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Vício em masturbação? Síndrome do punho de ferro? Saiba quando o ato pode afetar a vida sexual

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Para quem não sabe, no dia 6 de setembro é celebrado o Dia do Sexo, por ser o sugestivo 6/9. E por mais que a prática traga benefícios para a saúde, ela pode também acabar se tornando um vício. Um exemplo disso é o vício em masturbação. O coordenador do Departamento de Andrologia da Sociedade Brasileira de Urologia, Eduardo Miranda, e a sexóloga e especialista em relacionamentos amorosos, Luciana Costa, ajudam a entender o que é esse vício e como identificá-lo.

Os especialistas pontuam que a masturbação é uma coisa saudável e que traz muitos benefícios tanto físicos como emocionais. Contudo, quando ela começa a afetar o dia a dia da pessoa, as relações, e quando ela está associada ao uso excessivo de pornografia, isso pode ser um problema.

Benefícios da masturbação

Seleções

De acordo com os especialistas, a masturbação ajuda as pessoas a entenderem quais são suas preferências e desejos sexuais. Tanto é que ela é o principal caminho para a descoberta da sexualidade e atividade sexual.

Além disso, ela também é uma forma de a pessoa se manter sexualmente ativa, tendo ou não parceiros. No caso dos homens, ter ereções de forma regular é importante porque, como aponta Eduardo, ela é como uma fisioterapia para o pênis. E a masturbação ajuda na descoberta dos pontos de prazer, emoções e sentimentos.

“(A masturbação) é necessária nessa descoberta da sexualidade. As pessoas que não se tocam têm sérios problemas na sexualidade porque elas transferem tudo para o outro, colocam todo o prazer na conta do outro”, afirmou Luciana.

É possível viciar?

Eduardo Bertero

Mesmo tendo seus benefícios, é possível sim que um vício em masturbação seja desenvolvido. Contudo, os especialistas alertam que não existe uma frequência recomendada ou um limite de vezes por dia. Isso vai depender de cada pessoa e como a masturbação afeta a vida dela.

Conforme explica Eduardo, não existe problema no caso de pessoas que se masturbam todos os dias e mantêm suas atividades no trabalho e sexuais. Alguns sinais de preocupação são transtornos de hiperssexualidade, compulsão por pornografia e perda de interesse pelo sexo.

“O limite é tênue, mas a resposta é que é possível sim. (É um problema quando) a pessoa está tão focada na masturbação que ela pode ter um distanciamento ou perda de interesse por relacionamentos e até, eventualmente, ter algumas disfunções ou falhas”, explicou ele.

Relação com a pornografia

Para os especialistas, o fácil acesso e a banalização da pornografia pode impulsionar a prática de masturbação, e o contrário também se aplica. A pornografia aumenta a prática compulsiva e excessiva da masturbação, o que faz com que o cérebro seja bombardeado excessivamente com estímulos.

Além disso, os vídeos podem ser uma fonte de frustração para aqueles que não conseguem reproduzir o que veem com seu parceiro ou parceira e por conta disso não acha mais graça no ato sexual.

O momento em que a masturbação se torna um problema é quando todo o ato de prazer está nela, o que traz ansiedade, insônia e outros problemas.

“Tem estudos que mostram que, com a pornografia, você precisa de 8 minutos para ter toda a resposta sexual — o que é uma resposta sexual muito alta. (Pode virar fonte de ansiedade e estresse) quando o excesso de dopamina que você está acostumado não vai acontecer em outros horários do dia”, disse Luciana,

Como identificar o vício em masturbação

Dr. Jairo Bouer

Para que o vício seja identificado é preciso observar o comportamento da pessoa. “Focar exclusivamente na masturbação e perder a satisfação nas relações íntimas são sinais”, pontuou Luciana.

Ainda de acordo com ela, em alguns casos, a pessoa reconhece o vício quando ela relata masturbação frequente, sendo muitas vezes ao dia. “Projetar toda a energia sexual somente naquele comportamento masturbatório, quando você só se conecta através da masturbação ou com o celular, isso já é um risco”, disse a especialista.

“Como eu também atendo casais, o que eu percebo é que quando a mulher diz que o parceiro não está procurando tanto e não tem tanto desejo, é que este homem faz o uso da pornografia, da masturbação, de forma compulsória”, afirmou ela.

Afetar a vida

Com o vício, isso traz efeitos negativos para a vida das pessoas. De acordo com os especialistas, um dos efeitos desse vício em masturbação é a chamada Síndrome do Punho de Ferro.

“Na ‘Síndrome do punho de ferro’, a pessoa se masturba de forma tão vigorosa que ela não consegue reproduzir o mesmo tipo de estímulo na penetração e acaba que não consegue ter orgasmo. Então, ela penetra, mas não consegue ter orgasmo e tem que terminar com a masturbação logo na sequência para poder ter orgasmo no ato sexual”, explicou Eduardo.

Além dela, as pessoas que são viciadas podem ter uma dificuldade em alcançar o orgasmo no sexo, conforme pontuou Eduardo. As pessoas podem ter também problemas com insônia, dificuldades em ter ereção e desconexão sexual e emocional em suas relações.

Tem tratamento?

Dr. Jairo Bouer

O tratamento para o vício em masturbação envolve identificar quais são os gatilhos da pessoa e eliminá-los junto com um desmame progressivo da prática. Como na maior parte dos casos o problema é oculto, a primeira coisa a se fazer é encontrar um profissional e lhe dizer as queixas de uma forma correta.

Conforme explica Luciana, o tratamento inclui entender as crenças e os valores sexuais da pessoa, conseguir identificar seus gatilhos e ir trabalhando de forma gradual para conseguir eliminá-los.

“A primeira questão é a identificação por parte de um profissional. Boa parte dos pacientes não procuram o urologista com essa queixa de que ‘estou me masturbando demais’. Ele procura com a outra queixa: ‘eu não tenho mais interesse, eu não consigo mais ter orgasmo’. Muitas vezes é na primeira avaliação que o médico é capaz de identificar um padrão”, pontuou ela.

Fonte: G1

Imagens: Seleções, Eduardo Bertero, Dr. Jairo Bouer

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