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A cidade mais antiga das Américas é uma maravilha arqueológica e está sendo invadida

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O nosso planeta é extremamente rico em histórias. Memórias e relatos físicos são descobertos constantemente e entre eles estão os tesouros arqueológicos. Eles nos contam uma história antiga, envolvendo pessoas e seus costumes como um todo. Exatamente por isso, preservar sítios arqueológicos é bastante importante. Porque eles contam nossa história.

O sítio arqueológico mais antigo das Américas sobreviveu por cinco mil anos. Mas agora ele está sob ameaça de invasores. Essas pessoas dizem que a pandemia do coronavírus as deixou sem outra opção a não ser ocupar essa cidade sagrada.

A situação chegou a um ponto tão grave que a arqueóloga Ruth Shady, que foi quem descobriu o sítio Caral no Peru, foi ameaçada de morte para que ela se retirasse da investigação dos tesouros na região.

Sítio arqueológico

Segundo arqueólogos, as invasões e destruição de posseiros em Caral começaram em março de 2020, quando a pandemia forçou o lockdown nacional.

“Tem gente que vem e invade este local, que é propriedade do Estado, e usa para plantar. É extremamente prejudicial porque eles estão destruindo evidências culturais de cinco mil anos”, disse o arqueólogo Daniel Mayta.

O sítio arqueológico Caral está localizado no vale do rio Supe, que fica aproximadamente 182 quilômetros ao norte de Lima. A cidade foi desenvolvida entre 3.000 e 1.800 a.C. no meio de um deserto árido. Além do mais, Caral é o berço da civilização nas Américas.

Essa civilização é da mesma época que os povos do Egito faraônico e das grandes civilizações mesopotâmicas. Eles são anteriores do que os conhecidos e estudados incas cerca de 45 séculos.

Contudo, nada disso foi importante para os invasores. Eles aproveitaram a vigilância policial mínima nos 107 dias de lockdown para conseguir tomar mais de 10 hectares do sítio arqueológico de Chupacigarro. Nesse tempo eles plantaram abacates, árvores frutíferas e feijão-de-lima.

“As famílias não querem ir embora. Explicamos a eles que este local é um Patrimônio Mundial (UNESCO) e o que eles estão fazendo é sério e podemos levá-los para a cadeia”, explicou Mayta.

Cidade mais antiga

Desde 1996, quando as escavações começaram, Shady é a diretora arqueológica de Caral. E ela disse que os traficantes de terra, que são aqueles que ocupam terras estatais ou que são protegidas ilegalmente para vendê-las para o ganho privado, são quem estão por trás dessas invasões.

“Estamos recebendo ameaças de pessoas que estão aproveitando as condições da pandemia para ocupar sítios arqueológicos e os invadir para estabelecer cabanas e lavrar a terra com maquinários. Eles destroem tudo que encontram”, disse Shady.

“Um dia, ligaram para o advogado que trabalha conosco e disseram que iam matá-lo comigo e nos enterrar cinco metros abaixo do solo se o trabalho arqueológico continuasse no local”, continuou.

Ameaças

A diretora, que hoje tem 74 anos, passou um quarto de século em Caral tentando trazer de volta a história social e o legado dessa civilização. Como por exemplo, a maneira como as técnicas de construção que eles usaram resistiram aos terremotos.

“Essas estruturas de até cinco mil anos se mantiveram estáveis ​​até o momento e os engenheiros estruturais do Peru e do Japão aplicarão essa tecnologia”, ressaltou.

Em 2009, Caral foi declarada Patrimônio Mundial da UNESCO. A região se estende por 66 hectares e é dominada por sete pirâmides de pedra, que parecem ficar iluminadas quando os raios de sol batem nelas.

Supõe-se que essa civilização tenha sido pacífica e não usava armas e nem muralhas. O sítio arqueológico foi fechado por conta da pandemia. No entanto, reabriu em outubro.

Infelizmente, durante o lockdown, várias peças arqueológicas foram saqueadas. E em julho, a polícia prendeu duas pessoas por destruírem parcialmente um lugar que tinha múmias e cerâmica.

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