Curiosidades

Comer carboidrato por último na refeição pode ajudar a combater o pré-diabetes

0

O diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente, ou então pela má absorção, de insulina. Por sua vez, a insulina é o hormônio que regula a glicose no sangue. É ela também que garante energia para o organismo. O diabetes pode causar o aumento de glicemia, e se as taxas forem muito altas, pode gerar complicações no coração, artérias, olhos, rins e nervos. Em casos mais graves, pode levar à morte.

Essa doença afeta muitas pessoas ao redor do mundo todo. Por isso que é extremamente importante saber formas de preveni-la. Nesse aspecto, um estudo dos EUA mostrou que no momento da refeição é importante que haja uma organização na ordem do consumo dos macronutrientes que dão energia para o organismo, como por exemplo, carboidratos, proteínas e gorduras.

De acordo com os pesquisadores, essa é uma estratégia boa para ajudar no equilíbrio dos níveis de glicose no sangue. Então, uma maneira de começar as refeições é comer primeiro as proteínas e os vegetais porque isso irá gerar um pico de glicose menor do que se começasse pelos carboidratos.

Diabetes

Diana Ruffato

Segundo a estimativa da Sociedade Brasileira de Diabetes, mais de 35 milhões de brasileiros convivem com o pré-diabetes, que como o nome indica, é um estágio antes da doença acontecer. E nessa etapa é a única chance que a pessoa tem de reverter o quadro e evitar que ele evolua de fato para o diabetes.

O recomendado nesses casos tem o foco nas mudanças de hábitos, prática de atividades físicas e diminuição do consumo de alimentos ricos em sal, gorduras, açúcar e carboidratos, principalmente os que têm farinha branca.

Já esse estudo feito pelos pesquisadores da Universidade de Columbia, da Weill Cornell Graduate School of Medical Sciences e da Universidade Rockefeller, todas em Nova York, EUA, mostrou que fazer uma ordem correta do consumo dos alimentos também tem um efeito na saúde.

Estudo

Rodrigo Siqueira

Para o estudo, os voluntários foram divididos em três grupos. O primeiro, aqueles que comeram os carboidratos primeiro e depois as proteínas e vegetais. O segundo, começando pelas proteínas e vegetais e depois os carboidratos. E o terceiro, os que começaram pelos vegetais depois as proteínas e carboidratos.

Depois disso, os pesquisadores analisaram várias vezes, por até três horas, as taxas de glicose e insulina no sangue dos participantes. Isso foi repetido por três dias alternados. Em todos eles, os voluntários estavam de jejum de 12 horas. Aqueles que tinham pré-diabetes e taxas de glicemia em jejum parecidas durante as análises foram escolhidos para fazer parte de cada um dos grupos em cada rodada de forma aleatória.

Como resultado, foi visto que as pessoas que começaram a comer pelas proteínas ou pelos vegetais tiveram um pico de glicose entre 30 e 40% menor em comparação com as que começaram pelos carboidratos. Outro ponto visto foi que o grupo que começou a refeição pelos vegetais foi o que precisou menos do uso de insulina para metabolizar a glicose obtida pela comida. Na visão dos pesquisadores, isso aconteceu porque a gordura das proteínas e as fibras dos vegetais retardaram a velocidade da absorção da glicose dos alimentos.

“A digestão começa pela boca, mas o único nutriente que tem esse processo iniciado nessa parte do corpo é o carboidrato, que depois passa para o estômago e, em seguida, para o intestino, o que faz com que ele esteja disponível para a absorção mais rápido do que as proteínas e gorduras, que começam a ser digeridas quando estão no trato gastrointestinal”, explicou Valéria Machado, nutricionista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

“Se a pessoa ingere uma fonte de proteína ou gordura antes, o carboidrato que chega logo em seguida não terá o caminho livre para ser absorvido prontamente, retardando sua entrada no sangue”, acrescentou a nutricionista Anna Gomes, educadora em diabetes pela Sociedade Brasileira de Diabetes e International Diabetes Federation.

Observações

ABM + saúde

No caso das pessoas pré-diabéticas, esse efeito é bem importante porque elas têm uma dificuldade em processar a glicose. “Isso acontece porque o seu organismo pode não ser capaz de produzir a quantidade de insulina suficiente ou essa insulina pode não ser tão eficiente”, disse Adriana Martins Fernandes, endocrinologista do Programa de Diabetes do Hospital Israelita Albert Einstein.

“A insulina é o hormônio que permite a entrada do açúcar nas células, onde ele será usado como uma fonte de energia. Nesse cenário, a glicose não é adequadamente metabolizada, resultando em picos glicêmicos no sangue”, continuou.

Quando isso não é combatido de forma correta, esse quadro tende a desencadear em diabetes a longo prazo, além de outras condições como problemas, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), doenças cardiovasculares, males renais, retinopatia e neuropatia.

Fonte: VivaBem

Imagens: Diana Ruffato, Rodrigo Siqueira, ABM + saúde

Brasil perde 4 bilhões com vendas de celulares roubados

Artigo anterior

Quanto mais sinceros, mais felizes são os casais, dizem especialistas

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido