Ciência e Tecnologia

Buraco negro em anel de poeira confirma teoria dos cientistas

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Após cientistas observarem um buraco negro supermassivo se escondendo em uma nuvem de poeira cósmica, foi confirmada a teoria feita por astrônomos há cerca de 30 anos. O registro aconteceu no centro da galáxia Messier 77 e nesta quarta-feira, 16, foi publicado um estudo sobre o caso na revista Nature.

O momento foi capturado pelo interferômetro do Very Large Telescope (VLT), do Observatório Europeu do Sul (ESO). A novidade oferece novas informações sobre núcleos galácticos ativos (AGNs), que são fontes muito energéticas que alimentam buracos negros supermassivos.

Foto: ESO/Jaffe, Gámez-Rosas et al

Como o nome aponta, os núcleos ficam no centro de algumas galáxias e são considerados um dos objetos mais brilhantes de todo universo. Enquanto isso, os buracos negros que os originam se nutrem de altos volumes de poeira e gás. A intensidade do fenômeno é tão alta que em muitos momentos ofuscam todas as estrelas da galáxia.

Estudo dos buracos negros

Foto: ESO

Os AGNs são estudados desde a década de 1950, quando foram observados pela primeira vez. As constatações do VLT fornecem dados para apoiar uma teoria que existe há cerca de 30 anos, nomeada como Modelo Unificado de AGNs.

De acordo com a hipótese, todos os núcleos galácticos ativos são diferentes. No entanto, eles possuem uma estrutura básica, formada por um buraco negro supermassivo rodeado por um anel de poeira.

Alguns AGN liberam ondas de rádio, enquanto outros não. Além disso, uns brilham mais na luz visível, e outros, como o Messier 77, possuem brilho mais suave. Essas diferenças são o resultado da orientação em que notamos o buraco negro e seu anel daqui da Terra, de acordo com a teoria. Assim como, o tipo de núcleo está ligado ao quanto o espectro poeirento obscurece o buraco, por meio do ponto de vista da Terra.

Foto: ESO/M. Kornmesser and L. Calçada

Por meio do instrumento MATISSE do ESO, os cientistas combinaram luz infravermelha captada pelos quatro telescópios do VLT e escanearam o centro de Messier 77, que está a 47 milhões de anos-luz da terra, na constelação de Cetus. Após analisarem as mudanças de temperatura na poeira, os pesquisadores notaram onde está o buraco negro e construiu uma ilustração detalhada da poeira.

O Modelo Unificado já havia sido apoiado anteriormente com a detecção de poeira quente no centro de Messier 77. Porém, ainda falta explicar se o pó é capaz de esconder o buraco negro completamente e a razão para esse núcleo galáctico brilhar menos na luz visível.

Para a cientista Violeta Gámez Rosas, líder da pesquisa, a equipe deu um passo muito importante. “Nossos resultados devem levar a uma melhor compreensão do funcionamento interno dos AGNs”, afirma. “Eles também podem nos ajudar a entender melhor a história da Via Láctea, que abriga um buraco negro supermassivo em seu centro que pode ter estado ativo no passado.”

Fonte: Revista Galileu

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