Cientistas que estudam uma espécie de camaleão extraordinariamente pequena, descobriram recentemente um fato bastante intrigante: embora o macho da espécie possa ser o menor réptil do mundo, o animal em questão possui um genital desproporcionalmente grande.
A descoberta foi publicada em um artigo, intitulado como “Miniaturização extrema de um novo vertebrado amniota e percepções sobre a evolução do tamanho genital de camaleões”. O documento acabou sendo também publicado pela revista Scientific Reports.
A espécie
O Brookesia nana, um camaleão extremamente miniaturizado, é raro. O animal, além disso, está ameaçado de extinção. De acordo com os pesquisadores, o réptil é comumente encontrado nas florestas tropicais do norte de Madagascar.
Segundo o artigo, o espécime masculino mede cerca de 21,6 milímetros de comprimento. Já o espécime feminino pode atingir cerca de 28,9 milímetros. Apesar da pequena estatura, o camaleão macho possui um hemipênis relativamente grande e, aparentemente, bem desenvolvido.
Segundo os estudiosos, o genital do espécime macho mede cerca 2,5 milímetros quando totalmente exposto. Em poucas palavras, o pênis do réptil é maior que seu próprio comprimento.
“Nessas espécies miniaturizadas, os machos menores são dotados de hemipênis maiores, o que lhes permitem um melhor ajuste mecânico, possibilitando, assim, uma cópula bem-sucedida com fêmeas, as quais, geralmente, são muito maiores que os machos”, afirma o artigo.
Mark Scherz, um dos autores do estudo, também revelou em seu artigo que, “embora a Brookesia nana seja considerada a menor do mundo”, em outras espécies de camaleões do gênero Brookesia, os machos são relativamente pequenos em comparação com as fêmeas.
Genital
Para os cientistas, o notável tamanho destes répteis está intimamente relacionado ao “nanismo insular”. A condição, basicamente, é pertinente à crença de que criaturas que viviam em ilhas – como Madagascar – evoluíram para ser menores e compensar a falta de recursos.
Para Scherz, embora o Brookesia macho tenha evoluído para ser extremamente pequeno e, assim, se adaptar às condições naturais do habitat no qual encontra-se, o tamanho do órgão genital não mudou devido a cúpula.
“Achamos que a situação pode estar relacionada ao dimorfismo de tamanho”, revelou Scherz. “Se a espécime fêmea permanece maior do que o macho, a redução do tamanho da genitália masculina não ocorre”.
Brookesia micra
O segundo camelão mais pequeno do mundo pertence a espécie Brookesia micra. O réptil foi descoberto em 2012. O animal é tão pequeno que é capaz de se apoiar tranquilamente na cabeça de um fósforo.
De acordo com o site Portal dos Animais, “esse mini camaleão em particular foi encontrado – e registrado pela primeira vez – no ilhéu de Nosy Hara, que faz parte da província Antsiranana, em Madagascar”.
Os adultos, ainda de acordo com o site, “chegam apenas até os 29 milímetros de comprimento”. Segundo os pesquisadores, o tamanho máximo que a espécie pode atingir é de 30 mm, da cloaca até o focinho.
Comparado com o Brookesia minina, a espécie tem o rabo e a cabeça em menor estatura. Além disso, é caracterizado por possuir uma cauda laranja.
Em suma, o nome -Brookesia micra – é nada mais que uma derivação em latim de uma palavra grega, mikros, que, conforme divulgado pelo site Portal dos Animais, significa “pequeno”.
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