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Astronautas vão poder comer batata frita em Marte?

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Marte é um dos planetas mais explorados em nosso sistema solar, sendo o único a receber robôs da NASA para saber mais a respeito dele e de suas condições. Até porque, o sonho de colonizá-lo é alimentado quase que desde quando sua exploração começou.

No entanto, mesmo que a Terra e Marte tenham algumas similaridades, eles são planetas completamente diferentes em vários sentidos. E um dos fatores mais importantes para que se possa ter colônias algum dia no Planeta Vermelho é a alimentação.

Por isso que a Agência Espacial Europeia (ESA) apoiou um experimento que pode ser o primeiro passo para que uma coisa que, até o momento, é inimaginável, ou seja, preparar frituras em microgravidade. Se o experimento for bem sucedido, nas missões futuras, os astronautas poderão comer as amadas batatas fritas enquanto se dirigem a Marte, por exemplo.

Fritura em Marte?

O planeta não foi citado à toa. Até porque, os pesquisadores da Universidade de Thessaloniki, na Grécia, usaram a possível viagem ao Planeta Vermelho para o seu experimento.

Eles criaram um dispositivo tipo carrossel que funcionava de forma automática para compreender como os efeitos da diminuição de gravidade afetam as técnicas de cozimento, como a fritura, por exemplo.

Com esse dispositivo, eles fizeram os testes em dois voos parabólicos da ESA. Esse tipo de voo é o mais eficiente e praticamente o único jeito de se simular um ambiente com microgravidade. O que lhe dá esse efeito são as parábolas, que são arcos repetitivos, que a aeronave faz.

Todo o processo de fritura foi gravado através de uma câmera de alta resolução e alta velocidade para que fosse possível registrar também a dinâmica das bolhas, observando coisas como seu tamanho, taxa de crescimento e distribuição. Outro ponto observado foi a velocidade de escape da batata, a das bolhas e a direção em que o óleo de deslocava.

“O hardware do experimento é automatizado e fechado para segurança. Ele mantém uma pressão constante dentro da câmara de fritura para evitar vazamentos, evitar que o óleo se espalhe e usar menos energia no aquecimento”, disse a ESA em um comunicado.

Um ponto visto pelos pesquisadores foi que, assim que a batata foi colocada no óleo já em uma baixa gravidade, as bolhas de vapor se desprenderam de forma fácil da superfície do alimento, parecido com o que acontece no nosso planeta.

Aumentando o cardápio

UFMG

Claro que mais estudos são necessários para que os parâmetros sejam ajustados, mas isso já dá esperanças de que os astronautas possam ter em seu cardápio mais do que comida reidratada no futuro.

“Além da nutrição e do conforto, estudar o processo de fritura no espaço também pode levar a avanços em vários campos, desde a fervura tradicional até a produção de hidrogênio a partir da energia solar em microgravidade”, explicou John Lioumbas, engenheiro químico e principal autor do estudo.

Alimentos

Casa Abril

Além do que se comer na viagem, é importante pensar em como produzir alimentos em Marte. Com isso em mente, várias empresas, institutos de pesquisas e universidades buscaram criar tecnologias que possibilitem o cultivo de vegetais fora da Terra.

Uma dessas formas é o chamado cultivo vertical. Ele é feito sem solo, em um ambiente controlado e com fornecimento de água rica em nutrientes que vão direto para as raízes das plantas. Além disso, a temperatura, umidade e emissão de luz também são totalmente controladas. Essa forma de cultivo tem o foco em produtividade e uso mais econômico e eficiente, tanto da água como de fertilizantes.

Conhecendo essa forma de cultivo, a startup Interestellar Lab criou uma tecnologia que chama de NUCLEUS (Nutritional Closed-Loop Eco-Unit System em inglês). Ela é um sistema modular de nove cápsulas que promete dar uma dieta nutritiva para quatro astronautas durante dois anos de missão.

“O foco inicial era construir um sistema regenerativo de produção de alimentos para promover a agricultura sustentável na Terra. Mas eu perguntei: ‘e se a tecnologia de que precisaremos para viver no espaço puder nos ajudar a viver de forma mais sustentável na Terra?’ Foi assim que nasceu o conceito de módulos avançados de ambiente controlado para a Terra e o espaço”, disse Barbara Belvisi, CEO da startup.

Mas claro que para isso acontecer de verdade vários cuidados devem ser tomados. “Em Marte, você tem que fechar o ciclo. Você tem que prestar muita atenção em qualquer coisa que você está perdendo ou colocando no sistema. É um bom exercício de pensamento para nos lembrar o que poderíamos fazer na Terra se realmente insistíssemos”, explicou Evan Fraser, diretor do Instituto de Alimentos Arrell da Universidade de Guelph.

Fonte: Olhar digital, Socientifica

Imagens: Twitter, UFMG, Casa Abril

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