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O TikTok é um lugar onde se pode encontrar de tudo. Cada hora é uma trend nova para seguir. Uma nova trend que tem ficado cada vez maior é passar protetor solar em determinadas partes do rosto, ou do corpo, e deixar as outras expostas ao sol para que se crie um efeito de luz e sombra como se fossem “contornos naturais”. Contudo, assim como boa parte das trends, essa também tem seus problemas para a saúde.
A hashtag #sunscreencontouring tem milhares de vídeos e visualizações, especialmente no TikTok. Explicando melhor a trend, ela consiste em fazer a técnica de contorno do rosto, que é feita com maquiagem, mas com o protetor solar.
Nos vídeos postados, as pessoas passam intencionalmente o protetor nos locais onde querem que fiquem protegidos e deixam as outras partes do rosto expostas ao sol para que assim o rosto fique “contornado” pelo sol.
Como se fazer isso no rosto já não fosse problemático o suficiente, em alguns vídeos, as pessoa sugerem fazer essa tática também na barriga para salientar os “gominhos” do abdômen.
Perigo
G1
Claro que essa trend é bastante perigosa. Até porque, deixar a pele exposta ao sol sem protetor traz riscos e faz mal para a saúde da pele. Por isso que para que a proteção seja completa, toda a pele que estiver exposta deve estar devidamente com protetor solar.
“A curto prazo, a pessoa pode até achar que isso é bom, mas a longo prazo isso pode causar câncer de pele e envelhecimento”, alertou Viviane Scarpa, dermatologista especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Ainda conforme a médica, não adianta a pessoa passar protetor em uma parte do corpo ou do rosto e deixar o resto exposto ao sol. “O bronzeamento é uma resposta do nosso corpo a alguma agressão. Então, toda vez que a gente se bronzeia, aquilo é uma resposta da pele para proteger o DNA celular. O sol, a longo prazo, causa mais envelhecimento, manchas e até câncer de pele”, pontuou.
Justamente por isso que Scarpa ressalta que a forma saudável para conseguir o contorno no rosto é através da maquiagem. E se a pessoa for ficar exposta ao sol e quiser ter o contorno, ela pode usar maquiagem com filtro solar ou maquiagem e filtro solar.
“A maquiagem você vai colocar e vai tirar. A partir do momento que você bronzeou a pele, o dano é para a vida inteira. O efeito do sol na pele acumula. O que causou de dano celular vai ser para o resto da vida”, explicou.
Protetor solar
Adcos
Muitas pessoas sabem da importância do protetor solar. E em alguns casos elas podem pensar que se um é bom, dois deve ser melhor ainda. Contudo, quando misturados com outros, eles podem não funcionar tão bem. Novos estudos mostraram que determinadas combinações podem até ter como resultado um subproduto tóxico.
Um exemplo disso é o óxido de zinco que está sendo cada vez mais comercializado com uma alternativa segura e “livre de produtos químicos” em comparação com outros protetores solares disponíveis. Contudo, isso depende de como se serve.
Se se colocar esse protetor solar inorgânico embaixo ou em cima de outros protetores solares orgânicos, de acordo com os pesquisadores, a maior parte dos raios ultravioletas do sol não serão bloqueados tão bem quanto em qualquer um dos produtos isolados. Segundo as descobertas feitas, essa mistura degradaria os filtros UV orgânicos, diminuindo sua eficácia e gerando produtos potencialmente tóxicos.
No estudo feito, testou-se essa toxicidade somente em peixes-zebra e não em humanos. Mas esses animais se parecem geneticamente conosco, humanos. Além do que, eles também são representativos de vários outros peixes do mar, animais que o protetor solar usado pelas pessoas também pode prejudicar.
Com essas descobertas, os pesquisadores dizem que se deve evitar colocar produtos uns em cima dos outros. Isso não será apenas benéfico para a saúde da pessoa, mas também do ambiente ao seu redor. O que não quer dizer que se deve parar de usar protetor solar de vez.
“Ainda recomendamos que os consumidores usem protetor solar. Mas sugerimos que eles devem ter cuidado para evitar misturar protetor solar com óxido de zinco, seja intencionalmente com filtros solares híbridos que combinam filtros UV de pequenas moléculas com óxido de zinco ou, incidentalmente, misturando protetor solar com outros produtos contendo óxido de zinco, como maquiagem contendo FPS”, disse o cientista de materiais Richard Blackburn da Universidade de Leeds.
“Esses resultados sugerem que as partículas de óxido de zinco podem aumentar a toxicidade do filtro solar de maneiras não reconhecidas atualmente. Tememos que a crescente onipresença dos filtros UV, em particular as partículas de óxido de metal, juntamente com a falta de estudos sobre a fototoxicidade dos filtros solares, especialmente como produtos formulados, possa resultar em produtos com consequências indesejadas e substituições químicas lamentáveis”, disseram os pesquisadores.
“No geral, muito mais trabalho estudando a fotoestabilidade e a fototoxicidade da fórmula do protetor solar é necessário para orientar o projeto e a produção em massa de formulações seguras e eficazes”, concluíram eles.
Fonte: G1, Science alert
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