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Quantas cores você vê nessa imagem? Ciência explica essa ilusão que está dividindo a internet

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Quase todos nós já nos pegamos tentando interpretar uma ilusão de ótica. O termo refere-se a todos os tipos de ilusões, que nos fazem ver uma coisa que não existe ou que possuem um significado diferente do que somos capazes de ver. É como se o sistema visual do ser humano fosse enganado. Essa ilusão pode ser proposital, com fins psicológicos e científicos a fim de identificar transtornos, traumas ou entender melhor a capacidade e as dificuldades da visão. Mas também podem ser naturais, estando presentes nos elementos e situações do dia a dia.

Uma ilusão de ótica pode ser definida como uma técnica utilizada para “enganar” o sistema visual humano, fazendo com que vejamos algo que não existe, ou então que está presente mas de um modo completamente diferente daquilo que enxergamos. E a internet está cheia de ilusões do tipo.

Quem não se lembra do vestido que dividiu opiniões entre todos os cantos do mundo? Agora, no começo de fevereiro, uma ilusão de ótica clássica foi postada no Twitter com a pergunta “quantas cores você vê?”.

Ilusão

O usuário que postou a ilusão respondeu dizendo que via apenas três cores. Outras pessoas responderam com a quantidade variando e chegando ate 17. Claro que milhares de comentários debateram acaloradamente a fim de chegar na resposta “verdadeira”.

Por mais que seja difícil dizer, com certeza, o fenômeno que está em ação para que essa ilusão de ótica funcione é provavelmente o efeito que foi descrito, pela primeira vez, há cerca de um século e meio pelo físico austríaco Ernst Mach. O físico também emprestou seu nome para a unidade que comparara a velocidade de um objeto  com a velocidade do som.

Nesse caso em específico, o interesse de Mach estava mais na visão do que na velocidade. Na época em que ele trabalhava como professor de matemática e física na Universidade de Graz, na década de 1860, ele desenvolveu um interesse muito grande por ótica e acústica.

Em 1865, ele se interessou por uma ilusão parecida com a que vemos agora no Twitter. Cores parecidas de tons ligeiramente contrastantes que ficam facilmente distinguíveis quando se tocam, mas são difíceis de distinguir quando estão separadas.

Mach entendia que alguma coisa estranha estava acontecendo dentro do globo ocular. Mais especificamente dentro do tecido fotossensível que formava  retina. Depois de um tempo, essas  listras sombreadas iriam se tornar conhecidas como Bandas de Mach.

Observações

As especulações do físico foram acertadas. E pesquisas, usando tecnologia que Mach nem sonhavam em ter acesso, confirmaram a mecânica por trás do estranho truque do olho, com um comportamento retiniano, chamado inibição lateral.

A retina humana funciona um pouco como uma tela de cinema, capturando a luz projetada pela pupila. A tela é cheia de receptores e alguns deles vão reagir com mais vigor sob luz mais forte e enviar uma enxurrada de sinais para o cérebro.

Se duas células enviam sinais muito parecidos para o cérebro, ele pode presumir que eles têm a mesma tonalidade. Contudo, a natureza desenvolveu um truque para ajudar o cérebro a distinguir padrões de forma mais fácil entre os tons parecidos.

Então sempre que uma célula individual sensível à luz envia um sinal, ela fala para os seus vizinhos imediatos ficarem quietos. O resultado são nervos na fronteira, entre diferentes tons, enviando sinais que aumentam a diferença. E isso dá um sinal de fronteira claro para que o cérebro consiga captar.

Motivos

Essa habilidade tem um papel em uma série de ilusões de ótica. Por mais que a inibição lateral explique o motivo dos olhos poderem distinguir tons parecidos de uma melhor forma quando estão lado a lado, ela não explica muito bem o motivo de algumas pessoas não conseguirem fazer essa distinção entre cores de pouco brilho e contraste.

As influências inibitórias nas células podem ser algo experimentado por todas as pessoas nos mais variados graus. Mas é improvável que ela seja o único fator que diga ao cérebro como interpretar uma imagem.

Coisas como fontes de luz circundantes, diferenças no brilho das telas e monitores e até a composição celular da retina irão variar. Além dos cérebros também adicionarem um nível de correção na sua própria forma única.

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