Curiosidades

Testes de QI realmente funcionam?

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Um dos fatores que compõe a nossa personalidade é o nosso QI. O QI, ou quociente de inteligência, é um fator que serve para medir o “nível” de inteligência das pessoas. Testes específicos são utilizados para mensurar e avaliar nosso desempenho cognitivo. E a ideia de medir algo tão subjetivo quanto a inteligência, não é algo muito novo. Testes e exames para definir o QI de uma pessoa começaram a surgir no século XX.

Esses testes abordam muitas áreas cognitivas, como por exemplo, habilidades verbais, matemáticas, visuais e de raciocínio lógico. E mesmo que eles estejam sendo feitos há tempos, será que eles realmente funcionam?

O primeiro ponto a ser esclarecido é o que é QI. Como dito, ele quer dizer quociente de inteligência e é medido através da capacidade de raciocínio de uma pessoa. Nos testes, o objetivo é conseguir avaliar o quão bem uma pessoa consegue usar informações e lógica para responder perguntas ou fazer previsões.

A maior parte das pessoas tem capacidade de aprender, independentemente da pontuação do seu QI. Contudo, algumas conseguem aprender de forma mais rápida, ou têm uma facilidade maior.

Origem dos testes de QI

Canaltech

A origem dos testes de QI foi na França, em 1905. Nesse ano, o governo francês contratou Alfred Binet e Theodore Simon, psicólogos, para criar um método que fosse capaz de identificar as crianças que precisassem de uma assistência nos seus estudos.

Em 1916, Lewis Terman, um psicólogo americano, fez uma adaptação e expansão desse teste e criou a Escala de Inteligência Stanford-Binet. Assim, essa versão mais aprimorada do teste começou a ser usada de forma mais ampla em vários países.

Com o passar das décadas, outros testes de inteligência foram criados, como por exemplo, o Wechsler Adult Intelligence Scale (WAIS) e o Wechsler Intelligence Scale for Children (WISC), criados por David Wechsler.

A popularidade dos testes de QI foi aumentando à medida que os anos foram passando. Eles começaram a ser usados em vários contextos, desde a educação até seleção de funcionários. Contudo, eles também foram bastante criticados.

Isso porque seu passado é bem controverso. Até porque, em países como os EUA, nos tempos de intolerância eles eram usados como base para afirmações racistas de que negros eram menos inteligentes.

Funcionam?

Canaltech

Segundo um artigo publicado na revista Intelligence, as pessoas que têm um QI mais elevado têm a tendência de ter um desempenho acadêmico melhor, e são mais suscetíveis a carreiras mais bem-sucedidas.

Contudo, por mais que os resultados sejam precisos, o QI mede somente o potencial de uma pessoa de acordo com o determinado por aquele teste específico, no dia específico e em um momento específico.

Por isso que um relatório feito pela American Psychological Association faz questão de relembrar que várias manifestações de capacidade cerebral podem não ser contabilizadas nesses testes. Algumas delas são a criatividade ou inteligência emocional.

De forma geral, os testes de QI devem ser usados para ajudar uma pessoa em seu caminho para o sucesso e não como uma forma de desmotivá-la. Eles também devem ser feitos com acompanhamento profissional. Por isso que quem quer investigar mais a fundo a inteligência deve consultar um neuropsicólogo.

Pontuações

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Seria fácil presumir que cada geração os humanos está ficando mais inteligente. Mas será que isso é verdade? Vários cientistas ponderam essa questão. Principalmente considerando que, ao longo do século XX, a pontuação média nos testes de QI no mundo todo aumentou de forma significativa, especialmente no ocidente.

O aumento visto foi aproximadamente três pontos de QI por década. Isso significa que, tecnicamente, estamos vivendo com mais gênios na Terra do que nunca.

Esse aumento nas pontuações de QI e aparente tendência de aumento nos níveis de inteligência com o tempo tem um nome. Isso é conhecido como efeito Flynn, em homenagem ao educador falecido James Flynn. E isso é visto por conta de melhorias na saúde, nutrição, educação melhor e melhores condições de trabalho. Tudo isso contribui para essa pontuação mais alta.

Por exemplo, no século XIX, a industrialização criou grandes cidades superlotadas com problemas de saúde e morte prematura. Contudo, a melhoria da moradia, saúde e parentalidade, associada com um acesso à educação e uma progressão gradual de trabalhos manuais para empregos mais exigentes intelectualmente fizeram com que muitos vivessem mais e com mais saúde.

A pesquisa feita sugere que existe algo conhecido como gradiente de mortalidade de QI. Nele, as pessoas mais inteligentes costumam viver mais. E pesquisas feitas em países que não passaram por um desenvolvimento pós-industrial também apoiam essa ideia de que a melhoria da educação, moradia e nutrição são os fatores principais que levaram ao aumento do QI.

Tudo isso quer dizer que os resultados dos testes de QI não aumentaram muito porque as condições de vida não melhoraram, de forma significativa, para um grande número de pessoas.

Contudo, na história aconteceram alguns relatos de queda no desempenho nos testes de QI em alguns países. Por mais que os resultados dos testes de QI tenham aumentado há algum tempo, pesquisas sugerem um efeito Flynn reverso que mostra que a tendência de aumento pode estar diminuindo.

Um exemplo disso foi um estudo norueguês que descobriu que os homens nascidos antes de 1975 mostraram o efeito Flynn positivo de um ganho de três pontos para cada década sucessiva.

Contudo, para os nascidos depois de 1975 aconteceu um declínio constante no QI. Isso é uma diferença de sete pontos entre as gerações, tendo o QI médio caindo aproximadamente 0,2 pontos por ano. E outros estudos feitos no Reino Unido, Suécia e França, entre 2005 e 2013, também mostraram resultados parecidos.

Os resultados são difíceis de explicar. Mas foi sugerido que essa diminuição pode estar relacionada com mudanças na forma como as crianças foram ensinadas na escola.

Fonte: Canaltech,

Imagens: Canaltech, Capital FM

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