Desde que o mundo é mundo, os primeiros humanos já eram fascinados pelo céu e pelos astros que eram vistos. Conforme a tecnologia foi avançando e o pensamento científico também foi sendo mais elaborado, o encanto pelo espaço e pelos ambientes, ao redor do universo, aumentou ainda mais. É claro que, com o fascínio pelo espaço e com o aumento de recursos, a expectativa pela possibilidade de existir vida fora da Terra também cresceu.
Logicamente para que a vida complexa exista em outro lugar é preciso vários fatores. Assim, quando os cientistas procuram em outras galáxias, baseiam-se no que sabem. Tanto que, até o momento, conhece-se apenas um planeta que tenha vida: o nosso.
Justamente por isso que se procura planetas parecidos com a Terra e que estão em uma faixa de distância específica da sua estrela hospedeira para que eles possam ter temperaturas habitáveis. Em 2018, os astrônomos identificaram um novo exoplaneta a 66,5 anos-luz da Terra. Ele é parecido com nosso planeta e orbita uma anã vermelha, que é o tipo de estrela mais comum no universo.
Descoberta
Agora, os cientistas fizeram uma outra descoberta. Eles viram que o exoplaneta parece não ter nenhuma atmosfera, o que pode causar uma grande mudança na busca por vida em outros planetas.
Por conta de as anãs vermelhas serem tão comuns, essa nova descoberta feita significa que um número grande de planetas que orbitam essas estrelas também pode não ter atmosferas. Ou seja, é improvável que eles tenham condições de abrigar seres vivos.
O exoplaneta em questão é o chamado GJ 1252b e orbita sua estrela duas vezes durante o tempo de um único dia na Terra. Por conta de ele estar bem mais próximo da sua estrela do que o nosso planeta, ele é extremamente quente e inóspito.
“A pressão da radiação da estrela é imensa, o suficiente para destruir a atmosfera de um planeta”, disse Michelle Hill, astrofísica da Universidade da Califórnia Riverside e coautora do estudo.
Mesmo que a Terra também perca parte da sua atmosfera no decorrer do tempo por conta do sol, as emissões vulcânicas e outros processos de ciclo de carbono fazem com que essa perda seja quase imperceptível, já que elas ajudam a repor o que foi perdido.
Vida extraterrestre
Contudo, com uma proximidade maior de uma estrela, um planeta não pode continuar repondo a atmosfera perdida. No nosso sistema solar isso acontece com Mercúrio, que por mais que tenha uma atmosfera, esta é extremamente fina.
Entretanto, os cientistas dizem que essa descoberta não significa que as chances de encontrar vida extraterrestre diminuíram. “Existem cinco mil estrelas na vizinhança solar da Terra, a maioria delas anãs vermelhas. Mesmo que os planetas que os orbitam possam ser totalmente descartados, ainda existem cerca de mil estrelas semelhantes ao Sol que podem ser habitáveis”, disseram os pesquisadores.
Exoplanetas
Cada nova descoberta feita é um passo dado nessa busca por vida fora da Terra. Ano passado, uma equipe de astrônomos identificou uma classe de planetas que pode ser promissora. São exoplanetas revestidos em um oceano global e com uma atmosfera rica em hidrogênio. O que sugere que eles podem abrigar a vida como nós a conhecemos.
Esses exoplanetas são mais numerosos em levantamento planetário do que os rochosos. Isso quer dizer que podem ser um lugar fértil na busca por vida extraterrestre. Os pesquisadores chamaram esses exoplanetas de “Hycean”.
“Algumas das condições nos oceanos desses mundos podem ser semelhantes às condições habitáveis nos oceanos da Terra, ou seja, temperaturas e pressões semelhantes, presença de água líquida e energia da estrela. Há muitas questões em aberto, mas esta é apenas uma primeira suposição neste estágio. A suposição é que se a vida aquática microbiana pode se formar nesses oceanos da mesma maneira que fez na Terra, então, algumas das bioassinaturas também podem ser comuns”, disse o astrônomo Nikku Madhusudhan do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge.
“Este é um caminho fundamentalmente novo em nossa busca por vida em outro lugar. E contém uma promessa significativa para esse objetivo em um exoplaneta em uma escala de tempo de alguns anos”, concluiu ele.
Fonte: History, Science Alert
Imagens: Sci news, Universe today, Inova tecnologia