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A paisagem do planeta foi mudada até mesmo por pequenas comunidades de coletores

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Nossos ancestrais viviam vidas muito diferentes daquilo que estamos acostumados a viver hoje em dia. Mas um ponto em comum parece ter sido mantido desde os tempos antigos. No caso, a mudança da paisagem onde os humanos vivem.

Até mesmo as sociedades humanas que não cultivavam, não tinham gado, não construíram assentamentos permanentes ou queimavam combustíveis fósseis ainda sim moldavam a paisagem de formas que elas persistiam por milhares de anos.

Um novo estudo de satélite feito em Madagascar destacou as várias formas pelas quais essas civilizações, embora pequenas, podem ter mudado a ecologia da costa sudoeste. Nesse caso em específico da ilha, os arqueólogos descobriram evidências de comunidades coletoras e pesqueiras que persistiram durante quase dois milênios.

Civilização

Esses humanos que viveram na área não precisaram cultivar ou construir casas permanentes. Ao invés disso, eles moravam em cavernas e abrigos rochosos ao longo da costa em determinado tempo do ano. E provavelmente eles mudavam conforme as estações do ano e períodos de chuva e seca.

Embora eles fizessem um impacto baixo com seu estilo de vida, os pesquisadores conseguiram demonstrar, através dos dados de satélites, extensas alterações da paisagem feitas por essas comunidades antigas.

Em todo território estudado, 17% da terra mostrou mudanças duradouras que provavelmente foram feitas por humanos. Claro que o impacto é bem mais fraco do que se vê hoje em dia pela atividade humana. No entanto, as mudanças ambientais são surpreendentemente generalizadas para uma sociedade tão pequena e móvel.

“Nós subestimamos os impactos que as sociedades não agrícolas têm na formação de paisagens. Eles são sutis, mas podem ser descobertos. Olhando para as paisagens em todo o mundo, descobrimos que as pessoas modificaram mais o mundo do que pensávamos antes”, disse a arqueóloga Kristina Douglass, da Penn State University.

Mudança no meio ambiente

Por mais que atualmente a atividade humana tenha modificado de forma drástica o meio ambiente em uma escala nunca vista antes, as pesquisas que estão surgindo tem sugerido que os humanos têm produzido “transformações distintas, detectáveis ​​e sem precedentes nos ambientes da Terra desde que as sociedades coletoras surgiram pela primeira vez no Pleistoceno Superior”.

Um exemplo disso são os Maori da Nova Zelândia. Eles eram caçadores, coletores e cultivadores que também usavam o fogo para moldar sua paisagem. E recentemente, os cientistas encontraram evidências de fuligem dessa civilização em todo o caminho até a Antártica. Isso sugere que as sociedades humanas estavam poluindo a atmosfera de formas menores bem antes da revolução industrial.

E essa pesquisa feita em Madagascar apoia ainda mais a ideia de que as comunidades coletoras também podem ser os motores dominantes das mudanças na paisagem. Contudo, o impacto mais amplo que essas mudanças tiveram na ecologia ainda não foi entendido.

Os pesquisadores analisaram os dados de satélite e viram que o solo onde se encontrou os artefatos humanos pode absorver mais água do que o solo em outros lugares.

“O que não sabemos é se esses tipos de mudanças na química do solo permitiram que as pessoas ocupassem as áreas em época de seca. Ou se permitiu que o solo retivesse a umidade e fizesse crescer plantas diferentes”, ressaltou Douglass.

Independente disso, os resultados do estudo sugerem que os coletores eram capazes de mudar o ambiente ao seu redor para  seus próprios ganhos.

Fonte: https://www.sciencealert.com/satellite-data-shows-even-small-ancient-gatherer-communities-shaped-the-landscape

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