Natureza

Carne de píton pode ser a comida do futuro, sugere pesquisa

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Você já imaginou comer carne de píton? Sim, a famosa cobra pode ser a comida do futuro, segundo uma pesquisa.

As mudanças climáticas e a diminuição dos recursos naturais estão afetando diversos sistemas agrícolas, levantando preocupações sobre a segurança alimentar futura.

Por isso, um estudo internacional recente, publicado no periódico Scientific Reports em 14 de março, avaliou uma fonte de alimento alternativa, mas incomum: a carne de píton.

Embora o cultivo de pítons já seja praticado em partes da Ásia devido à sustentabilidade, alto teor proteico e baixo teor de gordura saturada da carne de serpente, essa prática não é amplamente reconhecida pelos cientistas e agricultores tradicionais.

No entanto, o novo estudo apresenta informações adicionais sobre essa prática e destaca seus potenciais benefícios.

Via Public Domain

Pesquisa

Pesquisadores das universidades Macquaire, na Austrália, e Oxford, no Reino Unido, conduziram uma análise em 4,6 mil pítons provenientes de duas fazendas que criam esses animais, localizadas na Tailândia e no Vietnã.

O estudo comparou o crescimento de duas espécies principais, Malayopython reticulatus e Python bivittatus, e realizou experimentos para avaliar a eficácia desse tipo de produção.

As pítons viviam em armazéns semiabertos para garantir a ventilação, mantendo uma temperatura semelhante à do ambiente natural delas.

Elas foram alimentadas apenas uma vez por semana, geralmente com roedores e resíduos proteicos provenientes das cadeias de abastecimento de alimentos agrícolas.

Alguns fazendeiros até processavam esses resíduos proteicos para criar salsichas destinadas às pítons.

Os resultados mostraram um crescimento rápido das pítons em um período de 12 meses, sendo que as fêmeas cresceram a uma taxa mais rápida do que os machos.

Em média, as cobras ganharam 46 gramas por dia. Segundo a análise, cada grama de Python bivittatus pode gerar 4,1 gramas de carne consumível, tornando essa prática mais produtiva do que outras formas de criação animal.

Pítons

As pítons são serpentes da família Pythonidae, encontradas em diversas regiões tropicais e subtropicais do mundo.

Elas são conhecidas por sua aparência robusta e musculosa, bem como por sua habilidade de matar suas presas por constrição.

As pítons não são venenosas. Em vez disso, elas matam suas presas por pressão, envolvendo firmemente com seu corpo musculoso até que a presa pare de respirar.

Essa espécie costuma viver em uma variedade de habitats, incluindo florestas tropicais, savanas, pântanos e áreas rochosas. Elas são altamente adaptáveis e podem ser encontradas em ambientes terrestres e aquáticos.

As pítons variam em tamanho, desde espécies relativamente pequenas, com cerca de 1 metro de comprimento, até espécies gigantes, como a píton-reticulada (Malayopython reticulatus), que pode atingir mais de 6 metros de comprimento.

Elas têm corpos robustos e musculosos, com padrões de coloração que variam de acordo com a espécie e o habitat.

Naturalmente, essas cobras são predadoras que se alimentam de uma variedade de presas, incluindo mamíferos, aves e répteis. Elas caçam ativamente suas presas, muitas vezes utilizando camuflagem e paciência para se aproximar sorrateiramente.

No entanto, são geralmente solitárias e noturnas. Durante o dia, elas se abrigam em tocas, buracos ou em meio à vegetação densa para evitar predadores e o calor excessivo.

Via Animalia.bio

Carne de píton

Os répteis da pesquisa demonstraram ter taxas de conversão de alimento e de proteína superiores a todas as espécies agrícolas estudadas até o momento.

Segundo o principal autor do estudo, o Dr. Daniel Natusch, da Escola de Ciências Naturais da Universidade Macquarie, a carne de píton é branca e altamente rica em proteínas.

Conforme explica a pesquisa, os répteis de sangue frio têm uma eficiência maior em converter os alimentos que consomem em carne e tecido corporal do que qualquer outra criatura de sangue quente.

Além disso, as fazendas de pítons produzem uma quantidade significativamente menor de gases de efeito estufa em comparação com as fazendas de gado, suínos e aves.

A habilidade de jejum das pítons ajuda a regular seus processos internos e metabólicos. Assim, mantém sua condição corporal de maneira a aumentar a proteína na carne. Dessa forma, possui mais segurança em ambientes instáveis.

Isso sugere que o cultivo para carne de píton pode oferecer uma resposta flexível e eficaz à insegurança alimentar global.

 

Fonte: Revista Galileu

Imagens: Public Domain, Animalia.bio

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