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Como a China alterou o fim do filme ‘A Origem de Gru’

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O último filme da franquia de sucesso “Meu Malvado Favorito” chegou nas telonas chinesas na última sexta-feira (19). Porém, o público chinês não teve os mesmo desfecho que tivemos no Brasil ou em outros países, como descobriram os espectadores locais. A verdade é que o país alterou o final do filme “Minions 2: A Origem de Gru”.

No filme, acompanhamos o anti-herói Gru durante sua adolescência, mostrando toda sua evolução ao longo dos anos até ele se tornar o supervilão. Se você ainda não assistiu o filme, considere este o aviso de que haverá spoilers pela frente.

Ao contrário do filme original, a versão chinesa de “Minions 2: A Origem de Gru” não termina com Gru e seu mentor, Wild Knuckles, cavalgando no pôr do sol. Nessa versão, Wild Knuckles é preso e Gru “se torna um dos mocinhos”. Bem diferente.

Sendo assim, postagens e capturas de tela do filme, que foram postadas no microblog chinês Weibo, mostraram que adicionou-se uma série de imagens estáticas com legendas na sequência de créditos. Então, nessa sequência, explica-se que Wild Knuckles foi capturado e preso por 20 anos depois de um assalto fracassado.

Além disso, ele descobre um “amor por atuar” e monta seu próprio grupo de teatro. Já Gru “retornou para sua família” e ser pai de suas três filhas de tornou sua “maior realização”. Portanto, muitas pessoas consideram essas mudanças ridículas.

Versão chinesa de filme é criticada

“A história real está em um universo paralelo”, escreveu uma pessoa. Porém, outros dizem que o final alternativo promoveu, convenientemente, a política de três filhos na China. Isso em um contexto em que o país tenta aumentar sua taxa de natalidade.

Além disso, outro ponto ridicularizado foi a qualidade das fotos legendadas, que foram comparadas com uma apresentação amadora do PowerPoint. DuSir, um blogueiro de cinema conhecido no país, com mais de 14 milhões de seguidores no Weibo, chamou as mudanças no filme de “ultrajantes”.

Dessa forma, em um artigo, o blogueiro questionou por que só os chineses precisavam de “orientação e cuidados especiais”. “Quão fracos e sem discernimento eles acham que nosso público é?”, perguntou.

Apesar das críticas do público, o filme, que é a quinta parte da série, demonstrou ter sucesso nas bilheterias, arrecadando um recorde durante a pandemia de cerca de 21,7 milhões de yuans em seu dia de estreia na China. Isso representa cerca de US$ 3,2 milhões ou R$ 16,2 milhões. As informações são do site de entretenimento Deadline.

Alterações

Vale destacar que essa não seria a primeira vez que um filme tem seu final alterado no país asiático, que possui algumas das regras de censura mais rígidas do mundo. Por exemplo, no início de 2022, uma versão do filme culto estadunidense “Clube da Luta” (1999) foi lançada na plataforma chinesa de streaming Tencent Video. Porém, o filme foi lançado com um final diferente do original.

Na obra original, o protagonista explode vários arranha-céus. Já na nova versão chinesa, essas cenas são removidas e substituídas por uma mensagem dizendo que as autoridades venceram e salvaram o dia. Com isso, o público nacional, assim como internacional, teve uma reação negativa, incluindo críticas do diretor David Fincher e do autor Chuck Palahniuk (que escreveu o romance de 1996 do qual o filme foi adaptado). Enquanto isso, a ONG Human Rights Watch descreveu o final alterado como “distópico”.

Por conta das críticas, a Tencent Video reverteu a maior parte das mudanças, ainda cortando as cenas com nudez.

Dessa forma, outro caso ocorreu com “Piratas do Caribe: No Fim do Mundo” (2007), sendo que os produtores do terceiro filme da franquia pretendiam mostrar frotas piratas do mundo inteiro em um encontro em Cingapura com Sao Feng, um capitão chinês. O plano era escalar o ator chinês Chow Yun Fat para atrair o público massivo da China, três vezes maior que o dos Estados Unidos.

Vilão chinês: proibido

Contudo, a tentativa foi falha, porque quase todas as cenas foram cortadas quando o filme foi lançado. Assim, a justificativa do país foi que o personagem era um estereótipo racista dos asiáticos e também porque não era de “bom tom” mostrar um chinês no papel de um vilão, mesmo que ele não fosse o principal. “Karatê Kid” (2010), “Looper: Assassinos do Futuro” (2012), “Amanhecer Violento” (2012), “007 – Operação Skyfall” (2012), “Homem de Ferro 3” (2013), “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido” (2014), “Doutor Estranho” (2016) e “Top Gun: Maverick” (2021) são outros exemplos de filmes alterados na China.

Fonte: BBC

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