenciação.
Em conclusão, por mais que os gêmeos sejam idênticos e talvez eles possam até se passar pelo outro em algum momento e as pessoas não repararem, quando o assunto é impressão digital, cada um tem a sua, o que torna impossível a eles trocarem de lugar.
Fonte: Olhar digital, UOL
Imagens: YouTube, Olhar digital