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Brasil pode perder suas praias

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De acordo com pesquisadores europeus, metade das praias do mundo podem sumir até 2100, devido às mudanças climáticas que provocarão um aumento no nível do mar e acabar com a faixa de areia. Mesmo se reduzirem a utilização de combustível fóssil, pelo menos um terço das costas correm risco de desaparecer.

“Além do turismo, as praias costumam atuar como a primeira linha de defesa contra tempestades costeiras e inundações”, disse Michalis Vousdoukas, principal autora do estudo do Centro de Pesquisas da Comissão Europeia. “Sem elas, os impactos de eventos climáticos extremos provavelmente serão mais altos”, complementou.

Entre os países mais atingidos estão o Brasil, México, Rússia, China, Argentina, Austrália e Índia. Já as praias mais afetadas seriam as arenosas, que cobrem um terço da costa global. Esses locais foram afetados por construções e intempéries naturais. Para a pesquisa, Vousdoukas e sua equipe analisaram imagens de mais de três décadas.

Praias do Brasil

Monique Renne

O Brasil perdeu aproximadamente 70 mil hectares, ou 98 mil campos de futebol, de suas dunas, praias e areais entre 1985 e 2020. Isso representa cerca de 15% do total da área existente no país. O dado foi divulgado pelo MapBiomas, que informou que há 37 anos, existiam 451 mil hectares, em 2020, no entanto, apenas cerca de 382 mil hectares.

O estado que mais perdeu praias e dunas foi o Rio de Janeiro. Desde 1985, a costa perdeu algo em torno de 49% de sua área. Logo atrás está a Paraíba, com perda de 44%.

O MapBiomas apresentou como motivos para a diminuição da superfície dessas áreas, a pressão imobiliária sobre áreas costeiras e os empreendimentos aquícolas e salineiros. Assim como a indústria do camarão, presente em grande escala no Rio Grande do Norte e no Ceará.

Ainda de acordo com os estudos, os estados com maior área de praias, dunas e areais são o estado do Maranhão e do Rio Grande do Sul, devido a dois extensos sistemas de cordões arenosos localizados nestas costas. Além disso, 70% dos mangues do país estão concentrados no Maranhão e no Pará.

Pedro Walfir, coordenador geral de zona costeira do MapBiomas, utilizou o estado do Maranhão para explicar a importância da costa para as Unidades de Conservação.

“Por conta do Parque Nacional de Lençóis Maranhenses e da Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses, o Maranhão lidera na proteção de dunas/praias e manguezais”, disse Pedro Walfir.

O estado do Maranhão tem 98% de suas praias, dunas e areais e 86% dos seus manguezais protegidos por Unidades de Conservação. “Portanto, o Maranhão é o estado com maior extensão de ambientes costeiros protegidos por UCs do país e um dos mais conservados”, afirma o pesquisador.

Ainda de acordo com o MapBiomas, o Brasil possui 340 (13%) do total de suas 2544 Unidades de Conservação na zona costeira. Porém, somente 40% de dunas, praias e/ou areais estão protegidos em alguma dessas unidades.

Vale lembrar que a preservação das praias e dunas é necessária para o impedir a erosão costeira e para a preservação da faixa litorânea e sua biodiversidade.

Fonte: G1, Olhar Digital

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