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Após 24 anos do massacre de Columbine, mãe de atirador diz que encontrou um pouco de felicidade

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Recentemente o Brasil tem se chocado e ficado de luto com as tragédias que têm acontecido em escolas pelo país. Contudo, quando o assunto é massacre em escolas o primeiro que vem à mente das pessoas é o conhecido massacre de Columbine. Ele aconteceu no dia 20 de abril de 1999 e entrou para a história, não apenas dos EUA, como do mundo todo.

Nessa ocasião, dois estudantes do Columbine High School entraram aramados no colégio, mataram 13 pessoas, sendo 12 alunos e um professor, deixaram 21 feridos e depois se suicidaram.

Os estudantes eram Eric Harris e Dylan Klebold. E depois de Columbine, discussões a respeito do bullying nas escolas, saúde mental e controle de armas foram levantadas.

Massacre de Columbine

Revista Crescer

Por mais que já tenha se passado mais de duas décadas do massacre, o sofrimento das famílias e também das mães dos atiradores parece não ter fim. Tanto é que, em 2021, a mãe de Dylan, Sue Klebold, contou em um documentário feito pela BBC que “rezou para que o filho morresse” quando soube que ele tinha feito mau a tantas pessoas.

Ainda segundo ela, quando viu seu filho no caixão ela quis ser enterrada junto com ele e ficou “desesperada” querendo entender o que levou seu filho a cometer um crime desse tipo. “Eu disse em voz alta: ‘Querido, ajude-me a entender o que aconteceu, só quero entender’. Naquele momento, isso se tornou minha missão de vida e o que procurei nas últimas duas décadas: entender”, contou.

Sue contou que no dia em que o massacre de Columbine aconteceu ela foi pega de surpresa, dentro de sua casa, por uma equipe da SWAT e um detetive. “Os policiais diziam que havia dezenas de mortos na escola e lembro de rezar para que, se Dylan realmente tivesse machucado as pessoas como estavam dizendo, que ele morresse”, lembrou.

Mãe de um atirador

Revista Crescer

A mãe de Dylan revelou que por meses ela ficou em negação com relação ao que seu filho tinha feito. “Me diziam que os meninos fizeram todas essas coisas terríveis… Que não apenas mataram e feriram pessoas, mas que disseram coisas horríveis de racismo e coisas sádicas e eu simplesmente bloqueei aquilo na minha mente. Eu pensei, Dylan não diria nada disso. Havia tantas informações erradas sendo divulgadas sobre Dylan e nossa família que acreditei que aquilo também não era verdade”, disse ela.

Segundo Sue, ela precisou de seis meses para aceitar a crueldade que Dylan tinha feito. “Quando vi as fitas mostrando que eles haviam planejado a maneira como agiriam, vi Dylan de uma forma que nunca tinha visto antes. Eles falavam sobre o que iam fazer, mostravam as armas… Foi horrível vê-lo assim. Sofri muito ao perder essa ideia do meu filho que eu tinha comigo e conhecer quem ele era para o resto do mundo. Perdi minha fé na família, na verdade e em Deus”, contou.

Depois do massacre de Columbine, Sue revelou que começou a “temporada de caça à família dos atiradores”. “Fui exposta a todas as coisas horríveis que as pessoas acreditavam ser verdadeiras sobre nós. De alguma forma éramos seres humanos inferiores, maus, que não sabiam como criar filhos. Havia um mundo de pessoas que nos odiava”, lembrou.

Mesmo o filho já tendo passagem na polícia por roubo, na visão de Sue ele finalmente estava em um bom caminho. Isso porque, meses antes do massacre de Columbine, Dylan estava trabalhando, fazendo atividades extracurriculares e até tinha sido aprovado na faculdade que ele tinha escolhido.

“Lembro-me de pensar que tudo estava indo bem. Pelo que eu via, ele estava no caminho certo. Havia momentos em que ficava quieto e mal-humorado e passava muito tempo trancado em seu quarto, mas nunca conheci um garoto de 17 anos que não fizesse isso”, disse Sue.

Confrontando a vida

Aventuras na história

Entretanto, a polícia encontrou os diários de Dylan e, de acordo com eles, o que estava acontecendo com o menino era bem diferente daquilo que sua mãe imaginava. Tanto que Sue se chocou e ficou arrasada quando descobriu toda a angústia mental que seu filho estava tendo. Em trechos do diário, Dylan descrevia a sua agonia e detalhava as maneiras como ele se automutilava.

“Se eu visse Dylan cara a cara e pudesse dizer algo a ele, pediria que me perdoasse por não ser a mãe que ele merecia. Por não ter sido alguém com quem ele se sentisse confortável para conversar, por não saber ouvi-lo bem. Eu daria qualquer coisa para encontrá-lo, ser abraçada por ele e ouvir que ‘está tudo bem'”, disse Sue.

Embora tenha todas essas questões em mente, na época do documentário, 22 anos depois do massacre de Columbine, Sue contou que finalmente estava em um lugar mental e espiritualmente melhor.

“Tem dias em que começo a sorrir e me sinto culpada. ‘Como posso sentir felicidade se essa coisa terrível aconteceu?’. Nessa fase da vida, concluí que pensar assim só leva a mais sofrimento. Claro que gostaria que tudo fosse diferente, mas atualmente sou grata pelo que tenho de bom em minha vida”, finalizou.

Fonte: Revista Crescer

Imagens: Revista Crescer, Aventuras na história

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