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Telescópio flagra o que pode ser a maior explosão registrada

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Uma equipe de astrônomos identificou uma grande explosão de raios gama, um dos eventos mais energéticos do universo. Primeiramente, o fenômeno foi chamado Swift J1913.1+1946 e era tão intenso que parecia ter acontecido próximo da Terra. 

No entanto, ao rever o fenômeno, eles descobriram que aconteceu a 2,4 bilhões de anos-luz da Terra. Este fenômeno foi considerado um dos eventos mais energéticos já identificados, com energia de até 18 teraelétronvolts (TeV).

“Por estar tão próximo e ser tão energético, este evento significa que a luz de rádio, visível, raios X e gama produzida é extremamente brilhante e, portanto, fácil de observar”, explicou Gemma Anderson, astrônomo e especialista em eventos transientes do Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia (ICRAR), na Austrália. 

O fenômeno recebeu depois o nome “GRB221009A”.

Explosão de raio gama

Foto: Nasa

As explosões de raios gama são fenômenos poderosos que conseguem liberar em alguns segundos toda a energia que o Sol irá produzir em seus 10 bilhões de anos de vida. Essas explosões acontecem quando estrelas massivas chegam ao fim de seus ciclos e explodem em supernovas, ou quando estrelas de nêutrons acabam colidindo.

Ainda não se sabe o que causou a explosão recente e Anderson aponta que é muito cedo para definir. “A luz de uma supernova vai levar dias para ficar mais brilhante, mas considerando a longa duração desta explosão de raios gama, ela pode ser um tipo muito poderoso de supernova”, sugeriu ele.

Até o momento, a explosão parece ter sido originada em uma galáxia com bastante poeira. O observatório Large High Altitude Air Shower Observatory (LHAASO), na China,  identificou fótons relacionados ao evento com aproximadamente 18 TeV. Caso os dados do LHAASO sejam confirmados por outras observações, a GRB221009A será a primeira explosão do tipo com mais de 10 TeV.

Os cientistas apontam que ainda existe muito trabalho pela frente e que estão ajustando o telescópio para observar o comportamento do brilho em diversos comprimentos de onda. Dessa forma, eles esperam coletar o máximo de informações que possam ajudar a revelar a causa da explosão.

“Uma explosão tão próxima significa que podemos coletar dados de altíssima qualidade para estudar e entender como elas ocorrem”, finalizou Anderson .

Caçador de raios gama volta à ativa 

Foto: Nasa

Em fevereiro, a Nasa anunciou que, após um período trabalhando em modo de segurança, o Observatório Neil Gehrels Swift, o “caçador de raios gama” responsável por registrar a nova explosão, voltou à ativa.

De acordo com a agência espacial norte-americana, a pausa temporária do aparelho de quase 18 anos foi necessária devido a uma falha em uma das rodas de reação. Swift utiliza um total de seis desses discos para apontar de forma autônoma a espaçonave na direção de possíveis rajadas de raios gama (GRBs).

Na época, a Nasa ainda afirmou que o observatório estava operando com apenas cinco rodas de reação. “A espaçonave e seus três instrumentos estão saudáveis e operando como esperado”, disse em a nota. “A equipe está monitorando o desempenho do observatório, enquanto Swift retoma sua missão de estudar o universo de alta energia.”

A agência espacial também informou que a correção permitirá que Swift continue sondando as origens dos GRBs, que são explosões muito energéticas em galáxias distantes que intrigam os astrônomos há décadas.

Vale destacar que a primária de Swift foi planejada para durar apenas dois anos, no entanto, foi estendida em diversas ocasiões devido ao seu desempenho científico e saúde de seus instrumentos.

De acordo com a Nasa, a falta de uma das rodas pode interferir no trabalho do caçador de raios gama, mas sem atrapalhar os resultados.

“A equipe espera que a mudança atrase ligeiramente o tempo inicial de resposta da espaçonave ao responder aos gatilhos de explosão de raios gama a bordo, mas isso não afetará a capacidade de Swift de fazer essas observações e atender aos seus requisitos operacionais originais.”

Fonte: Terra, Olhar Digital

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