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Técnica feita pela USP de Ribeirão Preto usa ultrassom para reposicionar DIU

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Se uma pessoa não quer ter um filho, hoje em dia existem vários métodos que ela pode usar, seja por preservativo, anticoncepcional, dispositivo intrauterino (DIU), pílula do dia seguinte, entre outras opções. E a ciência está sempre trabalhando para fazer melhorias na vida das pessoas em todos os aspectos, o que não é diferente nesse assunto.

Tanto é que a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da Universidade de São Paulo (SP), desenvolveu uma técnica que usa ultrassom para reposicionar o DIU quando ele foi parcialmente expelido de dentro do útero das pacientes. Essa técnica teve uma taxa de sucesso em mais de 90% dos casos.

De acordo com Carolina Sales Vieira, professora associada do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP e uma das autoras do estudo, essa técnica surgiu da necessidade de os hospitais públicos evitarem gastos com novos dispositivos e também por conta do índice alto de deslocamento quando o DIU é colocado por médicos residentes.

Nova técnica

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Por conta disso a técnica surgiu e pode ajudar os profissionais que ainda estão em treinamento. Além, é claro, de evitar que a paciente precise recorrer a hospitais particulares e tenha mais gastos com as despesas médicas.

“Foi uma saída para melhorar nosso ambiente universitário mesmo; falta de DIU e o médico que está sempre em treinamento, que tem mais erro na inserção; então foi da necessidade que a gente começou a fazer esse procedimento”, disse Carolina.

Para o estudo, os pesquisadores acompanharam 55 mulheres que passaram pelo reposicionamento do DIU com a nova técnica. Os procedimentos foram feitos entre janeiro de 2016 e fevereiro de 2020, durante os seis meses que elas seguiram o procedimento.

Os resultados desse estudo foram publicados mês passado e mostraram que 93% dos casos tiveram um bom resultado no reposicionamento. De todas as 55 participantes, 51 tiveram o DIU reposicionado de forma correta. As outras quatro participantes não conseguiram completar o procedimento por conta de dor.

De acordo com a médica Erciliene Moraes Martins Yamaguti, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP e também uma das autoras do estudo, outro resultado importante do estudo foi que depois de seis meses, 80% dos DIU’s continuaram no lugar certo.

Inserção do DIU

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O DIU é inserido depois de um exame com espéculo, um instrumento também utilizado na coleta do papanicolau, e a limpeza do colo do útero e das paredes vaginais com antisséptico.

Depois disso, o médico prende o colo com uma pinça, coloca um instrumento para medir a cavidade uterina da paciente e insere o DIU. Nesse ponto, ele deve ficar totalmente dentro do útero.

Caso o DIU esteja parcialmente deslocado, as pacientes podem ter sintomas como cólica e sangramento aumentado e prolongado. Se esse deslocamento for confirmado, essa nova técnica da FMRP pode ajudar no seu reposicionamento.

A técnica é indicada para os DIU’s com o braço cervical estendido parcialmente ou totalmente pelo canal cervical, em outras palavras, aqueles que foram parcialmente expelidos. Para saber se isso aconteceu é possível verificar com ultrassom.

Para que esse procedimento seja feito é preciso dois profissionais de saúde. Um deles é responsável pelas imagens do ultrassom e o outro pelo exame ginecológico e o reposicionamento do DIU com a pinça.

Importância do DIU

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Segundo uma pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz, de todas as 24 mil mães em 191 municípios do Brasil, 55% das brasileiras ficaram grávidas sem planejar. Essa porcentagem está acima da média mundial, que é de 40%.

De acordo com Ercilene, atualmente, os métodos contraceptivos mais usados pelas mulheres brasileiras são a pílula anticoncepcional e a laqueadura. No entanto, os métodos contraceptivos reversíveis de longa duração (LARC), como por exemplo o DIU e o implante subcutâneo, podem ser mais seguros e eficazes.

Tanto que, como a médica explica, os LARC têm uma taxa de falha bem pequena, menos de 2%, do que a laqueadura, além de também ajudarem na diminuição do índice de gravidez não planejada. Outro ponto benéfico é que esse método traz benefícios principalmente para grupos vulneráveis, como adolescentes e usuárias de drogas.

Inovação

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Essa nova técnica foi desenvolvida em 2012, na FMRP, pela médica Erciliene e a médica especialista em obstetrícia e ginecologia Paula Martins. O objetivo delas era criar um procedimento que fosse fácil de aprender e que os residentes pudessem fazer.

“O médico não precisa ser expert para aprender, então seria uma técnica altamente reprodutível”, explicou Carolina.

Desde 2016, esse procedimento foi incluído no programa de treinamento em obstetrícia e ginecologia do curso médico da unidade USP. Desde essa época, os pesquisadores acompanharam os procedimentos para fazer análise de resultados.

Fonte: G1

Imagens: G1, Prómais

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