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Tinder comemora 10 anos; veja o futuro do aplicativo de relacionamento

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Neste ano, o Tinder celebra dez anos desde a sua criação. O aplicativo de relacionamento lidera um mercado de namoro online em expansão, com mais de 1.500 aplicativos semelhantes e uma receita projetada de US$ 2,85 bilhões (R$ 14,77 bilhões) em 2022, segundo o site alemão Statista.

O aplicativo criou o icônico sistema de paquera baseado na ideia de deslizar para a direita (se você estiver interessado) ou para a esquerda (se não).

Atualmente, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo estejam usando anúncios pessoais, aplicativos de namoro e tecnologia em geral, para encontrar parceiros casuais ou românticos.

Encontrando o marido em aplicativo de relacionamento

Foto: Alexis Gutierrez

“Casei com o amor da minha vida… Obrigado, Tinder”, tuitou Alexis Gutierrez, uma jovem de 24 anos de Tacoma, nos Estados Unidos.

A jovem afirma que não estava otimista quando conheceu o Tinder quatro anos atrás. No entanto, após “uma ou duas semanas” de conversa virtual com um rapaz, eles decidiram se encontrar pessoalmente. “Ele me pegou em casa e percebi que estava muito nervoso. Felizmente, eu não estava.”

“Eu não esperava encontrar um amor ou um marido porque, na verdade, a maioria dos homens, especialmente os jovens adultos, estão apenas procurando por relações casuais”, disse Gutierrez, recém-casada, à BBC.

Problemas do Tinder

No entanto, nem todo mundo é fã do Tinder. A contadora Amy Marie, de 30 anos, que mora no Texas, EUA, conta que “inúmeros homens” enviam mensagens vulgares ou até agressivas pelo aplicativo.

Chelsea Stirling, uma mulher de 35 anos de Nottingham, no Reino Unido, também teve uma experiência negativa com o Tinder. “As pessoas estão mais interessadas na minha aparência do que sobre o que penso ou digo”, conta.

Além disso, no caso das mulheres, as chances de ter uma experiência ruim com aplicativos de namoro são maiores.

Um estudo realizado pelo Pew Research Center, em 2020, aponta que as mulheres são desproporcionalmente afetadas pelo assédio.

Entre os 18 e 34 anos, 57% receberam mensagens ou imagens sexualmente explícitas que não pediram. O grupo também tem alta taxa de ameaças físicas: 19% (em comparação com 9% dos homens).

Marie Bergström, socióloga e pesquisadora do Instituto Francês de Estudos Demográficos (Ined, na sigla em francês), em Paris, aponta que aplicativos de relacionamento são ambientes  “extremamente privado e isolado”. Por isso, torna-se um terreno perigoso para comportamentos violentos e isso provavelmente não mudará no futuro.

O Tinder afirma que manter as mulheres seguras está “no centro das prioridades” do aplicativo. Em junho de 2022, foi feita uma parceria com o grupo de campanha No More, com o objetivo de acabar com a violência doméstica.

No entanto, a executiva-chefe da empresa, Renate Nyborg, destacou o desafio que enfrentava para proteger as mulheres no aplicativo, afirmando à BBC na época: “Nosso trabalho de segurança nunca termina.”

Liberdade sexual

Foto: Getty images

Bergström afirma que “menos controle social” também pode ter um lado positivo. Isso porque os aplicativos de relacionamento, como o Tinder, permitem que mulheres se envolvam mais facilmente em um relacionamento de curto prazo sem ser julgada.

“Portanto, essa desconexão não é apenas negativa – é, na verdade, um grande fator para explicar por que as plataformas são populares.”

Tocando e beijando no Metaverso

Foto: Getty images

Em relação ao futuro do Tinder, é esperado que no futuro os encontros feitos através do aplicativo de relacionamento façam parte do Metaverso.

“Com a realidade virtual, você pode simular o beijo. Você pode simular o toque no corpo”, afirma Douglas Zytko, professor assistente de interação humano-computador da Oakland University, nos Estados Unidos.

No entanto, Zytko aponta que existe uma grande chance de que as experiências negativas sejam amplificadas na realidade virtual devido à imersão que ela proporciona.

“Na realidade virtual, um criminoso não apenas seria capaz de transmitir verbalmente um comentário muito negativo, mas também usaria seu avatar para isso.”

De acordo com Zytko, eles poderiam tocar no avatar de outra pessoa de maneiras negativas ou desenhar imagens ruins ao redor do ambiente virtual.

“E o que algumas das primeiras pesquisas estão descobrindo é que esses tipos de experiências de toque indesejado através do avatar e da realidade virtual podem ter um efeito psicológico muito semelhante ao que realmente acontece no mundo real.”

Porém, Zykto afirma que ainda é muito cedo para dizer se a tendência do Metaverso vai se manter.

A localização e os aplicativos de relacionamento

Foto: Getty images

Uma das características que os usuários de aplicativos de relacionamento mais gostam é a possibilidade de encontrar alguém próximo. 

O Single Town, um aplicativo de namoro que consiste em uma cidade do Metaverso onde os avatares de pessoas reais “andam, escolhem para onde querem ir e com quem conversar”, permite que ao tocar um avatar, sejam vistas fotos reais do usuário, iniciar uma conversa e interagir em um mundo virtual.

“Esses tipos de aplicativos estão proporcionando um encontro virtual que ficaria entre a descoberta e o encontro físico.”

Ele acrescenta que o objetivo parece ser possibilitar um eventual encontro pessoal em um relacionamento real.

De acordo com Zytko, isso poderia reduzir o assédio na vida real. “Ao acrescentar a realidade virtual no meio, você quase pode ter a experiência do primeiro encontro online, antes de se aventurar no mundo real, onde todos esses riscos e danos potenciais se revelam.”

Esqueça flertar no bar?

Foto: Getty images

Segundo a Statista, os aplicativos de namoro devem chegar a mais de 672 milhões de usuários nos próximos cinco anos. Com isso, eles devem se estabelecer como os lugares essenciais para pessoas que procuram sexo ou relacionamento.

“Minha hipótese é que as plataformas de namoro serão cada vez mais importantes para encontrar parceiros”, diz Bergström.

De acordo com a especialista, está se tornando menos aceito se envolver sexual e romanticamente em outros contextos, como no local de trabalho. Ela aponta que isso poderia ser estendido para outros lugares.

“Seria menos aceito ir até alguém em um bar e começar a flertar, ou menos aceito começar a flertar com pessoas na festa de um amigo, com a ideia de que existem plataformas para isso. Como eu disse, isso é uma hipótese: gostaríamos de separar cada vez mais as coisas e ter cada vez menos sobreposições. Portanto, há um lugar para trabalhar. Há um lugar para ir e praticar esportes. Há um lugar para encontrar amigos. E um lugar para flertar.”

Fonte: BBC

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