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Canabidiol chega ao SUS em maio em São Paulo. Saiba quem terá direito

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Há tempos a cannabis é usada como uma erva medicinal, principalmente com função de analgésico. Contudo, em alguns países ela tem o seu uso proibido porque também pode ser usada como fumo recreativo. Mesmo assim, seu lado medicinal é inegável. Por isso que a planta e seus componentes são sempre estudados, como por exemplo, o canabidiol, que é um composto da cannabis conhecido como CBD.

Agora, o Sistema Único de Saúde (SUS) irá começar a distribuir remédios à base de canabidiol em São Paulo a partir de maio. O decreto regulamentando o fornecimento de medicamentos à base de CBD e de outros compostos da cannabis medicinal de forma gratuita foi publicado em dezembro do ano passado pelo governador Tarcísio de Freitas.

Segundo a Secretaria de Saúde do estado, os primeiros pacientes que terão acesso a esses medicamentos à base de canabidiol serão os que fazem tratamento para as síndromes de Dravet, Lennox-Gastaut e para esclerose tuberosa. E ainda nesse mês irá ser publicado o protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas que nortearão o trabalho dos médicos.

Distribuição

Brasil de fato

“Fizemos extensa análise das informações existentes na literatura e encontramos evidências suficientes para que se possa recomendar para alguns pacientes portadores dessas três condições clínicas (síndromes de Dravet, Lennox-Gastaut e para esclerose tuberosa) produtos derivados de cannabis, especificamente o canabidiol. Esses produtos fazem parte de um grupo de medicamentos já aprovados pela Anvisa. Esperamos que nos primeiros meses de 2024 nós já possamos beneficiar esse contingente de pacientes”, explicou José Luiz Gomes do Amaral, assessor técnico da Secretaria de Saúde.

Segundo Caio França, deputado e autor da lei estadual que prevê a distribuição de medicamentos à base de canabidiol no SUS, essa iniciativa é apenas o começo e que a luta pela inclusão de mais patologias que possam ter esse tratamento ainda continua.

“Estamos trabalhando para democratizar o acesso a esses medicamentos”, disse ele em suas redes sociais.

Essa regulamentação da distribuição do canabidiol é tida como importante por minimizar os impactos financeiros da judicialização, mas também por garantir aos pacientes uma segurança. Até porque, os protocolos terapêuticos que funcionam foram aprovados pelas autoridades de saúde.

“As ações judiciais impactam diretamente o orçamento público da saúde pública, privilegiando direitos individuais em detrimento das políticas públicas estabelecidas no SUS. Além disso, obrigam o estado a fornecer produtos sem registro na Anvisa, delimitação de dose de segurança, evidência de eficácia, indicação terapêutica ou controle clínico do uso”, pontuou o governo de São Paulo.

Canabidiol

Gizmodo

O canabidiol foi visto em uma planta brasileira comum. Essa descoberta abre novos caminhos em potencial para a produção dessa substância, que é cada vez mais popular.

O CBD foi encontrado pelos cientistas nos frutos e nas flores da planta conhecida como Trema micrantha blume. De acordo com o biólogo molecular Rodrigo Moura Neto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ele é um arbusto que cresce em grande parte do Brasil e geralmente é considerado como uma erva daninha.

Esse composto da cannabis está sendo cada vez mais usado no tratamento de algumas doenças, como por exemplo, a epilepsia, a dor crônica e a ansiedade. Junto com o tetrahidrocanabinol, ou THC, o canabidiol é um dos principais compostos ativos da cannabis. E sua eficácia como um possível tratamento médico ainda é estudada.

De acordo com Neto, através de uma análise química foi descoberto que a planta tem CBD, mas não tem THC. Isso sugere que ela possa ser uma nova fonte abundante para o primeiro composto. Além disso, ela não enfrentaria os vários obstáculos legais e regulatórios que a cannabis enfrenta, sendo proibida em vários lugares do país.

“É uma alternativa legal ao uso de cannabis. Essa é uma planta que cresce em todo o Brasil. Seria uma fonte de canabidiol mais simples e barata”, pontuou ele.

Os resultados do estudo ainda não foram publicados, mas Neto planeja ampliar o estudo para conseguir identificar quais são os melhores métodos para que o CBD seja extraído da Trema, além de analisar a eficácia dele nos pacientes que têm condições que são tratadas com a cannabis medicinal.

O estudo ganhou uma doação de 500 mil reais do governo brasileiro para que o estudo seja financiado. Com isso, Neto estima que será preciso, pelo menos, cinco anos para ser concluído.

Fonte: Correio braziliense, Science alert

Imagens: Gizmodo, Brasil de fato

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