Curiosidades

Cientistas encontram ”Atlântida” australiana de 70 mil anos

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Há mais de dois mil anos Platão escreveu a respeito de Atlântida, uma cidade onde a tecnologia era avançada, havia 10 mil carruagens, torres e canais altos e centenas de elefantes e touros. Por mais que ninguém saiba com certeza se essa cidade realmente existiu ou não, o fato é que ela está presente no imaginário e na história do mundo.

De acordo com a lenda, Atlântida teria afundado depois de perder a guerra contra Atenas. Mesmo sendo presente na história da humanidade, na visão da ciência, sua existência é descartada. Mesmo assim, seu nome é usado, em determinados casos, para descobertas feitas embaixo d’água.

Como por exemplo, essa grande extensão de terra que atualmente está submersa na costa da Austrália. De acordo com um estudo, esse local poderia ter sido o lar de meio milhão de pessoas. Para se ter uma noção do quão grande era essa extensão de terra, ela poderia ter funcionado como uma espécie de ponto de migração entre a atual Indonésia e a Austrália.

Essa “Atlântida” australiana era parte do paleocontinente chamado Sahul, que unia Austrália, Nova Guiné e Tasmânia. Outra coisa revelada pelo estudo foi que, entre 71 e 59 mil anos atrás, o nível do mar era aproximadamente 40 metros mais baixo do que hoje em dia. Por conta disso que esse arquipélago perto da ilha de Timor, no sudoeste asiático, estava na superfície.

“Estamos falando de paisagem bastante submersa, hoje a mais de 100 metros abaixo do nível do mar”, disse Kasih Norman, pesquisadora responsável pelo estudo.

De acordo com o Live Science, entre 29 e 41 mil anos atrás, período do pico da última era glacial, aconteceu uma diminuição abrupta no nível do mar e por conta disso essa grande extensão de terra do lado da Austrália atual foi exposto.

Atlântida australiana

Correio braziliense

O estudo mostrou que essa “Atlântida” australiana tinha características adequadas para que a vida humana se desenvolvesse, como por exemplo, lagos de água doce grandes, rio e uma paisagem que propiciava o estabelecimento de abrigos. E segundo o cálculo feito por Norman, a região poderia ter sido abrigo de entre 50 mil a meio milhão de pessoas.

Contudo, à medida que a última era glacial foi chegando ao fim, as calotas polares derreteram e isso fez com que o nível do mar começasse a subir de forma rápida e inundasse essa extensão de terra. Então, em um período de 400 anos, aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados de terra desapareceram sob as águas.

Isso se confirma pela pesquisa genética feita nas Ilhas Tiwi, que ficam perto dessa “Atlântida”, e também pelo registro arqueológico nas regiões costeiras da Austrália.

Com relação à população que vivia na região, Norman diz que “é importante ter em mente que não estamos falando de números populacionais reais, é apenas questão de projetar a capacidade de suporte de nossa paisagem. Basicamente, estamos dizendo que [a região] poderia ter tido tantas pessoas”.

“As pessoas teriam realmente visto a paisagem mudar à sua frente e seriam empurradas para trás daquela costa invasora muito rapidamente”, enfatizou ela a respeito do desaparecimento da terra.

“Tem havido uma suposição subjacente na Austrália de que nossas margens continentais eram provavelmente improdutivas e não eram realmente utilizadas pelas pessoas, apesar do fato de termos evidências, em muitas partes do mundo, de que as pessoas estiveram, definitivamente, nestas plataformas continentais no passado”, continuou.

Independentemente disso, descobrir esse território australiano antigo e sua possibilidade de uma população significativa gerou interesse nos pesquisadores para descobrirem sua importância.

O que Norman espera é que o estudo feito sirva como motivação para outros pesquisadores analisarem a Atlântida australiana de perto e que ela dê visões valiosas para lidar com as mudanças climáticas e o aumento do nível do mar no futuro.

“É fascinante ver como as pessoas responderam dinamicamente a eventos do passado e, obviamente, sobreviveram a eles e prosperaram”, concluiu ela.

Encontrar

Notícias da manhã

Por mais que a Atlântida, como é descrita nos livros, não tenha existido, pesquisadores acham que é possível encontrar cidades que realmente estivessem perdidas no fundo dos oceanos através do seu campo magnético.

Quem propôs essa ideia foi a Escola de Ciências Arqueológicas e Forenses da Universidade de Bradford, no Reino Unido. Claro que o objetivo deles não é realmente encontrar Atlântida, mas sim um continente que ligava a Grã-Bretanha à Europa Continental. Isso porque é acreditado que até o fim da era glacial esse continente realmente existia, mas um tsunami ou derretimento das geleiras o afundou.

O que os pesquisadores querem é usar a magnetometria para achar esse continente perdido. Essa técnica consegue analisar a geologia de determinado local através das alterações no campo magnético. “Pequenas mudanças no campo magnético podem indicar mudanças na paisagem. Como a área que estamos estudando costumava estar acima do nível do mar, há uma pequena chance de esta análise revelar evidências de atividade de caçadores-coletores. Isso seria o auge”, explicou Ben Urmston, um dos pesquisadores.

Esse continente que os pesquisadores estão procurando não é Atlântida, ele se chamava Doggerland e era um dos maiores da pré-história da Europa. Estima-se que sua civilização tinha muita biodiversidade e recursos naturais. E alguns vestígios que provam que o continente realmente existiu já foram encontrados.

Essas evidências foram descobertas por acaso no Mar do Norte. Dentre eles estão: armas de caça, ferramentas de pedra, restos de um mamute, chifres de veado vermelho e até o crânio de um Neandertal.

“Se detectarmos feições que possam indicar um reservatório, por exemplo, podemos mirar nessa área e colher uma amostra do fundo do mar. Em seguida, enviar a matéria orgânica para datação por carbono geralmente pode nos dizer dentro de uma ou duas décadas quando foi estabelecido”, disse Urmston.

“Explorar as paisagens submersas sob o Mar do Norte representa um dos últimos grandes desafios da arqueologia. Conseguir isso está se tornando ainda mais urgente com o rápido desenvolvimento do Mar do Norte para energia renovável”, disse Vince Gaffney, líder do projeto.

Embora os pesquisadores não usem essa técnica para procurar Atlântida, ela pode ser bastante útil na procura por Doggerland. E depois que o continente for encontrado, a tecnologia pode ajudar os pesquisadores a encontrarem outros sítios arqueológicos.

Fonte: Olhar digital

Imagens: Correio braziliense, Notícias da manhã

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