Cinco adolescentes de Londres, com idades entre 14 e 16 anos, foram parar no hospital após ingerir a chamada droga zumbi em um cigarro eletrônico.
Segundo informações, um deles entrou em coma ao misturar “maconha sintética” com os componentes que fazem parte dos cigarros eletrônicos. O caso aconteceu em 29 de janeiro, mas veio a público essa semana.
Segundo os responsáveis da cidade de Eltham, que fica no sudeste de Londres, a emergência conseguiu chegar a tempo quando os jovens começaram a ter sintomas mais graves. O relato indicou vômitos, confusão mental e nível reduzido de consciência.
No socorro, um deles precisou entrar em coma induzido para conseguir o tratamento. Contudo, todos os jovens que estavam presentes e sofreram com os sintomas já se recuperaram.
A droga zumbi, também conhecida como K2, K9 ou spice, é uma mistura de ervas e produtos químicos projetados para replicar os efeitos da cannabis.
Entre os efeitos adversos relatados por usuários estão tonturas, dificuldade respiratória, dores no peito, palpitações cardíacas e convulsões.
Além disso, há relatos de casos em que os usuários experimentaram temporária paralisia.
Em alguns casos mais graves, a droga pode induzir paranoia, pensamentos suicidas e até mesmo psicose – o que resultou na designação da substância como “droga zumbi”.
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As substâncias do cigarro eletrônico, de modo geral, são combinadas com aditivos alimentares para conferir uma sensação de frescor semelhante à do mentol, mas sem o sabor de menta, embora não sejam destinadas à inalação.
Também podem ser encontradas em produtos com sabores de manga ou baunilha.
No Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette, está ganhando cada vez mais popularidade, tornando-se um verdadeiro fenômeno entre os jovens.
Esses produtos geralmente têm uma aparência semelhante à de um cigarro comum, mas também podem ser encontrados em formatos de pen drive ou caneta.
Embalados em embalagens coloridas e disponíveis em uma variedade de sabores, os cigarros eletrônicos oferecem uma alternativa livre do odor desagradável do cigarro tradicional. Além disso, produzem uma quantidade considerável de vapor, sendo particularmente comuns entre pessoas com idades entre 18 e 24 anos, apesar de existir uma proibição no Brasil.
Geralmente, a composição inclui bateria, atomizador, um microprocessador, lâmpada LED para o design e espaço do cartucho de nicotina líquida. Esses componentes são responsáveis por aquecer o líquido e produzir o vapor inalado pelos usuários.
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Embora amplamente utilizados em todo o mundo e originalmente introduzidos no mercado como uma alternativa aos cigarros convencionais, os vapes são considerados perigosos para a saúde, de acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM).
Os médicos alertam que os cigarros eletrônicos representam “uma ameaça à saúde pública” e apresentam riscos ainda maiores do que os cigarros tradicionais, servindo como porta de entrada para os jovens no mundo da nicotina.
Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que serve para aquecer o líquido contém metais pesados, como o níquel. Posteriormente, entram no corpo humano durante o uso e são famosos por serem substâncias cancerígenas.
Além disso, o líquido produzido pelos cigarros eletrônicos contém pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas, que contribuem para a dependência da nicotina.
O uso diário de cigarros eletrônicos também se associa a um estado inflamatório em vários órgãos do corpo, incluindo o cérebro.
Novas pesquisas sugerem que o uso também pode causar desregulação de genes e levar ao desenvolvimento de uma condição conhecida como EVALE, uma lesão nos pulmões causada pelo produto.
Além disso, jovens misturando sintéticos, como o uso da droga zumbi, pode causar os efeitos como no caso dos adolescentes de Londres. O resgate agiu rapidamente, mas outras ocasiões poderiam levar a uma tragédia.
Por isso, o uso do cigarro eletrônico não é incentivado, e os órgãos competentes acompanham de perto a evolução dessas e de outras drogas.
Fonte: Metrópoles