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Cientistas afirmam que mosquitos cansados preferem dormir a comer

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Cientistas descobriram que quando os mosquitos estão sonolentos eles preferem recuperar o sono perdido a procurar comida no dia seguinte. O estudo apontou que até os insetos precisam de um sono adequado.

A ação de recuperar o sono perdido é chamada de “rebote do sono”. Quando um indivíduo não dorme a quantidade necessária de horas, ou fica sob estresse elevado quando acordado, o corpo precisa de mais tempo de sono no dia seguinte. O rebote de sono acontece com humanos e animais, inclusive com insetos como moscas de fruta e mosquitos.

Os pesquisadores tomaram diversas precauções ao desenvolver os protocolos para o estudo. Isso porque a observação pode afetar o resultado do experimento, especialmente ao analisar os mosquitos.

Esses insetos sentem a presença de pessoas por causa do nosso calor corporal, movimento, vibrações e até do gás carbônico que exalamos ao respirar. Por causa disso, é difícil observar o sono deles.

Para realizarem a pesquisa, os cientistas montaram o experimento em uma parte mais tranquila do campus da Universidade de Cincinnati, onde não havia circulação de pessoas. Eles também precisaram instalar câmeras e sensores infravermelhos para gravar os movimentos dos insetos sem incomodá-los.

Os mosquitos dormem muito em laboratório, entre 16 e 19 horas por dia, dependendo da espécie. Porém, não é fácil reconhecer um mosquito cochilando. Isso porque quando não estão atrás de alimento, eles se empoleiram por longos períodos para conservar energia.

Durante a pesquisa, os cientistas identificaram um sinal sutil que permite diferenciar os mosquitos parados daqueles dormindo. Quando eles estão repousando, suas patas traseiras abaixam e seu corpo se aproxima da superfície. 

A pesquisa

Foto: Ernesto r. Ageitos/Getty Images

Com o uso de gravações para identificar o comportamento dos mosquitos, os cientistas analisaram três espécies diferentes, com hábitos também distintos. O primeiro foi o Aedes aegypt, transmissor da dengue e com hábitos diurnos, em seguida foi analisado o Culex pipiens, o pernilongo comum, ativo no entardecer. O terceiro foi Anopheles stephensi, espécie do gênero Anopheles, transmissores da malária, mais ativo durante a noite.

Primeiramente, os pesquisadores estudaram os hábitos de alimentação e sono dos mosquitos por uma semana. Depois disso, em um segundo experimento, privaram os mosquitos do sono ao perturbá-los durante sua hora de dormir. Isso era feito vibrando periodicamente os compartimentos onde esses insetos estavam ficando.

Enquanto mais de 75% dos mosquitos que tiveram sono normal buscaram uma refeição,  menos de 25% tinham interesse em comida depois de um período mal dormido. “Apesar de os mosquitos precisarem de sangue para produzir ovos, eles vão desistir para recuperar o sono que perderam”, explicou Joshua Benoit, um dos autores do estudo.

Os mosquitos cansados eram menos propensos a pousar em hospedeiros, tanto no laboratório quanto no campo. Isso aponta que o comportamento também pode acontecer em condições naturais, fora de experimentos.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o mosquito é o animal que mais provoca doenças humanas. Isso ocorre por causa da transmissão de doenças como malária, dengue e febre amarela. Por isso, ao entender o ciclo de sono desses insetos, os cientistas esperam encontrar formas de controlá-los e prevenir infecções. “É importante entender a dinâmica do sono deles, quando se alimentam e quando dormem”, afirmou Benoit. 

Por que a picada de mosquito coça?

Foto: Jcomp/Freepik

Outra curiosidade envolvendo os mosquitos é o motivo para a picada do inseto coçar. Especialistas explicam que a coceira é parte da reação alérgica do organismo.

“Quando um mosquito secreta saliva na corrente sanguínea, o corpo registra a saliva como um alérgeno. O sistema imunológico, então, envia a histamina química para a área onde o mosquito o picou, removendo o alérgeno do corpo. A histamina é o que faz com que as picadas de mosquito cocem e inchem”, explica o site da Cleveland Clinic.

A histamina pode elevar a circulação de sangue no local da picada e, com isso, aumenta a concentração de células protetoras no local. Esse processo do sistema imunológico auxilia na filtragem de alguns patógenos antes que eles consigam invadir as células saudáveis, mas nem todos.

Isso porque além da saliva, os mosquitos injetam alguns anticoagulantes e anestésicos para que o processo de absorção de sangue não seja interrompido. O objetivo é chamar a menor atenção possível. No entanto, nem todas as espécies são eficientes nesse processo, o pernilongo doméstico, por exemplo, é bastante barulhento, podendo ser identificado antes da picada.

Fonte: Superinteressante, Canaltech

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