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Hoje em dia todo mundo sabe, ou deveria saber, que a Terra é redonda, mas nem sempre esse foi o entendimento sobre o nosso planeta. Por isso que antigamente era preciso que se provasse que a Terra era redonda. Então, por volta de 200 a.C., Eratóstenes de Cirene, um matemático, astrônomo e geógrafo usou uma forma simples para provar isso.
No caso, ele usou a geometria básica para calcular a circunferência do nosso planeta. Mesmo simples, até hoje esse método é usado para demonstrar que se pode chegar à mesma conclusão em experimentos parecidos.
Terra plana
Mundo educação
Mesmo que tenha ganhado uma força recentemente, o modelo de Terra plana não é recente. Essa é uma ideia datada da Idade do Bronze e da Idade do Ferro no Oriente Médio. Além deles, até os primeiros séculos d.C., na Índia, e antes do período helenístico na Grécia, a ideia de que nosso planeta era plano era bastante popular.
Em algumas percepções, a Terra era um oceano grande cercado por um disco de terra. Nessa visão, o céu era, na realidade, uma cúpula que ficava sobre nosso planeta. E o sol e a lua eram estrela fixas nessa cúpula.
No entanto, conforme o tempo foi passando e o conhecimento foi se acumulando e sendo deixado para os pensadores de outras gerações, a visão sobre o formato da Terra foi mudando, sendo, até onde se tem conhecimento, Pitágoras o primeiro a considerar que nosso planeta era realmente uma esfera.
Terra redonda
Unicamp
O gênio africano que provou que nosso planeta era redondo foi Eratóstenes. Ele estudou na Grécia e depois foi diretor da biblioteca de Alexandria. E mesmo ele sendo conhecido por ter calculado a circunferência da Terra, o gênio também é tido como o fundador da geografia como disciplina.
Contudo, Eratóstenes não foi o primeiro que chegou à conclusão de que o planeta não era plano. Pitágoras veio antes com essa ideia e até mencionou uma possível rotação do planeta em seu próprio eixo. No entanto, essas ideias precisavam de observações empíricas. Foi nesse ponto que Eratóstenes surgiu.
Como diretor da biblioteca de Alexandria ele achou um relato que chamou sua atenção e acabou sendo fundamental para sua ideia. Nele era dito que na cidade de Siena se podia ver o fundo de um poço que era totalmente iluminado pelo sol do solstício de verão.
O que quer dizer que lá o sol ficava a pino, ou seja, no ponto do céu que fica exatamente acima da cabeça das pessoas e não faz sombra nenhuma. Sabendo disso, e sabendo que também ao meio-dia no solstício de verão em Alexandria o sol fazia sombra, Eratóstenes resolveu usar a matemática para saber se o planeta era plano ou redondo.
Para isso ele precisava somente de duas informações: o ângulo da sombra que era produzida em Alexandria quando dava meio-dia no solstício, e a distância da cidade até Siena.
A distância entre as cidades foi medida por um itinerante que Eratóstenes contratou e contou tudo com passos. Não tinha muita margem para erro porque os itinerantes eram treinados para esse trabalho. Como resultado a distância foi de 5.040 estádios, que era a medida usada na Grécia, o que dá 800 quilômetros.
Outro conceito pensado por Eratóstenes era de que o sol estava bem longe da Terra e por isso os raios atingiam nosso planeta paralelamente. Com todos esses dados, o gênio podia concluir que a Terra era sim esférica.
Ele então colocou uma vareta perpendicular no solo de Alexandria e mediu o comprimento da sombra. Com isso ele chegou ao resultado de um ângulo de 7,2°. E se uma circunferência tem 360°, o valor que ele encontrou representava uma parte de 50.
Tendo todos esses dados, Eratóstenes fez seus cálculos simples.
- 7,2° x 50 é igual a 360°;
- 7,2° corresponde a uma curvatura de 800 km, ou seja, 800 km é somente uma parte de 50 “fragmentos” do diâmetro total (360°) da Terra;
- Para calcular o diâmetro da Terra, é só multiplicar 800 x 50;
- Com isso, o resultado é 40.000.
Até os dias de hoje esses cálculos feitos por Eratóstenes são vistos como um exemplo fácil de ter certeza que a Terra é esférica.
Fonte: Terra
Imagens: Mundo educação, Unicamp
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