Curiosidades

Thomas Bradford, o homem que se matou para provar a existência de espíritos

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O que acontece conosco após a morte é algo que intriga a maior parte das pessoas. Por isso, em 1921, Thomas Bradford decidiu responder a essa pergunta e provar que existe outro reino. Após isso, ele conheceu Ruth Doran, uma viúva que também decidiu solucionar a questão.

Naquela época, o espiritismo estava tomando os Estados Unidos. Devido à quantidade de mortes existia um desejo de manter a crença de que a morte não era o fim e que nós nos encontraríamos com nossos entes queridos em outro plano.

Vale lembrar que o espiritismo estava firmemente ancorado na ideia de algum tipo de vida após a morte, e que conseguimos alcançar o outro lado para nos comunicarmos com quem já morreu.

Por causa disso, médiuns espíritas, sessões espíritas e tabuleiros Ouija eram extremamente populares na época. Mesmo que existissem diversos golpistas, uma boa parte da sociedade acreditava na vida após a morte e na capacidade dos espíritos de se manifestar no mundo dos vivos.

Thomas Lynn Bradford, de Detroit, no estado norte-americano de Michigan, era um viúvo que tinha uma vida normal até o começo da década de 1920, quando começou a nutrir um intenso interesse pelo espiritismo e com a possibilidade de entrar em contato com sua esposa morta.

Conhecendo Ruth Doran

Foto: Daily Detroit

De acordo com relatos, Thomas Bradford ficou obcecado com a ideia de vida após a morte, participando de sessões espíritas regularmente, dando palestras, escrevendo artigos e ensaios sobre espiritismo, ocultismo e fenômenos psíquicos.

Em janeiro de 1921, ele decidiu colocar um anúncio no jornal solicitando um assistente para ajudá-lo com um experimento. Logo em seguida, o anúncio foi respondido por uma mulher chamada Ruth Doran, viúva e respeitada escritora e conferencista, membro de uma família importante de Detroit.

Ruth Doran não era espírita, médium ou vidente e nem mesmo sabia se acreditava nessas coisas. Ela chegou a dizer que havia respondido o anúncio por curiosidade. No entanto, ao conhecer Thomas ela foi absorvida pelo mundo do Espiritismo e sentiu uma forte conexão pelo assunto.

Thomas Bradford explicou para ela que “só há uma maneira de resolver o mistério: duas mentes devidamente sintonizadas, uma das quais deve abandonar seu manto terreno”. Em resumo, ele acreditava que a única maneira de realmente provar a vida após a morte de uma vez por todas era se matar e depois voltar para se comunicar com Ruth.

Em sua mente, ele seria um pioneiro no “reino da vida após a morte”, pois estava confiante de que conseguiria provar existência de outro plano. Ele acreditava que não estava apenas morrendo, mas viajando para outro universo.

Após a morte de Thomas Bradford

Foto: Reprodução/ MDIG

Ruth concordou em fazer uma vigília após a morte de Thomas Bradford. Ela também faria sessões espíritas para esperar que suas mensagens fossem ditas. Em 5 de fevereiro de 1921, Thomas fechou a porta de seu quarto, apagou o piloto em seu aquecedor, aumentou o gás e ficou em sua cama esperando que o gás o consumisse.

A polícia chegou a encontrar uma mensagem digitada, ainda em sua máquina de escrever, que dizia que Thomas desejava provar os fenômenos da outra realidade.

Já Ruth disse à polícia que era protestante e que Bradford nunca deixou suas intenções claras, dizendo apenas que ele desejava provar que os espíritos podiam se comunicar com os vivos. Por causa da declaração de Ruth, a polícia apontou o “suicídio” como a causa da morte.

Ruth nunca foi acusada de um crime relacionado à morte de Thomas e a morte dele foi destaque em todos jornais. A maior curiosidade é se Bradford havia ou não mandado uma mensagem. O que se sabe é que Ruth nunca teve uma resposta de Thomas, mesmo mantendo a vigília.

A chegada de Lulu Mack

Foto: Ilustração (Reprodução/ MDIG)

Enquanto Ruth continuava tentando, uma médium psíquica chamada Lulu Mack se apresentou para alegar que havia sido contatada por Thomas Bradford. Ela afirmava que nunca havia ouvido falar sobre o homem e que ele estava tentando se comunicar, mas que seu espírito estava muito fraco porque havia morrido de suicídio.

Ela contou que estava recebendo apenas mensagens distorcidas de Thomas e não conseguia entender o que ele queria transmitir. Como era praticamente impossível não ter ouvido falar de Thomas, já que ele se tornou presente nos noticiários, as alegações de Lulu foram vistas com ceticismo.

Após a visita de Lulu, Ruth Doran alegou sentir uma presença estranha e fraca, que ela acreditava ser o espírito de Bradford. Ela previu que às 21h, a mensagem de Bradford chegaria, por isso a comunidade espiritualista mais ampla se uniu para “acelerar o retorno de seu espírito”.

Quando chegou a hora, Ruth e um grupo de espiritualistas fizeram uma sessão espírita, em que todos teriam sentido a presença de Thomas e as luzes se apagaram.

De acordo com Ruth, Thomas Bradford apontou que não viu muita mudança aparente entre os dois mundos, tanto que a princípio não percebeu que havia morrido. Ele ainda teria contado que as formas humanas são mantidas no contorno, mas não no físico.

Apesar de não ter viajado muito, ele afirmou ter visto diversas pessoas e que estava feliz. Por fim, ele afirmou que não se arrependeu de seu ato e que ainda estaria investigando outros planos.

Fim da história de Thomas Bradford

A mensagem de Thomas Bradford não foi vista como algo particularmente surpreendente. Além disso, mesmo com os esforços de Ruth, o experimento de Thomas não forneceu provas satisfatórias de consciência além da morte.

Depois de supostas conexões, houve atenção da mídia em torno do evento surpreendente diminuiu. Em relação a Ruth e Lulu, as duas desapareceram na obscuridade e não foram encontrados registros sobre o que aconteceu com elas.

No fim, ele não mudou o mundo e nem provou sua teoria. Para muitos, o legado de Thomas é apenas uma trágica história que acabou desaparecendo no tempo.

Foto: MDIG

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