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Cheirar um alimento não o salvará de uma intoxicação alimentar. Especialista explica o motivo

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Todos nós sabemos que uma boa alimentação pode influenciar na nossa saúde e na disposição que temos para enfrentar o dia a dia. O segredo não está em apenas comer frutas e legumes, mas sim em fazer uma dieta equilibrada com todos os alimentos em quantidades certas. Isso porque o nosso corpo precisa de um pouco de cada alimento para que tenhamos uma vida saudável.

Por mais que alguns micróbios criam odores quando crescem, alguns deles que podem deixar as pessoas doentes não têm cheiro. Dentre eles, os mais relacionados com as doenças de origem alimentar, como Listeria e Salmonella, quase sempre irão ser impossíveis de detectar com o cheiro.

Cheirar alimento

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Isso porque, mesmo que elas estivessem presentes, essas bactérias estariam em quantidades tão pequenas que qualquer ação metabólica seria imperceptível para o nariz humano. Além disso, qualquer cheiro que a Listeria produzisse não seria possível diferenciar dos que são produzidos pela  espécies microbianas mais abundantes que são comuns e que se espera que estejam nos alimentos.
Com relação à Salmonella é ainda mais difícil do cheiro dela ser sentido. Até porque, o patógeno, caso esteja no alimento, deve estar dentro dele, sendo impossível de cheirar.
Mas é claro que dá para saber quando os alimentos estão estragados sem ser pelo cheiro. Até porque, os micróbios agem de outras maneiras, como corroendo os alimento que foram deixados por muito tempo ou estavam guardados de forma errada.
Por isso que o ponto principal para evitar uma intoxicação alimentar é armazenar os alimentos em temperatura certa e os cozinhar pelo tempo certo.

Regra

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Além de cheirar um alimento para ver se é seguro comê-lo, muitas pessoas fazem a famosa “regra dos cinco segundos”, que diz que se o alimento ficar no chão apenas por esse tempo, é seguro comer. Mas será que isso realmente faz sentido? Essa regra tem embasamento científico ou é só uma crença popular?

A origem dessa regra não é uma coisa certa, mas existe uma história de que ela começou com Julia Child. Na década de 1960, ela tinha um programa de culinária, o “The French Chef”, nos EUA. De acordo com os telespectadores, ela pegou rapidamente uma carne que tinha caído no chão, mas na realidade era uma panqueca que caiu no fogão e não no chão. Então, Julia colocou de volta na panela o alimento e brincou: “Você sempre pode pegá-lo, e se estiver sozinho na cozinha, quem vai ver?”.

E no caso da taxa de transferência de bactérias e demais microrganismos, vários estudos já a estudaram e pontuaram que ela é multivariada e influenciada por vários fatores. Dentre eles, existem quatro principais. São eles: tempo, tipo de superfície, o tipo de alimento e o nível de contaminação.

Um estudo feito pelos pesquisadores da Universidade de Rutgers, em Nova Jersey, nos EUA, fez a análise de vários tipos de comida. Com isso, eles viram que quanto mais úmido for o alimento, a taxa de transferência e a contaminação será maior.

Contudo, isso não quer dizer que os alimentos secos, como por exemplo, os pães, não podem ser contaminados. “Com maior teor de umidade, vai ter uma transferência muito maior, mas isso não quer dizer que o alimento seco não foi contaminado. Vai depender de outras variáveis”, disse Maristela da Silva do Nascimento, professora doutora da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, área de pesquisa em Higiene e Segurança de Alimentos.

Ainda de acordo com ela, em vários casos, essa transmissão acontece instantaneamente. “A transferência pode acontecer em um segundo. No caso do chão, que tem uma alta carga microbiana, eventualmente pode ocorrer a presença de Salmonella, Escherichia coli, Listeria monocytogenes, Bacillus cereus e vírus da hepatite A”, explicou a especialista.

E se a pessoa comer um alimento que estiver contaminado, ela pode ter sintomas como diarreia, vômitos, febre e até outros mais graves, conforme o microrganismo que tiver contaminado. Por conta disso, o melhor a ser feito é não comer aquele alimento que caiu no chão, no carpete ou em alguma outra superfície.

É comprovado que os alimentos que caíram no chão podem ser contaminados, mesmo em milésimos de segundos. Contudo, existe uma exceção: aqueles que têm casca.

Tomando a banana como exemplo, ela funciona como se fosse um produto embalado, por isso que o risco de o alimento ser contaminado é menor. “A casca não entraria em contato com a fruta que seria consumida”, ressaltou Nascimento.

Se isso acontecer, o recomendado é não usar a mão que estiver suja para comer, ou então higienizar a fruta antes de pegar e colocá-la em algum prato, ou como ingrediente em uma receita.

“Se o alimento for lavável, como frutas com casca, verduras ou outros alimentos que possam entrar em contato com água, podem ser lavados em água corrente e colocado de molho em hipoclorito de sódio, como recomendamos geralmente. Se for uma fatia de pão, um salgado ou outros que não possam ser lavados, devem ser descartados”, disse Thatiane Nakadomari, infectologista do Hospital São Vicente, em Curitiba.

Imagens: VivaBem, Semear

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