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2024 será o ano que teremos, pelo menos, uma infecção alimentar

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Uma boa alimentação pode influenciar na nossa saúde e na disposição que temos para enfrentar o dia a dia. O segredo não está em apenas comer frutas e legumes, mas sim em fazer uma dieta equilibrada com todos os alimentos em quantidades certas. Isso porque o nosso corpo precisa de um pouco de cada alimento para que tenhamos uma vida saudável.

Contudo, por mais que se alimentar seja uma necessidade básica do ser humano, esse ano será bem difícil ficar ileso de, pelo menos, uma intoxicação alimentar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a estimativa é que aproximadamente 600 mil pessoas morrem de intoxicação alimentar todos os anos. Para se ter uma ideia, no nosso país, entre 2007 e 2020, foram anunciadas, em média, 662 surtos de doenças desse gênero anualmente.

Como se a estimativa da OMS já não fosse alarmante o suficiente, a do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, um dos mais avançados do mundo, é ainda pior. De acordo com ele, 48 milhões de casos de doenças transmitidas por alimentos acontecem no país todos os anos.

Intoxicação

Nav

O motivo é por conta de todas as mudanças climáticas que o mundo está passando, o que consequentemente aumentam as chances de contaminação pelas coisas que as pessoas comem.

Além disso, o risco de intoxicação alimentar está aumentando também por conta dos danos nos recifes de coral, a expansão do comércio internacional e do turismo e a propagação da proliferação de algas tóxicas.

Quando alguém consome alimentos contaminados por microrganismos, como fungos e bactérias, o mais provável é que a pessoa tenha vômitos, náuseas e diarreias. Em determinados casos, podem acontecer problemas de saúde mais sérios, como por exemplo, gangrena, gastroenterites, apendicite, febre tifoide e colite hemorrágica. E nos casos extremos, a intoxicação pode ser fatal.

E se engana quem pensa que é somente a maionese do restaurante por quilo ou o molho de cachorro quente da barraquinha de rua que são perigosos. Alimentos tidos como “saudáveis” também podem contaminar.

Isso é uma coisa que quase ninguém pensa quando vai ao supermercado comprar hortaliças, frutas pré-cortadas, uma bandeja de peito de frango. Contudo, todos esses alimentos podem ter contaminantes dentro deles.

Alimentos

Vida ativa

O alerta mais importante é a questão climática, já que temperatura, precipitação e umidade são coisas importantes e que influenciam na propagação, reprodução e sobrevivência de patógenos. Com as mudanças climáticas, as temperaturas do ar e da água ficam maiores, e tem um aumento ou escassez de chuva. Isso tem um impacto crescente em várias doenças infecciosas.

Isso acontece porque bactérias do gênero Salmonella e da família Enterobacteriaceae, que é um grupo grande com  mais de 30 gêneros, são sensíveis a essas mudanças.

Outra mudança causada pelas mudanças climáticas é com relação ao nível do oceano, o que acaba acelerando a acidificação das águas que potencializam as biotoxinas marinhas. Por sua vez, isso aumenta a contaminação de peixes e frutos do mar.

“O envenenamento pela ingestão de toxinas marinhas é um perigo pouco reconhecido pelos viajantes, especialmente nos trópicos e subtrópicos”, disse um estudo do CDC americano com projeções para 2024.

Longe do mar, os alimentos mais perigosos são os que nem sempre as pessoas prestam atenção ou desconfiam, como por exemplo, alfaces e folhas verdes em geral, aves refrigeradas, melões, queijos e embutidos e carne moída. “Principalmente aquilo que compramos dentro de embalagens plásticas”, disse Ben Chapman, especialista em segurança alimentar.

Isso mostra que todo cuidado é pouco. Algumas coisas que podem ser feitas é saber a origem e manipular de forma correta os alimentos.

Infecção

Unilabs

A intoxicação alimentar acontece quando as pessoas ingerem alimentos contaminados sem saber. Contudo, o que muitos podem não saber é que o sistema imunológico pode tratar alguns pratos da mesma maneira que responde a uma infecção bacteriana. Isso foi visto em um estudo de 2018 feito com ratos. Essas descobertas levantaram questões sobre como comer hambúrgueres e pizzas, por exemplo, pode ser prejudicial à saúde.

No estudo, os ratos foram alimentados com o equivalente a chamada “dieta ocidental”, que é rica em gorduras saturadas, açúcar e sal, durante um mês. nesse tempo eles não receberam nada de frutas frescas, vegetais ou fibras. Os animais mostraram um aumento no número de células imunológicas no seu sangue. Aumento que aconteceria igualmente se tivessem sido atingidos por uma infecção microbiana.

Além disso, de acordo com a equipe de pesquisadores, esse estado de alarme agressivo que os fast-food engatilham pode durar por muito tempo. “A dieta pouco saudável levou a uma elevação inesperada no número de certas células imunológicas no sangue dos camundongos, especialmente granulócitos e monócitos”, disse Anette Christ, uma das integrantes da equipe da Universidade de Bonn, na Alemanha.

Os estudiosos disseram que essas células brancas do sangue apontaram para determinados genes que foram ativados pela dieta dos ratos. Genes esses contendo células progenitoras, que são responsáveis por formar um exército de células do sistema imunológico.

Esse rastro genético é importante porque são essas células que foram descobertas anteriormente como tendo um tipo de memória para lidar com os ataques biológicos que o corpo sofre.

Ou seja, uma vez que o corpo começa a reagir  a uma dieta de fast-food, voltar para um regime alimentar saudável pode não ser o suficiente para desfazer por completo as mudanças. E isso pode ter implicações na saúde.

Isso realmente foi observado nos ratos. Quando voltaram para uma dieta regular de cereais, depois de um mês, a inflamação desapareceu, mas a reprogramação genética que fez com que os animais ficassem mais sensíveis a um ataque futuro continuou.

“Só recentemente foi descoberto que o sistema imunológico inato tem uma forma de memória. Depois de uma infecção, as defesas do corpo permanecem em uma espécie de estado de alarme, para que possam responder mais rapidamente a um novo ataque”, explicou Eicke Latz, um dos pesquisadores da Universidade de Bonn.

Geralmente o que produz essa resposta é uma infecção, mas nesse caso foi o equivalente a uma dieta de fast-food. O que significa que a inflamação, e todos os problemas relacionados a ela, como por exemplo o diabetes tipo II, podem ser desencadeados no futuro.

Até o momento as evidências só foram vistas em camundongos. Mesmo que esses animais sejam escolhidos por suas semelhanças com os humanos, isso ainda não pode ser afirmado com certeza para nós.

“Essas descobertas, portanto, têm importante relevância social. As bases de uma dieta saudável precisam se tornar uma parte muito mais importante da educação do que são atualmente. As crianças podem escolher o que comem todos os dias. Devemos capacitá-las a tomar decisões conscientes sobre seus hábitos alimentares”, concluiu Latz.

Fonte: UOL

Imagens: Nav, Vida ativa, Unilabs

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