A recente notícia da suspensão da proibição da caça aos elefantes em Botsuana, na África, trouxe de volta o assunto da caça de espécies em extinção ao debate público. Desde 2014, o país contava com uma lei que proibia a caça de elefantes em território Botsuano. O projeto de lei foi criado pelo ex-presidente Ian Khama. Mas no ano passado, o atual presidente, Mokgweetsi EK Masisi formou um comitê para discutir os impactos econômicos dessa proibição ao país.
A suspensão foi amplamente criticada pelos defensores das causas dos animais que estão agora preocupados com o aumento da caça ao marfim. Estima-se que Botsuana seja o lar de cerca de 130 mil elefantes. Isso equivale a um terço de todos os elefantes do continente africano. Até agora o país estava sendo um refúgio seguro para os animais que não sofreram com a caça ilegal de marfim que acabou com quase metade dos elefantes de toda a África na última década.
O governo atribui a suspensão da lei ao aumento do número de elefantes no país, e também ao impacto negativo nos rendimentos financeiros dos caçadores de elefantes. A notícia é um retrocesso nas políticas de preservação de espécies. Assim como vários outros países que também permitem à caça de animais, muitos deles ameaçados de extinção.
Confira a seguir, alguns países que até contam com leis que proíbem a caça de algumas espécies, mas permitem ou limitam a quantidade de animais que podem ser abatidos. Em alguns lugares, existem leis específicas que permitem a caça em determinadas épocas do ano.
Em Botsuana mesmo, não são apenas os elefante que podem ser caçados. No país, existem fazendas e ranchos que são próprios para caça de animais. Embora seja necessário uma licença do governo, nesses lugares a caça é liberada. Não existem limites para a quantidade de animais abatidos. E isso também inclui espécies “protegidas” ou “parcialmente protegidas”, que podem ser criadas em cativeiro sob autorização específica do governo do país.
No Japão, todos os anos tem a temporada de caças às baleias. Em 2019, o país registrou o menor índice de capturas desde 1987, no total foram 103 baleias capturadas. As autoridades esperavam que mais de mil baleias fossem capturadas nessa temporada. E o ministro da Agricultura e Pesca, Yoshimasa Hayashi, anunciou que o governo não tem intenção de proibir a pesca de baleias. Segundo ele, a prática é uma “atividade que faz parte da nossa cultura”.
Em Camarões, é permitido que animais retirados de seu habitat natural sejam mantidos em ranchos e fazendas de caça para fins comerciais, embora seja necessária ter a permissão do governo. Animais de várias espécies podem ser abatidos tanto em caças de sobrevivência quanto em caças esportivas.
Na China, até existem leis de proteção apenas para animais com risco de extinção. Caso não tenham nenhum valor científico ou econômico para o país, a caça é liberada. Em 2006, a China chegou a leiloar licenças para estrangeiros caçarem animais selvagens em seu território, e isso incluía até algumas espécies com risco de extinção. Os preços dessas licenças de caça variam de acordo com a espécie e quantidade de animais caçados. Entre os animais que podem ser caçados estão lobos e vaks, uma espécie de búfalo selvagem.
No Reino Unido, as leis de proteção animal estão concentradas especificamente nos mamíferos. A preservação de peixes, insetos, anfíbios e répteis não são priorizados. Os animais mais caçados no país são faisões, perdizes, patos, coelhos, lebres, raposas e veados.
Embora o governo francês tenha uma lei em vigor desde 1993, que visa a conservação do habitat natural da fauna e flora do país, existem planos de gestão que determinam as espécies e quantidade de animais que podem ser abatidos em caça.
Na África do Sul, a caça de leões é permitida, fazendo da caça esportiva um negócio bastante lucrativo no país. Inclusive, aqui já falamos sobre as fazendas de criação de leões para a caça.
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