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Após 38 anos vivendo em situação análoga à escravidão, Madalena é resgatada

Após 38 anos vivendo em situação análoga à escravidão, Madalena é resgatada
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Após 38 anos vivendo em situação análoga à escravidão, Madalena Gordiano é resgatada de um apartamento em Pato de Minas, em Minas Gerais. Dessa forma, a mulher, de 46 anos, foi resgatada por auditores fiscais do trabalho. De acordo com Madalena, ela teria vivido, desde os oito anos, com a família.

Segundo Humberto Monteiro Camasmie, auditor do Ministério Público do Trabalho, em entrevista ao Fantástico, Madalena não tinha registro em carteira ou nenhum tipo de direito trabalhista. Seu descanso não era remunerado, ela não possuía férias e ainda vivia em uma situação de desconforto. “Era um apartamento bem pequeno, deve ter 3 metros de comprimento por 2 de largura. Não havia janelas, nenhuma ventilação. Era um quartinho bem abafado” [sic], afirma.

Ela vivia na casa desde os 8 anos

Tudo começou quando Madalena tinha oito anos. Naquela época, ela foi até à casa de Maria das Graças Milagres Rigueira, a dona da residência, em busca de comida. “Fui lá pedir um pão pra comer, que eu tava com fome, não tinha nem um pão na minha casa, aí ela falou: ‘Não, você vai morar comigo'”, conta Madalena. Inicialmente, Madalena conta que aceitou a proposta, ma vez que sua mãe não possuía condições para criar todos os filhos. No entanto, a adoção nunca foi formalizada. E claro, Madalena nunca foi tratada como filha de Maria das Graças, mas sim, como funcionária, vivendo em situação análoga à escravidão.

Na casa de Maria das Graças, Madalena foi tirada da escola. “Ela não quis que eu estudasse mais, porque eu já tava uma mocinha. Parei na terceira série”, conta Madalena. Com isso, ainda criança, ela passou a ajudar em todos os afazeres domésticos e “não tinha nem uma boneca”, relembra Madalena. E assim, os anos foram passando. Ao todo, Madalena passou 38 anos de sua vida sem poder tem a escolha do que poderia fazer ou não.

Os “patrões” de Madalena podem pegar até 20 anos de prisão

Depois de 24 anos de trabalho, Madalena foi “dada” para Dalton César Milagres Rigueira, um filho do casal, e Valdirene Rigueira, sua esposa, onde viveu em condições desumanas. Hoje, o Ministério Público do Trabalho investiga o casal por submeterem uma pessoa à uma condição análoga à escravidão e por tráfico de pessoas. Com isso, eles também podem responder por apropriação indébita, podendo pegar até 20 anos de prisão. Enquanto isso, Maria das Graças também pode ser responsabilizada pelo caso.

Depois de ser resgatada, Madalena está vivendo em um abrigo para mulheres vítimas de violência. Pela primeira vez, a mulher tem acesso ao próprio dinheiro e poderá fazer muitas coisas pela primeira vez. Além disso, Madalena também teve a oportunidade de rever suas irmãs após 12 anos. Segundo ela, isso não acontecia desde que havia se mudado para a casa de Dalton.

No Brasil, desde 1995, 55 mil pessoas foram resgatadas de situações de escravidão. Dito isso, esse é um crime que ocorre, em sua maioria, na zona rural. Porém, apenas ano passado, 14 pessoas foram resgatadas do trabalho escravo doméstico, que é mais difícil de ser identificado e mais comum do que muitos de nós imaginamos.

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