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Chamar funcionário de careca é uma forma de assédio na Inglaterra

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A Justiça do Reino Unido determinou que chamar um homem de careca em um ambiente de trabalho pode constituir assédio. A história foi publicada por jornais ingleses na última quinta-feira (12/05).

De acordo com a ação, que foi reportada pelo jornal britânico The Telegraph, o eletricista Tony Finn acusou seu ex-supervisor, 30 anos mais novo, de assédio sexual por tê-lo chamado de careca em julho de 2019. Um ano e meio depois, em maio de 2021, Finn foi demitido.

Segundo as informações da imprensa da Inglaterra, Tony Finn trabalhou durante mais de 20 anos na empresa Bung Company na cidade de Sheffield, na Inglaterra.

Após ser demitido, ele processou a empresa alegando, entre outras coisas, que havia sido vítima de assédio sexual de seu supervisor, Jamie King.

Finn disse que King o chamou de “otário careca” durante uma discussão em 2019. O eletricista afirma ter ficado contrariado pelo comentário sobre a careca. 

O julgamento

Foto: Reprodução

Os três juízes do caso debateram se essa agressão verbal era um insulto ou um assédio e acabaram decidindo que uma linha foi cruzada pelo supervisor ao fazer um comentário sobre a aparência do funcionário.

Os responsáveis por julgar o caso acreditam que o supervisor proferiu as palavras para violar a dignidade de Finn e criar um ambiente de trabalho intimidatório, hostil, degradante, humilhante ou ofensivo para o subordinado.

“Pela sua própria admissão, a intenção de King (o supervisor) era ameaçar Finn e insultá-lo. De acordo com nosso juízo, há uma conexão entre a palavra ‘careca’, por um lado, e características relativas ao sexo de outro”, escreveram os juízes.

Após a empresa argumentar que as mulheres também podem ser carecas, os juízes afirmaram que a calvície é muito mais comum entre os homens.

“Nós consideramos que (a calvície) é inerentemente relacional ao sexo”, acrescentaram os profissionais envolvidos no processo.

Os juízes ainda compararam a situação a uma outra história, em que a Justiça condenou uma empresa por causa de um comentário do supervisor sobre o tamanho dos seios de uma funcionária.

“É muito mais provável que uma pessoa que recebe um comentário como o que foi feito nesse caso seja uma mulher e que, da mesma forma, é muito mais provável que uma pessoa que recebe uma observação como a feita por King seja do sexo masculino”, disseram os juizes.

A pena ainda não foi decidida.

O que os juizes afirmaram sobre a “careca” como insulto

Foto: Pixabay/ romyrwood

O painel de julgamento foi liderado pelo juiz Jonathan Brain, que afirmou que destacar a calvície do outro poderia ser configurado como um insulto ou até mesmo assédio. O profissional ainda comparou a situação com o assedio sexual vivido pelas mulheres no ambiente de trabalho.

Em concordância, um juiz trabalhista envolvido no processo considerou que “a perda de cabelo é muito mais prevalente entre os homens do que entre as mulheres, então usá-lo para descrever alguém é uma forma de discriminação”, afirmou o profissional.

“Temos poucas dúvidas de que ser referido dessa maneira pejorativa era uma conduta indesejada no que dizia respeito ao senhor Finn”, informou o líder do painel, Jonathan Brain.

De acordo com a publicação, repercutida pelo Uol, o homem foi demitido por má conduta após o caso ter sido relatado por seu filho, policial, ao jornal Polícia de West Yorkshire. Isso fez com os donos da empresa pensassem que a situação estava sendo tratada como um crime.

Para o tribunal, a demissão foi injusta, já que a companhia não esperou que a polícia respondesse sobre o envolvimento deles no incidente. A imprensa britânica também informou que Finn já havia vencido processos por demissão injusta.

Fonte: G1, Aventuras na História

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