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Amputação de pênis cresceu 1.604% no Brasil em 14 anos, entenda as causas

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Segundo o Ministério da Saúde, por meio de nota divulgada à imprensa pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), nos últimos 14 anos foram registradas 7.213 amputações de pênis no Brasil. Isso significa que tivemos um aumento de 1.604% desses procedimentos.

No levantamento, observa-se que ocorre uma média de 515 cirurgias de remoção do órgão genital por ano. Sendo assim, a principal causa dessa remoção é o câncer de pênis, que é mais comum entre homens a partir dos 50 anos. No entanto, a condição médica também pode afetar jovens.

“O Brasil é um dos campeões mundiais na incidência de câncer de pênis, o qual é facilmente evitável com a higiene íntima e tratamento da fimose. Infelizmente, a desinformação e a dificuldade de acesso à saúde fazem com que muitos homens tenham o órgão genital amputado e morram pelo tumor”, destaca Ubirajara Barroso Jr, diretor da Escola Superior de Urologia.

Quanto à pesquisa, o Sudeste é a região com maior número de casos de amputações, totalizando 2.872 deles. Em seguida, o Nordeste, com 2.104; o Sul, com 1.134; o Norte, com 631 e o Centro-Oeste, com 427 casos. Já os estados com maiores números de cirurgias de remoção são São Paulo (1.227), Minas Gerais (1.067) e Paraná (582).

No último ano, o Datasus registrou 1.791 casos no país, que é um valor mais baixo se comparado aos valores dos quatro anos anteriores. Contudo, para a Sociedade Brasileira de Urologia, essa baixa não reflete maior cuidado e informação por parte da população masculina. A realidade é que reflete a diminuição do número de homens que procuraram centros de saúde e especialistas durante a pandemia de Covid-19.

Incidência de câncer de pênis

Câncer de pênis

Reprodução

O câncer de pênis está ligado, na maior parte dos casos, à falta de higiene do órgão genital. Um exemplo disso é o erro de não afastar o prepúcio, que é a pele que recobre a cabeça do pênis, para fazer a lavagem correta do órgão. Outras causas de câncer são fimose, contaminação por HPV (Papolomavírus humano) e tabagismo.

Segundo a urologista Karin Anzolch, num país com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o tumor de pênis é uma condição médica rara. “Infelizmente, apesar de sermos um dos países no mundo com maior incidência da doença, a desinformação ainda é muito grande. Muita gente sequer sabe que pênis também pode ter câncer, e mais, que pode ser prevenível com medidas relativamente simples”, lembra Anzolch.

Por isso, especialistas reforçam que, para evitar esse problema, além da higienização adequada, os homens devem se vacinar contra a HPV e também usar preservativos para prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Sendo assim, de acordo com o Datasus, a média da cobertura vacinal da segunda dose da vacina contra HPV em meninos entre 11 e 14 anos é de apenas 35,6%.

Para conscientizar a população sobre o câncer de pênis, a SBU está promovendo encontros virtuais e ações durante o mês de fevereiro. No último dia 4, o Dia Mundial de Combate ao Câncer, a instituição promoveu um mutirão de cirurgias de circuncisão em estados do Norte e do Nordeste. Dessa forma, no procedimento, se remove o prepúcio. Isso facilita a higienização, previne a contaminação pelo HPV e diminui as chances de desenvolver o câncer, que pode resultar em amputação de pênis.

Fonte: Revista Galileu

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