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Tinha disco de platina: O cantor que não sabia do próprio sucesso em outro país

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A fama pode ser o sonho de várias pessoas, mas ela não se torna realidade para todos. Além de talento, uma pessoa precisa sim de um pouco de sorte para conseguir alcançar o sucesso. No caso desse cantor, no fim dos anos 1960 ele assinou com uma gravadora, lançou dois álbuns que quase não venderam e depois desapareceu. Mesmo assim, 40 anos depois, alguém quis fazer um filme sobre esse artista conhecido como Rodriguez.

Mas se esse cantor não conseguiu o sucesso que tanto se espera por que alguém quer fazer um filme dele? Porque o sucesso geralmente é relacionado ao mercado dos EUA, e no caso de Rodriguez ele se tornou bem famoso bem longe dali, na África do Sul. Por lá, Rodriguez era tão popular como Elvis Presley ou os Rolling Stones. Contudo, o cantor nunca soube desse sucesso e nunca recebeu seus royalties. Tanto é que durante décadas Rodriguez fez trabalhos manuais para conseguir pagar as contas e criar suas três filhas.

A carreira do artista ressuscitou quando os fãs que ele tinha na África do Sul foram procurar na internet para ver se os rumores de que ele estava morto eram reais. Vendo que ele não tinha morrido, eles o localizaram e o levaram para o país para que ele fizesse um show para as pessoas que o adoravam.

Cantor

RTVE

“Essa é a história real mais grandiosa e mais incrível que eu já ouvi. É um conto de fadas quase arquetípico. É uma história perfeita. Tem o elemento humano, o aspecto musical, uma ressurreição e uma história de detetive”, disse o sueco Malik Bendjelloul, diretor de “Searching for Sugar Man”, o documentário sobre a história do cantor que estreia em julho.

Além disso, é bastante improvável que uma história como essa se repita nos tempos atuais totalmente conectados. Na época em que Rodriguez fez seu sucesso na África do Sul, o país estava vivendo o apartheid e seus habitantes isolados das principais influências da cultura pop por cona da censura e sanções internacionais. Justamente por isso que eles não faziam ideia que o cantor era totalmente anônimo nos EUA.

“Eu já produzi uma série de artistas renomados, com grandes sucessos, como Peter Frampton e Jerry Lee Lewis, mas nunca tinha trabalhado com alguém tão talentoso quanto Rodriguez.  Eu nunca entendi por que ele não se tornou uma grande estrela, e é por isso que vê-lo ressurgir das cinzas, como uma fênix, é tão inexplicável. Mas fico muito, muito feliz por isso estar acontecendo com ele, porque ele é uma pessoa maravilhosa e humilde, que realmente merece”, disse Steve Rowland, que produziu o segundo álbum do cantor chamado “Coming From Reality”.

Sucesso

IMDb

O nome do documentário, “Searching for Sugar Man” é por conta do nome da primeira música do primeiro álbum, lançado em 1970, de Rodriguez, chamada “Sugar Man”. A canção fala sobre um traficante de drogas e seus clientes. No documentário tem outras músicas do cantor:  “I Wonder”, “Inner City Blues” e “A Most Disgusting Song”. Elas falam de convenções sexuais e sociais, política, economia e desigualdades raciais.

De acordo com o documentário, foram esses temas abordados nas músicas que fizeram com que os jovens brancos sul-africanos que eram contra o apartheid e à moral calvinista gostassem tanto do trabalho de Rodriguez. Além disso, alguns desses jovens falam que foi o cantor quem os conscientizou sobre a opressão do governo.

A primeira vez que Bendjelloul ouviu falar da história de Rodriguez foi em 2006 quando ele estava viajando pela África buscando ideias para um longa-metragem. Quando ouviu a história ele pensou que alguém já tivesse feito algo com ela antes.

“Havia sempre uma moeda de ouro sob cada rocha que eu levantava”, disse ele.

Documentário

Ele se impressionou por não ter nada feito com a história do cantor, mas concluiu que “as razões pelas quais os sul-africanos não fizeram nada quanto à história de Rodriguez é que ela era muito familiar para eles. Todo mundo a conhece”.

Então, por já ter feito programas dedicados a cantores grandes como Elton John, Kraftwerk e Björk, na televisão sueca, Bendjelloul decidiu fazer uma produção sobre Rodriguez. Contudo, entre tantos desafios estava o maior deles, que era a colaboração do próprio cantor que é “muito reservado e teve que se forçar a fazê-lo, acho que por motivos profissionais”, disse o diretor.

“Eu estava cético quanto à ideia de aparecer em um filme. Eu não sou um cara visual. Eu sou sonoro. Eu sou músico. Eu sei o que faço. Eu toco guitarra e me viro bem na minha categoria”, disse Rodriguez.

Em 1972, depois que sua carreira na música entrou em crise, ele foi trabalhar no ramo de construção, demolição e reforma de casas.

“Não podemos demorar muito para tomar decisões, então, sim, eu escolhi a encarar a realidade. Eu sou uma pessoa ligada à família, e essas escolhas vêm daí. É preciso abraçá-las, meu pai costumava dizer. Não dá para esperar, ver o que acontece e escapar ileso. Pegar no pesado não é nenhuma vergonha”, contou ele.

Agora, por conta de o documentário ter ganhado prêmios nos circuitos de festivais, a carreira de Rodriguez ressurgiu com força total nos EUA.

Fonte: GZH

Imagens: YouTube, RTVE, IMDb 

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