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Após polêmica com lei anti LGBTQ+, Disney corre risco de perder benefícios fiscais

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A gigante do entretenimento e responsável por marcar a infância de pessoas ao redor do mundo, Disney, está correndo risco de perder benefícios fiscais. Isso porque, durante uma reunião legislativa do governo estadual da Flórida na última terça-feira (19), o governador Ron DeSantis propôs revogar os benefícios fiscais dos quais a área da Disney usufruem até os dias atuais.

Sendo assim, caso a medida se concretize, a empresa precisaria pagar impostos sobre a propriedade que controla, o que não acontece atualmente, segundo a NBC. Também vale ressaltar que a sugestão de DeSantis vem depois de algumas semanas da afirmação do governador de que a Disney “passou dos limites” por se posicionar contra uma lei considerada como anti-LGBTQ+.

Não Diga Gay

AP Photo/John Raoux

A legislação que foi apelidada “Não Diga Gay” ou “Don’t Say Gay” diz respeito
à censura nas escolas estadunidenses sobre assuntos que trabalham questões de gênero e orientação sexual. Nesse caso, professores não podem levantar tais assuntos com crianças de até nove anos e, caso seja necessário, os pais devem ser notificados previamente.

“Para a Disney colocar uma declaração e dizer que o projeto de lei nunca deveria ter sido aprovado e que eles vão trabalhar ativamente para revogá-lo, acho que, primeiro, foi fundamentalmente desonesto. Segundo, passou dos limites”, afirmou Ron DeSantis, segundo repercutido pela NBC no fim de março.

Polêmica da Disney

O problema da Disney começou quando os senadores por trás do projeto de lei estavam recebendo apoio financeiro da companhia de entretenimento. Logo, a empresa ganhou uma chuva de críticas.

Com isso, após essa repercussão negativa e uma posição firme dos próprios estúdios Disney que exigiram a retirada do apoio financeiro, Bob Chapek, CEO da companhia, anunciou que há pouco que a Disney poderia fazer. No entanto, as críticas não pararam e, frente à pressão, Chapek voltou a anunciar que iria “trabalhar nos bastidores” para reverter a medida legislativa anti-LGBTQ+.

Portanto, o comunicado do CEO foi visto como desonesto e algo que “passou dos limites”, pelo governador da Flórida, onde o parque da Disney é sediada. Por isso, o político está propondo a retirada de benefícios da Disney, em mais um capítulo das consequências do posicionamento da empresa.

Herdeiro da Disney

Reprodução

Em face às polêmicas recentes da Disney, Charlee Corra Disney, um dos descendentes do fundador da empresa, Walt Disney, revelou seu arrependimento por não ter se posicionado de forma efetiva.

Charlee se assumiu trans há quatro anos. No entanto, admite que não usou sua influência da forma como deveria para defender a comunidade de ataques como o projeto de lei que Bob Chapek doou 5 milhões de dólares para apoiar, segundo Sky News.

“Sinto que não faço muito para ajudar. Eu não ligo para senadores ou tomo medidas. Eu senti que poderia estar fazendo mais”, confessou o herdeiro, que trabalha como professor de biologia, durante uma entrevista à revista The Los Angeles Times.

CEO se pronuncia

Portanto, para tentar reverter o cenário negativo, Bob Chapek prometeu doar 5 milhões de dólares para a Human Rights Campaign (HCR) e outras instituições que auxiliam a comunidade LGBTQ+. Contudo, a HCR se recusou a receber a quantia até que a companhia fizesse algo efetivo para ajudar a causa.

Assim sendo, em carta escrita por funcionários da Pixar, ordena-se que todo apoio a diversos nomes que apoiam leis como a “Não Diga Gay” seja cortado. “Este não é um assunto que pode esperar até o Reimagine Tomorrow [convenção pró-diversidade da Disney] em abril, ou o Mês do Orgulho em junho. Esse assunto precisa ser discutido agora. É urgente.”

“Em 2021, 42% dos jovens LGBTQIA+ consideraram seriamente o suicídio, incluindo mais da metade de jovens trans ou não binários, o que tem como principal causa a falta de apoio que legislações discriminatórias como essa permitem”, aponta um trecho da carta.

“A Disney diz cuidar do bem-estar das crianças, mas apoia políticos como esses, que ferem diretamente um dos nossos públicos mais vulneráveis. Há vidas em jogo e o apoio da Disney pode salvar essas vidas. ‘Ainda há trabalho a ser feito’, seu email diz. Esse é o trabalho”, concluem os funcionários da Pixar.

Fonte: Aventuras na História

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