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Um ônibus espacial abandonado foi encontrado no meio do deserto

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O explorador urbano britânico Greg Abandoned encontrou uma espaçonave soviética abandonada em um deserto. A nave encontrada é o ônibus espacial Ptichka (que significa “passarinho” em russo), fabricado na URSS na década de 1980. Desenvolvido durante o projeto Buran, o Ptichka teria custado cerca de R$ 1,1 bilhão.

O equipamento está abrigado em um antigo hangar no Cazaquistão.

Projeto Buran e espionagem

Foto: Divulgação/ Greg Abandoned

Imagens capturadas por Greg em 2019 mostram a estrutura de 105 toneladas coberta de poeira após ter sido abandonada. O Ptichka estava 95% pronto quando o projeto Buran foi cancelado pelo então presidente Boris Yeltsin, em 1993. Logo depois disso, a nave foi levada ao local onde até hoje está apodrecendo.

Além do ônibus espacial Ptichka, Greg também encontrou um foguete Energia de quase 60 metros de altura em um outro local perto do hangar.  “Devo dizer que a escala deste foguete maldito é enorme”, disse o explorador. “Estar lá embaixo e olhar para este monstro foi uma experiência notável”, acrescentou.

De acordo com uma reportagem da TV NBC de 2008, repercutida pelo History, o projeto Buran foi fruto direto da espionagem da KGB, a organização de serviços secretos da URSS.

Ao longo da Guerra Fria, agentes soviéticos tiveram acesso ao programa espacial que desenvolveu os ônibus espaciais da NASA. Dessa forma, as espaçonaves como a Ptichka foram criadas tendo como base os modelos da agência espacial dos EUA.

No entanto, apesar do esforço e investimento, o projeto soviético não passou da fase de testes.

Veja abaixo o vídeo mostrando o ônibus espacial:

O último legado do programa de ônibus espaciais soviéticos

Foto: Antonov Corportation/ Olhar Digital

Em março, devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, foi destruído o maior avião cargueiro do mundo, o Antonov AN-225, que era o último grande legado do programa de ônibus espaciais soviéticos.

O ônibus também fazia parte do projeto Buran. O projeto desejava construir a primeira nave espacial reutilizável da União Soviética. Com pouco mais de 36 metros de comprimento e 62 toneladas, ele possuía capacidade para 4 tripulantes e 30 toneladas de carga. 

Além disso, o projeto contava com um sistema de ejeção para os tripulantes e turbinas, que permitiam que a nave decolasse como um avião. Já em relação à reutilização do ônibus espacial, os soviéticos resolveram retirar os motores dos Buran para facilitar o processo, o que também aumentou a sua capacidade de carga.

No entanto, para colocar tudo isso em órbita, foi preciso construir um foguete com uma grande quantidade de carga, o Energia. Ele tinha um gigantesco estágio central com 59 metros de comprimento e quase 8 metros de diâmetro, impulsionado por 4 motores movidos a propelente líquido. Ao seu lado estavam outros 4 boosters, cada um com um motor também movido por propelente líquido.

Após o projeto estar pronto, a nave foi projetada pelo ucraniano Oleg Antonov. Eles precisaram de três anos e meio para desenvolver um avião capaz de transportar as imensas e pesadas partes do Energia e da própria nave.

O ônibus espacial foi finalizado em 1988, com uma envergadura de 88,4 metros e 84 metros de comprimento. O Antonov AN-225 utilizava 6 turbinas D-18T que permitia que ele decolasse com até 250 toneladas de carga, que somadas ao peso do combustível e do próprio avião, poderia chegar a até 640 toneladas. 

Fim do ônibus espacial

Foto: Reprodução/ Twitter/ Olhar Digital

Após o sucesso do voo inaugural, os soviéticos descobriram que não tinham mais dinheiro. Por causa disso, foi abandonado e o Antonov AN-225 acabou ficando sem utilidade por mais de 10 anos.

O AN-225 acabou sendo remodelado para se tornar uma aeronave de carga comercial. Reinaugurado em 2001 ele passou a transportar pelo mundo cargas que nenhum outro avião no mundo seria capaz de levar.

Ele continuou sobrevoando o mundo até o dia 27 de fevereiro, quando a Antonov comunicou que o AN-225 foi destruído durante um ataque russo ao Aeroporto de Hostomel, na Ucrânia.

Fonte: History, Olhar Digital

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