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Apesar de não parecer, cada pessoa tem sua própria percepção de tempo, contrariando a ideia de que o relógio é um só para todas as pessoas.
Esse tema é subjetivo e complexo na ciência, de modo que várias pesquisas tentam compreender o que realmente ocorre.
O estudo mais recente, publicado na revista Nature Human Behavior na segunda-feira (22), revela que cada indivíduo percebe o tempo de maneira única. Em outras palavras, não é algo universal, mas sim individual. Além disso, fatores externos podem influenciar essa percepção!
Por meio de experimentos envolvendo 170 participantes, os cientistas da Universidade George Mason demonstraram que elementos como o tamanho e a complexidade de uma cena impactam na percepção temporal, levando a uma “dilatação do tempo” em determinadas condições.
Estudo
Via Pexels
O estudo foi dividido em várias etapas: inicialmente, os participantes foram expostos a fotografias e solicitados a classificar se sentiram que passaram pouco ou muito tempo observando as imagens.
Na segunda etapa, os participantes realizaram a mesma tarefa, mas com um teste de memória realizado no dia seguinte, a fim de avaliar se as imagens mais memoráveis influenciaram a percepção temporal.
Na última etapa, os participantes foram instruídos a pressionar um botão pelo mesmo período de tempo que observaram cada imagem. Isso possibilitou uma medição física do tempo.
Percepção de tempo
Com base nesses resultados, os cientistas tiveram alguns insights. Por exemplo, com as imagens de tamanho maior, os participantes tiveram uma distorção na percepção de tempo. Isso porque eles relataram que o tempo passou devagar, e foi um período maior do que realmente foi.
Esse relato mostra uma “dilatação do tempo” que responde aos tipos de imagens apresentadas. Isso explicaria por que o tempo parece passar bem devagar quando estamos entediados, por exemplo.
Além disso, as imagens mais memoráveis também provocaram uma dilatação do tempo: aquelas que os participantes acreditavam terem olhado por mais tempo foram mais bem lembradas no dia seguinte.
Influências
De acordo com este novo relatório, nossa percepção de tempo não é apenas determinada pelo tempo real decorrido, mas também por fatores como a complexidade e a memorabilidade das experiências visuais.
Em resumo, não existe um “relógio interno” universal, o que sugere que a ideia de que todos os seres humanos possuírem um mecanismo interno que regula a percepção do tempo pode estar equivocada! Na realidade, nossa percepção do tempo é altamente variável e dependente do contexto.
Via Pexels
Exemplo
Mesmo sem pesquisas altamente complexas, existe uma forma de provar esse ponto com experiências que temos no dia a dia.
Por exemplo, se você for assistir uma série de determinado tema com alguém que gosta muito do assunto. Enquanto isso, você não se sente muito atraído. Um mero episódio de 50 minutos passará muito mais devagar para você do que para a outra pessoa.
Ou quando estamos vivenciando um momento agradável ao lado de quem gostamos, e exclamamos aquela famosa frase: “Nem vi o tempo passar!”. Para outras pessoas, o mesmo período pode ter passado muito devagar.
Essa percepção de tempo mostra que cada pessoa entende a passagem de maneira diferente, com base nas suas próprias intuições, conexões e cenários.
E com esse estudo, foi possível reforçar conceitos apresentados por outras pesquisas, como a ideia de que pessoas diferentes têm uma percepção temporal distinta.
Além do momento que ela vive, existem outros fatores importantes, como o idioma falado, que, surpreendentemente, pode interferir na nossa percepção do tempo.
Além disso, os cientistas tentaram compreender como o cérebro processa a passagem do tempo. Isso porque o hipocampo pode desempenhar um papel na elaboração de certos aspectos temporais.
No entanto, há ainda muito a ser explorado antes que essa questão se torne clara e definitiva. Esse foi apenas o ponto inicial para explorar outras teorias e tentar entender como o tempo, uma medida tão importante para a física, se torna subjetivo para cada indivíduo.
Fonte: Canaltech
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