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Terra é atingida de surpresa por tempestade solar mais forte dos últimos tempos

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Quando pensamos em tempestade nos lembramos de ventos fortes, raios, trovões e muita chuva. Contudo, existe um outro tipo de tempestade, uma que pode ser mais devastadora do que as que estamos habituados. Essa é a tempestade solar, também chamada de tempestade geomagnética.

E na última sexta-feira, a tempestade solar mais forte dos últimos seis anos atingiu nosso planeta. Curiosamente, mesmo com seu tamanho, os meteorologistas não previram que ela atingiria a Terra e viram o evento acontecer completamente de surpresa.

Para se ter uma ideia do tamanho dessa tempestade solar, ela atingiu o nível G4 de uma escala que vai até cinco. Essa classificação é feita pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) que a faz avaliando a gravidade desses eventos no espaço.

Segundo a NOAA, essa tempestade foi tão forte que fez com que auroras fossem formadas no sul dos Estados Unidos, o que geralmente não acontece. Além disso, o fenômeno também fez com que a Rocket Lab tivesse seu lançamento atrasado.

Mesmo com a NOAA informando, no dia 22 de março, que tempestades solares poderiam acontecer entre os dias 23 e 25, os meteorologistas não pensavam que ela fosse ser tão grande como foi.

Para quem não sabe muito bem o que de fato é uma tempestade solar, ela é uma perturbação no campo magnético da Terra que é causado através de uma onda de choque que o sol envia. Felizmente, quando isso acontece boa parte da radiação é absorvida no céu antes de chegar ao nosso planeta. Por conta disso a segurança é garantida quando um evento desse acontece.

Tempestade solar

Wikipedia

Nesse caso recente, além do tamanho, o fato que mais chamou a atenção foi ela não ter sido detectada antes pelos meteorologistas. Como isso aconteceu foi explicado por Tamitha Skov, meteorologista espacial dos EUA, em uma entrevista ao Space.com.

“Essas tempestades quase invisíveis se lançam muito mais lentamente do que as CMEs eruptivas e são muito difíceis de observar deixando a superfície do sol sem treinamento especializado”, disse ela.

Por mais que essa tenha sido bem grande, a maior tempestade solar da história foi em 1859 no chamado Evento de Carrington. Na ocasião, ela liberou cerca da mesmo energia que 10 bilhões de bombas atômicas de um megaton.

Quando essa tempestade atingiu nosso planeta, ela foi capaz de fritar os sistemas de telégrafo no mundo todo e fazer com que auroras brilhantes aparecessem até no Caribe. Além disso, de acordo com a NASA, essa tempestade liberou bilhões de toneladas de gás e foi responsável por um apagão em toda a província canadense de Quebec.

Consequências

GZH

Embora o Evento Carrington tenha sido a maior tempestade geomagnética registrada, ela não é um evento isolado. Desde o começo do século XIX essas tempestades são registradas. E se uma tempestade solar da mesma intensidade que o Evento Carrington acontecesse hoje, ela afetaria bem mais do que os fios de telégrafo e teria a possibilidade de ser catastrófica.

Nos tempos atuais, temos uma dependência cada vez maior da eletricidade e da tecnologia, o que faz com que qualquer interrupção nelas leve a trilhões de dólares em perda monetária e risco à vida dependente dos sistemas. E a tempestade afetaria a maioria dos sistemas elétricos que as pessoas usam todos os dias.

Além dessas falhas elétricas, as comunicações seriam interrompidas em escala mundial. Os provedores de internet poderiam cair e tirar a capacidade de diferentes tipos de sistema se comunicarem. Alguns deles seriam os de alta frequência, como por exemplo, rádio terra-ar, ondas curtas e navio-terra.

Outro ponto é que, conforme as tempestades solares atingirem a Terra, o aumento da atividade solar fará com que a atmosfera se expanda para fora. Com isso, a densidade da atmosfera será alterada na região onde os satélites orbitam. Isso fará com que os satélites fiquem mais lentos. Se eles não forem manobrados para uma órbita mais alta, podem cair de volta à Terra.

Como se isso já não fosse o bastante, uma tempestade solar também afetaria os sistemas de navegação que praticamente todos os meios de transporte usam. Além deles, os sistemas militares são fortemente dependentes do GPS para coordenação.

Com relação à internet, uma tempestade no nível do Evento Carrington poderia produzir correntes geomagneticamente induzidas nos cabos submarinos e terrestres, que são a espinha dorsal da internet. Isso potencialmente iria interromper toda a rede e impediria que os servidores se conectassem uns aos outros.

Fonte: Olhar digital, Science Alert

Imagens: Wikipedia, GZH

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