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Conhecido em Hollywood por grandes filmes como Duro de Matar, o ator Bruce Willis anunciou, por meio de sua família, que irá se afastar de sua carreira como ator. O motivo seria a afasia, um distúrbio de linguagem causado por uma lesão cerebral que afeta a comunicação.
Assim sendo, o anúncio foi comunicado por meio de um post do Instagram de sua filha Rumer, assinado pelos demais familiares. Na nota, a família agradece aos fãs pelo amor e apoio no momento difícil que a família enfrenta.
“Para os incríveis apoiadores de Bruce, como família, queríamos compartilhar que nosso amado Bruce está passando por alguns problemas de saúde e recentemente foi diagnosticado com afasia, o que está afetando suas habilidades cognitivas. Como resultado disso e com muita consideração, Bruce está se afastando da carreira que significou tanto para ele”, diz o comunicado postado no Instagram.
“Este é um momento realmente desafiador para nossa família e estamos muito gratos pelo amor, compaixão e apoio contínuos de vocês. Estamos passando por isso como uma unidade familiar forte e queríamos incluir seus fãs porque sabemos o quanto ele significa para vocês, assim como vocês significam para ele. Como Bruce sempre diz, ‘viva’ e juntos planejamos fazer exatamente isso”, finaliza a família.
Dessa forma, o assunto sobre o que é afasia e quais os sintomas surgiu entre os internautas que querem entender mais sobre essa condição médica.
O que é afasia
A afasia é o comprometimento da linguagem que ocorre após um dano cerebral, geralmente, do lado esquerdo. Isso porque essa área é responsável pela função da linguagem na maior parte dos humanos. Contudo, algumas pessoas podem apresentar essa área no lado direito do cérebro.
Dessa forma, a principal causa da afasia é o acidente vascular cerebral (AVC). No entanto, o distúrbio pode ser causado por traumatismo craniano, tumor cerebral, aneurisma, infecções cerebrais e doenças que afetam o desempenho cognitivo, como alguns tipos de demência.
Assim, o paciente com afasia pode apresentar problemas para ler textos, entender falas e sons, falar e escrever. No entanto, não se deve confundir essa condição com outras, como disartria, que é a dificuldade de articular palavras da forma correta; disfonia, que causa roquidão; ou a doença de Alzheimer.
“Temos basicamente duas áreas principais relacionadas com a linguagem. A área primária, relacionada com a parte motora, que utiliza músculos apropriados para verbalização. Outra área é da compreensão. Entre elas há uma conexão. É bem comum que pacientes com lesões nessa localização apresentem alterações na linguagem”, explica o neurocirurgião Ricardo Santos de Oliveira em entrevista à Agência Brasil.
Tipos da condição
Há dois tipos de afasia, sendo a mais grave denominada por médicos como primária. Ela está associada a doenças degenerativas e provoca a morte dos neurônios. Sendo assim, nesse caso, a condição é mais progressiva.
De acordo com a neurologista Jane Machado de Castro, do Hospital Anchieta, em Brasília, não há tratamento nesse caso, nem a capacidade de recuperar o paciente. Assim, resta lidar com os desconfortos que ela produz.
“Geralmente é doença incurável, intratável e que requer tratamento multidisciplinar. Na afasia primária, um tratamento é tentar retardar os sintomas. Mas ela vai evoluir progressivamente”, explica a profissional.
Além disso, existe o que os médicos nomeiam de afasia secundária, que está relacionada a doenças ou episódios que ocasionam lesões no cérebro. Nesse caso, alguns exemplos são traumatismo craniano, acidente vascular cerebral e doenças infecciosas.
Nessa situação, o paciente sofre com os efeitos vinculados à dificuldade na compreensão de linguagem e em formas diferentes de expressão. Assim, conforme explica a média Jane de Castro, é possível tratar essa condição.
“Quando você tem AVC e o paciente não consegue falar, se ele tiver potencial para se recuperar da lesão ele pode conseguir. Mas ele vai precisar de acompanhamento fonoaudiológico e de outras áreas. Numa infecção localizada também pode acontecer de recuperar”, diz a médica.
Os sintomas são a dificuldade de comunicação, como frases curtas, trocas de palavras e fonemas e incapacidade de entender as conversas de outras pessoas.
“Qualquer alteração da linguagem é simples de se notar. Isso indica que possa estar ocorrendo algum problema. Essas alterações assim que notadas precisam ser avaliadas. Fazemos um exame chamado ressonância nuclear magnética, que avalia com precisão todo o cérebro”, explicou o neurocirurgião Ricardo dos Santos Oliveira.
Fonte: BBC
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