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Com gatonet, quadrilha faturava R$ 550 mil por mês. Entenda como

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Nos tempos atuais as pessoas dificilmente se imaginam sem os serviços de streaming ou canais fechados. No entanto, nem sempre elas têm essas coisas de uma forma correta e legal. Tanto que o termo “gatonet” se popularizou muito no Brasil para se referir aos meios de se conseguir os conteúdos dos streamings, mas de uma forma pirata.

Por existir há tempos e ser de conhecimento tanto do público como das autoridades, as pessoas pensavam que o gatonet duraria para sempre sem nenhum tipo de punição. Contudo, no começo de fevereiro, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apresentou seu plano de bloqueio dos equipamentos de IPTV pirata no país todo.

Tanto que, recentemente, o Ministério Público de São Paulo e polícia civil apreenderam duas pessoas em Carapicuíba, cidade a 21 quilômetros de São Paulo, que são acusadas de compartilharem listas de IPTV. Depois disso, eles descobriram como funcionava uma quadrilha que tinha um faturamento mensal de 550 mil reais com a venda de pacotes de gatonet.

Esquema

Jovem pan

Os suspeitos foram detidos na operação “Not Found” e são acusados de violação de direitos autorais, organização criminosa e lavagem de dinheiro. De acordo com a Promotoria de Carapicuíba, os suspeitos revendiam por 25 reais o mês um IPTV que tinha acesso a amis de 300 mil conteúdos, tanto de canais de televisão a cabo como de plataformas de streaming.

“Embora o valor cobrado por cada acesso à lista de IPTV Pirata não seja alto, as associações criminosas conseguem lucros exorbitantes, diante da altíssima adesão alcançada. Importante destacar que parte deste dinheiro é lavado e ocultado, dando aparência de lícito, por meio de compra de imóveis, por exemplo”, disse a promotoria.

Segundo Sandra Reimberg, promotora, os dois suspeitos movimentavam por mês um pouco mais de meio milhão de reais com o serviço pirata. Quem assinava esse gatonet pagava via PIX para a conta de um laranja. Além disso, depois que o pagamento fosse confirmado, os clientes precisavam instalar um aplicativo na smart TV ou TV box e colocar o login e senha que lhes era dado para que assim eles tivessem acesso ao conteúdo.

Investigação

Tilt

Conforme a investigação da polícia, essa venda do gatonet era como se fosse um esquema de pirâmide para que não fosse possível chegar aos donos dessa distribuição.

“É uma lógica de atacado e varejo. Uma pessoa que tem uma central de IPTV vende o acesso por um preço baixo para varejistas, como R$ 3. [Revendedores] vão montando operações para chegar ao maior número possível de clientes, vendendo a R$ 25. O cara que está lá em cima fica protegido, pois o intermediário dificilmente compartilha o contato dele com outros”, explicou Sandra.

Durante a investigação, eles descobriram que esse modelo de negócio em específico proibia propaganda formal e quem desrespeitasse essa regra era punido. A divulgação do gatonet era feita boca-a-boca pelos próprios revendedores. “No painel deles tinha a informação que quem fizesse propaganda poderia ser banido. Havia até uma tabela de preço. Quem vendesse abaixo ou com preço maior que o estabelecido poderia ser alvo de uma espécie de ouvidoria”, pontuou a promotora.

Por mais que esses dois suspeitos tenham sido presos, a investigação da promotoria vai continuar para que outros integrantes do grupo sejam identificados. Como por exemplo, os operadores da central de distribuição e os donos das contas laranjas que recebem o dinheiro da mensalidade.

O perigo do gatonet

Olhar digital

Quem escolhe ter esse tipo de serviço paga por ele via PIX, mas cede informações pessoais. Com elas, as pessoas que oferecem o serviço podem usá-las em outros golpes. Além disso, os aplicativos que são usados para o acesso ao gatonet também são um risco, até porque as lojas oficiais não os oferecem.

Outro ponto, além da falta de segurança digital, é que vender, assinar ou acessar esse tipo de serviço é crime no nosso país. As pessoas que tiverem envolvidas com ele podem ser acusadas nas leis dos direitos autorais (9.619/1998) e a de telecomunicações (9.472/1997).

As pessoas que contratam o gatonet podem responder por crime de interceptação ou recepção não autorizada. E na visão do STJ, isso deve se enquadrar como furto simples, o que resulta em pena de um a quatro anos de cadeia, além de multa.

E para quem vende, a pessoa pode ser enquadrada pelos crimes contra a propriedade intelectual e concorrência desleal. Com isso, ela pode pegar entre três meses a um ano de cadeia, ou multa.

Fonte: Tilt

Imagens: Jovem pan, Tilt, Olhar digital

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