Por 
Dentre todas as coisas intrigantes do universo, os buracos negros estão entre as mais curiosas. O que se sabe sobre eles é que surgem quando uma estrela entra em colapso. No entanto, isso poderia acontecer com qualquer objeto do universo desde outras forças sejam “desligadas”. E se isso realmente é verdade, o que iria acontecer se a Terra virasse um buraco negro?
Como dito, as forças, como a gravidade, força eletromagnética e quântica teriam que ser desligadas para que isso acontecesse. Até porque, a gravidade é uma coisa tão impressionante que, se ela agisse sozinha, ou fosse maior do que as outras, toda a massa iria entrar em colapso. Isso se tornaria um volume pequeno demais para toda matéria e ficaria cada vez mais denso. Felizmente, as outras forças atuam, principalmente nos átomos que compõem a matéria da Terra.
Elas, em especial a força entre os elétrons de átomos vizinhos, são suficientes para conseguir resistir à força que a gravidade exerce em toda a massa do planeta. Tanto é que, pensando no núcleo do planeta como uma bola de ferro sendo pressionada por todas as camadas de cima, a única coisa que o faz não colapsar e condensar até virar um buraco negro é essa força entre os elétrons, o que mostra que a força eletromagnética é maior que a gravidade.
Diferente da Terra, isso não acontece nas estrelas massivas. Por isso que ao acabar seus ciclos de fusão nuclear, sua força eletromagnética não é forte o bastante para impedir que a matéria se colapse.
Terra se transformando em buraco negro
Canaltech
Por isso que para que a Terra se torne um buraco negro, as forças têm que ser desligadas. Felizmente, isso não passa de uma hipótese, já que nunca pode de fato acontecer. Mas imaginando que sim, tudo começaria com uma aceleração de todo material sólido. As moléculas começariam se unir e o chão cairia perfeitamente na direção do centro do planeta.
Com isso, toda a massa iria se acumular no centro. A densidade iria aumentar de forma contínua com o passar do tempo e o volume diminuiria conforme as coisas fossem acelerando na direção do centro.
Mesmo com tudo isso acontecendo, nada desapareceu. O peso e a massa da Terra ainda são os mesmos, mas o planeta já estaria bem menor. No entanto, seria preciso entre 10 e 20 minutos para que uma quantidade suficiente de matéria estivesse poucos milímetros do núcleo e formasse um horizonte de eventos.
Depois disso, entre 21 e 22 minutos, a massa total da Terra iria se colapsar em um buraco negro de 1,75 centímetros de diâmetro. Se nesse processo as pessoas olhassem para baixo, elas iriam ver o buraco negro distorcendo o espaço ao mesmo tempo que caíam na direção dele.
Rumo ao fim
Canaltech
Com relação à sensação, ela seria a mesma de sair de um estado de corpo em repouso para uma aceleração gravitacional. Isso quer dizer que as pessoas iriam estar em uma queda livre até o centro da Terra. E mesmo em queda, as pessoas não sentiriam o vento porque elas iriam estar tão aceleradas quanto o ar.
Essa aceleração seria tão grande que, aos 64 quilômetros de distância do centro do planeta, as pessoas estariam a 112 quilômetros por segundo. E a um quilômetro de distância a velocidade seria de 895 quilômetros por segundo. Embora nesse momento as pessoas estejam a milésimo de segundo do horizonte de eventos, elas não saberiam como é de fato chegar nele. Isso por conta da espaguetificação, que quer dizer que o corpo seria esticado da mesma forma que um espaguete.
Pelo menos, o ponto positivo disso é que a espaguetificação iria durar aproximadamente 21 minutos. Depois, os corpos iriam ser decompostos em átomos e ao final, tudo iria ser engolido e se tornar parte da massa de um buraco negro minúsculo.
Fonte: Canaltech
Imagens: Canaltech
Comentários