A Floresta de Hürtgen, localizada na fronteira entre a Alemanha e a Bélgica, era uma área de cerca de 129 quilômetros quadrados de largura, completamente arborizada. E foi palco de uma batalha de grande relevância histórica: a conhecida batalha da floresta de Hürtgen. A região forneceu um atalho para os Aliados penetrarem na Alemanha. Courtney Hodges, tenente-general do exército dos Estados Unidos, recebeu como missão de tomar o terreno arborizado. Entretanto, tal tarefa rapidamente se tornou um grande impasse. Isso porque a vantagem das tropas americanas foi diminuindo pelo pela defesa bem posicionada alemã.
O inimigo tinha todas as vantagens de um forte país defensivo, e os americanos atacantes tinham que depender quase exclusivamente das armas de infantaria por causa da espessura da floresta”, disse Dwight Eisenhower, ex-presidente dos Estados Unidos.
Após quase um mês lutando incessantemente, as tropas norte americanas tiveram 4.500 baixas. E eles haviam conseguido avançar alguns poucos quilômetros pela floresta. Caso eles tivessem avançado um pouco mais, os alemães poderiam ter aberto algumas barragens próximas dali e inundado toda a floresta.
Mas Hodge tinha uma carta na manga. Alguns elementos de seu exército cercaram a cidade de Aquisgrana, localizada ao norte, enquanto as batalhas aconteciam na floresta. Em 21 de outubro de 1944, Aquisgrana se tornou a primeira grande cidade da Alemanha a ser tomada pelas forças dos Aliados. Hodges, ao invés de englobar a Floresta de Hürtgen e levar grande parte de suas forças para o leste, chegando ao centro da Alemanha, decidiu que o melhor seria aniquilar as forças alemãs na floresta e garantir o flanco sul.
Assim, no início de novembro, uma nova ofensiva foi lançada pelos Aliados. Porém, os soldados do exército de Hodges encontraram diversas armadilhas nas árvores, nas quais explosivos foram anexados. Essa foi uma técnica empregada pelos alemães, na qual as bombas explodiram nas árvores a cerca de 25 a 30 metros acima do solo.
As explosões, que ocorreram nas copas das árvores, fez com que estilhaços e pedaços de madeira caíssem como uma chuva mortal sobre as tropas norte americanas. Alguns, inutilmente se abaixaram, ao ouvir os primeiros sons das explosões, enquanto outros se agarraram às árvores. Minimizando a área corporal que ficava exposta aos destroços que “caiam do céu”.
Surpresas e armadilhas
Soldados substitutos constantemente entravam na floresta, porém, o ritmo não acompanhava o crescente número de baixas. Algumas das unidades chegaram a perder todo o seu contingente devido aos fortes combates. “Foi brutal”, disse Jacob Pennegar, um dos soldados que entrou na floresta como substituto. Segundo alguns relatos, os soldados não conseguiam enxergar muito bem enquanto estavam na floresta. Isso porque ela era muito densa e escura. Era possível ouvir os feridos gritando por ajuda, e muitas vezes, os soldados sequer conseguiam ajudar seus amigos.
Além das armadilhas nas árvores, os alemães implantaram uma zona de 4 quilômetros de largura com minas explosivas a cada oito passos. Isso para impedir qualquer tipo de avanço das tropas americanas. Não bastando as bombas e minas, atiradores alemães foram espalhadas por toda a floresta, abatendo todos os soldados estadunidenses que acabavam sobrevivendo as armadilhas.
Durante a Batalha de Hürtgen, as tropas americanas sofreram 33 mil baixas, sendo 9 mil delas atribuídas à coisas não diretamente ligadas ao combate, como doenças e mortes por acidente. Por outro lado, os alemães tiveram 28 mil baixas. Muitos historiadores acreditam que as vidas perdidas na floresta foram em vão. Uma vez que a região tinha pouco valor estratégico. Além do mais, enquanto os americanos lutavam na floresta, as barragens no rio Roer continuavam sob o poder dos alemães.
“De um jeito ou de outro, eles pegavam você. Você congelava até a morte ou você ficava doente ou você era explodido em pedaços”, disse o tenente do Exército e sobrevivente de Hürtgen, Leonard Lomell.
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