Em cima do caixão da rainha Elizabeth II foi colocada a Coroa Imperial do Estado. O item é um dos mais famosos das Joias da Coroa, uma coleção de dezenas de milhares de pedras preciosas reunidas ao longo de séculos por reis e rainhas britânicos.
A coroa possui mais de 3 mil pedras, incluindo 2.868 diamantes, 273 pérolas, 17 safiras, 11 esmeraldas e cinco rubis.
“Pode ser difícil de olhar por causa da luz que emana delas. É literalmente deslumbrante… visualmente avassalador”, afirma a historiadora Anna Keay, autora do livro The Crown Jewels.
Ela afirma que historicamente, desde a Idade Média, as coroas eram vistas como sinal de riqueza e status.
“Significa majestade, significa soberania.”
Coroa Imperial do Estado
Criada em 1937 para a coroação do pai da rainha, o rei George VI, a Coroa Imperial do Estado foi desenvolvida para ser mais leve e encaixar melhor que a coroa usada anteriormente, que remontava à Rainha Vitória. No entanto, a Coroa Imperial ainda pesa 1,06 kg.
Ao longo de seu reinado, Elizabeth II usou a coroa anualmente na cerimônia de Abertura do Parlamento. No ano de 2018, a rainha chegou a brincar sobre o quanto o objeto era pesado.
“Você não pode olhar para baixo para ler o discurso, você tem que erguer o discurso, porque se fizesse isso, seu pescoço quebraria”, explicou a rainha.
Em 2019, a monarca usou uma coroa mais leve e em 2021, a última vez que ela participou da cerimônia, não usou nenhuma.
A Coroa Imperial do Estado inclui o diamante Cullinan 2, de 317 quilates, que também é chamado de Segunda Estrela da África. Lapidado do maior diamante já encontrado, a pedra foi dada a Edward VII em seu aniversário de 66 anos pelo governo do Transvaal, uma ex-colônia da Coroa britânica que está na atual África do Sul.
Além disso, o objeto inclui a joia mais antiga da coleção real, uma safira que seria usada em um anel do rei da Inglaterra do século 11, St. Edward, o Confessor. A pedra foi colocada no centro da cruz que fica no centro da coroa.
Rubi do príncipe negro
Elizabeth II possuía um grande interesse em uma grande pedra preciosa vermelha na coroa, conhecida como rubi do príncipe negro.
Especialistas apontam que a pedra tenha sido usada em 1415 durante a Guerra dos Cem Anos por Henrique V na Batalha de Agincourt, quando as forças inglesas derrotaram os franceses ao sul de Calais.
De acordo com a lenda, o rei colocou uma pena em um buraco perfurado no rubi. “É divertido ver”, disse a rainha à BBC em 2018, “a ideia de que sua pluma foi colocada na pedra em seu capacete — era um pouco imprudente, mas esse era o tipo de coisa que eles faziam, suponho, naqueles dias”.
O apresentador da BBC Clive Myrie, que teve acesso à coroa para fazer um documentário, descreveu a visão dela como “quase surreal”. “O brilho dos diamantes é absolutamente inacreditável.”
No entanto, vale destacar que afirmar quanto vale a Coroa Imperial do Estado, e todas as Joias da Coroa, é quase impossível. O especialista real Alastair Bruce contou em um documentário da BBC que a coleção estava além do valor monetário.
“Chamar de inestimável é sensato, mas você pode adicionar tantos zeros quanto diamantes na coleção.”
Além disso, mesmo não sendo utilizada, a Coroa Imperial do Estado está sendo exibida ao público na Jewel House da Torre de Londres. O local abriga as Joias da Coroa há mais de 600 anos.
Seguindo a tradição, o rei Charles III deve usar a Coroa de St. Edward em sua coroação, mas colocará a Coroa Imperial do Estado para deixar a Abadia de Westminster ao final da cerimônia.
Logo em seguida, ele deve começar a usar a Coroa Imperial do Estado na sessão de abertura do Parlamento.
Fonte: G1