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A natureza vai acabar? Na visão desse professor, sim!

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Em sentido mais amplo, a natureza equivale tanto ao mundo animal quanto vegetal, mesmo em partes já modificadas pelo homem em geral. A palavra também se refere ao domínio geral de diversos seres vivos, como por exemplo, plantas e animais, e em alguns casos com objetos inanimados. Além disso, ela funciona como um “cordão umbilical” metafórico que conecta a sobrevivência humana e a biosfera.

Tudo isso mostra a sua importância não apenas para o mundo como um todo, mas para os humanos. No entanto, os humanos são agentes de mudança em todos os ecossistemas, o que acaba fazendo com que eles sejam levados além dos seus pontos de colapso em uma velocidade muito grande.

É assim que enxerga o professor Derek Lynch, que leciona sobre agronomia e agroecologia na Universidade de Dalhousie (Canadá), em seu artigo no The Conversation. Em seu texto, o Lynch faz o questionamento se a natureza, da forma que se conhece hoje, irá acabar.

Fim?

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De acordo com ele, nenhum ecossistema em qualquer lugar da Terra está protegido contra a ação humana por conta da “nossa influência avassaladora na atmosfera, hidrosfera e biosfera”. O professor também pontua que incidentes de zoonose reversa, que são os que os humanos acabaram sendo o reservatório e a fonte de infecções para os animais, que aconteceram na pandemia  “enfatizaram como o destino da humanidade e de todas as criaturas que compartilham a biosfera está interligado”.

Como resultado do período antropoceno, que é o que a atividade humana impactou enormemente o planeta, a biodiversidade está em crise. Tanto que se vê a extinção de espécies acontecendo a uma taxa mil veze maior do que a pré-humana. Nesse ponto Lynch ressalta que enfrentar essa crise “é um dos nossos maiores desafios”.

“O projeto Half-Earth sustenta que apenas preservando 50% do habitat superficial global preservaremos 85% das espécies. Mas reservar terras para a natureza, como em parques e reservas, muitas vezes significou privar os povos indígenas de suas terras, em vez de respeitar e priorizar o papel dos povos indígenas na preservação da biosfera”, disse.

No entanto, ele também pontua que os humanos, enquanto espécie, estão reconhecendo formas de apoiar a biodiversidade em todos os lugares. “Paisagens urbanas podem sustentar uma maior biodiversidade, como polinizadores, e paisagens agrícolas podem contribuir, dependendo da intensidade da agricultura”, explicou.

Relação com a natureza

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Ainda de acordo com o professor, alguns acadêmicos quando se tornam conscientes dos efeitos profundos das mudanças climáticas dizem que o muro entre a história humana e a história natural estava quebrado.

“Como propôs o historiador Dipesh Chakrabarty, esse colapso de cronologias significa que motivos-chave na história humana contemporânea, como a luta pela liberdade, agora estão inexoravelmente ligados ao destino da biosfera”, pontuou Lynch.

Com isso em mente, Lynch diz que os historiadores devem combinar os seus estudos a respeito de história contemporânea com a história mais longa dos humanos enquanto uma espécie no meio de várias outras. Ele também pontua que os ecologistas estão reconhecendo que a “diferenciação” do mundo natural é algo sem sentido, por isso que o estudo a respeito dos processos naturais tem que  incluir os que foram modificados pelos humanos.

“A ideia de nós mesmos como distintos de todos os não-humanos é considerada por alguns como o impulsionador fundamental de nossa atual crise planetária. Dada essa compreensão cada vez mais profunda, é agora o momento de ir além da ‘natureza’ como um conceito externo à humanidade? Em vez disso, poderíamos promover uma compreensão mais profunda da biodiversidade e da comunidade como a longa história compartilhada e o destino futuro tanto da humanidade quanto da vida não-humana”, disse o professor.

Na visão de Lynch, a revisão desses paradigmas estão mais perto das visões indígenas de comunidade, onde a terra é manejada em pareceria com parentes em todos os ecossistemas.

“Será que chegamos ao fim da natureza em seu significado tradicional como algo distinto de nós? Redefinir nossa relação com a natureza é um passo importante para aprofundar nosso compromisso em lidar com essas crises ambientais feitas pelo homem”, conclui.

Fonte: Olhar digital

Imagens: Olhar digital

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