Avião se desintegra no ar? Especialista responde

Por mais que o avião seja considerado um dos meios de transporte mais seguros, isso infelizmente não o torna imune a acidentes. E todo acidente de avião já é bem trágico por si só, mas em determinados casos, eles podem levantar algumas questões.

No último domingo, um avião caiu em Itapeva, Minas Gerais, e sete pessoas morreram. E em um dos vídeos feitos pelas pessoas que estavam perto, é possível ver uma “chuva” de destroços da aeronave. Conforme testemunhas disseram ao Corpo de Bombeiros, o avião se desintegrou no ar. Mas será que isso realmente acontece ou é possível?

Quem respondeu a essa pergunta foi Maurizio Spinelli, piloto especialista em segurança de voo. E além disso, ele falou a respeito das circunstâncias e frequência em que esse tipo de acidente acontece.

Avião desintegra no ar?

Queda de avião em Itapeva (MG) na manhã de domingo (28). pic.twitter.com/QMeO0OvM87

— Igembeald (@igembed) January 29, 2024

De acordo com Spinelli, os aviões podem sim se desintegrar durante o voo. O piloto disse que existem várias circunstâncias para que isso aconteça. Resumidamente, acontece pela falta de reforço estrutural, velocidade excessiva e entrada em condições meteorológicas adversas.

“A maioria [das circunstâncias] está ligada ao reforço estrutural na parte das asas. Muitas aeronaves, apesar de voarem muito rápido, não necessariamente têm esse reforço. Quando [a tripulação] não observa questões de velocidade e entrada em massas [de ar] nebulosas – por exemplo: nuvens Cumulonimbus – pode acontecer uma tragédia como essa em Minas Gerais”, explicou ele.

Com relação à frequência desse tipo de acidente acontecer, Spinelli pontuou que: “Não é efetivamente tão comum. Não vemos [esse tipo de acidente ocorrer] toda hora. Mas, infelizmente, é possível que aconteça dentro dessas circunstâncias”.

Acidente

Olhar digital

O caso aconteceu com um avião, modelo Piper PA46, que saiu do Aeroporto dos Amarais, em Campinas (SP), às 10h09, com destino a Belo Horizonte (MG). Ainda pela manhã, os destroços da aeronave se espalharam por Itapeva.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o avião se desintegrou no ar antes de chegar no chão. E segundo a médica-legista, a aeronave se partiu em três partes maiores e outras menores.

Infelizmente, o acidente deixou sete pessoas mortas. Foram elas:

• Marcílio Franco da Silveira, 42 anos: empresário, fundador da Credfranco e presidente da Anec;
• Raquel Souza Neves Silveira, 40 anos: esposa de Marcílio;
• Antônio Neves Silveira, 2 anos: filho de Raquel e Marcílio;
• André Rodrigues do Amaral, 40 anos: empresário, conselheiro administrativo da Anec e sócio de Marcílio na Credfranco;
• Fernanda Luísa Costa Amaral, 38 anos: esposa de André;
• Geberson Henrique Tadeu Chagas Pereira: piloto;
• Gabriel de Almeida Quintão Araújo, 25 anos: copiloto.

Agora, uma averiguação a respeito do que aconteceu será feita pelo Centro de Investigação de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

Segurança

UOL

Sempre que um acidente com aeronaves acontece a pergunta que grande parte das pessoas se faz é: qual é o assento mais seguro para se estar?

Eles usaram um Boeing 727 também com manequins como passageiros e colocaram câmeras em todos os lugares. Esse teste também foi feito no deserto do México.

Nele, os especialistas simularam um pouso de emergência. Como resultado, os assentos da frente do avião se mostraram os piores porque na ocasião a cabine do piloto foi arrancada da aeronave.

Além disso, alguns dos assentos da frente chegaram a voar metros de distância. E com o impacto, a chicotada sofrida e toda a destruição, quem estivesse sentado na frente da aeronave poderia ficar gravemente ferido ou até mesmo morrer.

Segundo uma análise feita pela revista Time, a respeito do Banco de Dados de Acidentes de Aeronaves CSRTG, da Federal Aviation Administration, em acidentes como esse, as pessoas que estão sentadas em assentos na parte traseira do avião têm um índice de mortalidade de 32%.

Esse índice cai para 28% quando as pessoas estão nos assentos intermediários, próximos à parte traseira. Já os passageiros que estão no terço médio do avião têm sua taxa de mortalidade em 39%. Por fim, quem se senta nos lugares do corredor, ou no meio do avião têm a taxa de mortalidade de 44%. E os que se sentam nos lugares no terço da frente do avião têm a taxa de 38%.

Fonte: Olhar digital

Imagens: Twitter, Olhar digital, UOL