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Saiba como funciona o sistema de escrita Braille

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O Braille é um sistema de escrita e leitura baseado em 63 símbolos em alto-relevo. Eles surgem da combinação de até seis pontos divididos em duas colunas de três pontos cada.

Esses símbolos representam as letras, algarismos e sinais de pontuação. Além disso, o Braille é utilizado por pessoas que não enxergam ou possuem baixa visão, por isso funciona através do tato, por meio de uma ou de duas mãos. A leitura é realizada da esquerda para a direita.

Como surgiu o Braille?

Foto: Reprodução/ braillebug.org

O sistema Braille foi desenvolvido pelo francês Louis Braille. Ele nasceu em Coupvray, na França, em 04 de janeiro de 1809, filho de Monique e Simon-René. Por causa de um acidente na infância, toda a vida do jovem foi mudada. Aos três anos de idade, enquanto brincava com ferramentas do pai, uma sovela acabou atingindo seu olho acidentalmente.

Os pais do garoto procuraram todo tipo de atendimento para tratar o olho esquerdo que foi seriamente ferido. No entanto, nada adiantou e ele acabou perdendo a visão esquerda. Logo depois disso, uma infecção no olho ferido se espalhou para o olho direito e o garoto ficou cego dos dois olhos.

Com isso, os pais de Braille começaram a ensinar o filho e, mesmo cego, o desempenho escolar do garoto era tão bom que ele conseguiu uma bolsa em um colégio para cegos, o Instituto Nacional para Jovens Cegos, em Paris. O colégio criado por Valentin Haüy possuía um método de alfabetização para pessoas cegas.

O método de alfabetização era basicamente imprimir letras em alto-relevo para que os cegos pudessem identificá-las através do tato. Porém, o sistema era muito complexo, o que tornava muito difícil para alguns alunos cegos aprenderem.

Método de Charles Barbier

Foto: Research Gate

Esse método começou a mudar quando o jovem Louis Braille conheceu, em 1821, Charles Barbier de La Serre. O oficial francês foi até a escola que o garoto estudava para apresentar um novo código que havia criado no exército francês. O código de Barbier foi um pedido de Napoleão Bonaparte para que os soldados franceses conseguissem ler as ordens recebidas no escuro.

O método de Barbier utilizava pontos e traços e ficou conhecido como “escrita noturna”. No entanto, o método não obteve sucesso no exército porque os soldados franceses o achavam complexo, com grande número de sinais e, com isso, a decoração era lenta.

Além disso, o sistema de Barbier se baseava nos sons e por isso não permitia a soletração, assim como tinha uma combinação de símbolos muito grandes, mas sem os números, letras com acento e notas musicais.

Braille conheceu esse método com 12 anos de idade e dedicou três anos de sua vida para estudá-lo. Com 15 anos, em 1824, apresentou um método alternativo com o objetivo de melhorar a criação de Barbier. Assim, segue até hoje o sistema Braille.

O método criado por Braille

Foto: Vatican News

Louis Braille reformulou o modelo de Barbier e desenvolveu um método baseado nas letras do alfabeto francês e nos números. Com isso, o sistema criado por Braille permitia um total de 63 combinações em relevo.

No ano de 1826, Braille começou a ensinar o sistema para os seus colegas. Já em 1829, publicou um livro sobre o método e em 1837 publicou uma revisão.

Nessa época, o diretor do Instituto Nacional para Jovens Cegos, Dr. Pignier, decidiu usar o método de Braille, mesmo que ele ainda não fosse oficializado. Por causa disso, ele acabou sendo demitido do cargo devido à insistência em usar o sistema de Braille. Também nesse momento, Louis Braille era professor no local e buscava o reconhecimento para a sua criação.

Louis Braille morreu em 1852, em decorrência de uma tuberculose, aos 43 anos. O método que desenvolveu só foi oficializado dois anos depois e a partir de 1854, devido à sua popularidade, se tornou o método mais usado na alfabetização de cegos na França. Além disso, o sistema Braille começou a se tornar popular em todo o mundo após ser apresentado, em 1855, na Exposição Internacional, na França.

O sistema no Brasil

Foto: Calendarr

O Braille foi introduzido no Brasil em 1854 após esforços de José Álvares de Azevedo para criar uma instituição para educar jovens cegos. Azevedo era cego e aprendeu a ler o Braille na França, ainda na adolescência.

Ele voltou para o Brasil com o objetivo de introduzir o sistema no país. No ano de 1850, conseguiu uma audiência com o imperador D. Pedro II e obteve a autorização para criar uma escola para cegos. Após isso, em 1854, foi fundado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, porém, o primeiro professor cego do Brasil, José Álvares de Azevedo, já havia falecido de tuberculose.

Após a introdução, o Braille passou por mudanças para adaptá-lo à língua portuguesa. Atualmente, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos se chama Instituto Benjamin Constant.

Fonte: Recreio, Mundo Educação

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