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Cientistas encontram uma forte ligação entre os povos indígenas do Brasil e da Australásia

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A ciência sempre nos surpreendeu, afinal, dia após dia, estudos e pesquisas revelam novas – e incríveis – informações. A mais nova descoberta é prova disso. Conforme expôs uma recente reportagem publicada pelo portal de notícias All That is Interesting, pesquisadores acabaram de descobrir que parte dos códigos genéticos dos povos indígenas da América do Sul possuem traços de antigos DNAs dos povos da Australásia – região da Oceania que abrange os territórios da Austrália, Nova Zelândia, Nova Guiné (Ilha no Sudoeste do Pacífico onde se encontra Papua Nova Guiné) e algumas ilhas próximas à Indonésia.

A informação em si foi colocada em pauta pela em 2015, mas um novo estudo, realizado pela Universidade de São Paulo (USP), confirmou – colocando, assim, um ponto final no tema – que partes do DNA de povos australianos estão difundidas em indígenas sul-americanos do que se acreditava inicialmente.

“Nossos resultados mostraram que sinais genéticos de povos da Australásia, anteriormente descrito como exclusivo de grupos amazônicos, também foram identificados em indígenas sul-americanos”, pontuou a pesquisadora Tábita Hünemeier.

DNA dos povos indígenas

Hünemeier e sua equipe começaram a desenvolver a pesquisa em questão em 2015. À data, os pesquisadores haviam encontrado uma ligação entre povos da Australásia – que inclui indígenas australianos e melanésios, bem como pessoas que habitavam as ilhas de regiões da Oceania – e duas tribos no Brasil, o povo Karitiana e o povo Suruí.

Com a chave em mãos, o mesmo grupo de cientistas seguiu realizando novos estudos, até que, finalmente, conseguiu estabelecer uma relação palpável entre os distintos povos. “Essa conexão entre os povos da Australásia e nativos americanos é algo surpreendente, pois desde que descobrimos esse vínculo o tema em si acabou se definindo naturalmente como um dos eventos mais intrigantes e mal compreendidos da história da humanidade”, revelou à mídia a equipe de pesquisadores.

Como dissemos no início da matéria, essa conexão palpável resume-se a uma específica parte do DNA dos distintos povos que circundavam as regiões citadas acima. O marco genético compartilhado entre as tribos da Australásia e da América do Sul foi apelidado de “sinal Y”, sigla inicial da palavra “Ypikuéra”, vocábulo indígena do nosso povo tupi, que, basicamente, significa “ancestral”.

Sinal Y

Com o conteúdo e a gama de informações obtidas, as quais foram sendo organizadas minuciosamente desde de 2015, os pesquisadores conseguiram seguir uma linha de pesquisa que colocasse em foco apenas um objeto de estudo, ou seja, o DNA. A Universidade de São Paulo começou, então, a pesquisar o “sinal Y” em um conjunto maior de dados genéticos de 383 indígenas sul-americanos somente este ano.

Consequentemente, em meio às análises, os cientistas encontraram o “sinal Y” não só nos povos Karitiana e Suruí como também em várias outras tribos, incluindo o povo Chotuna, do Peru, e os povos Guaraní Kaiowá e Xavánte, do Brasil.

Em suma, esses resultados provam que o “sinal Y” é, de fato, mais difundido na América do Sul do que se pensava inicialmente. “A genética foi uma aliada essencial. Foi ela que nos ajudou a desvendar a ligação entre tais populações”, disseram Hünemeier.

Da Australásia para a América do Sul

Como as pessoas da Australásia chegaram à América do Sul? De acordo com as informações disponibilizadas pela reportagem do portal All That is Interesting, os pesquisadores acreditam que os povos antigos da Australásia que cruzaram a ponte Bering Land, entre a Ásia e a América do Norte, carregaram consigo o DNA australiano. Segundo os cientistas, a passagem se deu há cerca de 20.000 anos. “É como se esses genes tivessem pegado carona”, disseram Hünemeier.

“Esses povos, então, começaram a povoar a costa do Pacífico, estendendo-se do Alasca ao sul do Chile.

Para Hünemeier, as tribos se fixaram ao longo da costa “devido às suas estratégias de subsistência e outros aspectos culturais, os quais eram altamente adaptados à vida junto ao mar”.

“Acredito que uma segunda onda de povos mudou-se mais para o interior. Nesse contexto, expandindo-se para a Amazônia, passando pelo norte dos Andes. Aqui, esse movimento é secundário, mas preciso”, explica Hünemeier.

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