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Como são feitas as medições de desmatamento na Amazônia?

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O desmatamento da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, é um assunto que sempre está em pauta. Até porque, esse desmatamento não é uma coisa recente. Ele acontece há décadas e em vários estados, como no Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Maranhão, em Roraima e parte de Tocantins. Por conta dele, uma quantidade imensa de árvores é retirada da floresta, o que é preocupante e pode ter consequências drásticas para toda humanidade, como o agravamento das temperaturas no planeta.

Por conta disso, o assunto sempre é uma das pautas em vários debates entre o governo federal, ambientalistas e grandes instituições mundiais. Para se ter uma noção, o desmatamento na Amazônia cresceu 59,5% entre 2019 e 2022. Esse crescimento foi o maior durante um mandato presidencial desde 1988, quando as medições por satélite começaram.

Além disso, entre janeiro e 30 de dezembro do ano passado, o acumulo de alertas de desmatamento na Amazônia Legal foi de 10.267 quilômetros quadrados. Essa foi a pior marca já vista na história do sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).

Como se isso não fosse o suficiente, existe mais de um milhão de quilômetros quadrados na floresta em degradação. E vários fatores podem provocar essa degradação. “Uma delas é pela extração seletiva de madeira, quase toda feita de forma ilegal, retirando grande número de árvores e abrindo estradas que levam à continuada degradação”, explicou o climatologista Carlos Nobre.

Medições de desmatamento

Info escola

Para fazer essas medições existem dois programas principais que fazem o monitoramento. Os dois são operados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) através do sistema TerraAmazon.

Prodes

Um dos programas é o chamado Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes). Ele foi feito com o objetivo principal de medir a extensão do desmatamento na Amazônia Legal, que são os lugares onde a floresta é removida. O programa usa imagens de satélite para fazer a detecção e mapeamento dos espaços onde a floresta foi desmatada por completo.

Deter

Como dito, o Prodes consegue fazer a medição da extensão do desmatamento, mas não da sua intensidade ou gravidades. Para isso, outros programas, como no caso do Deter, conseguem dar informações com mais detalhes a respeito da degradação da floresta.

Esse programa faz a análise das imagens de satélite de uma maneira automatizada fazendo a comparação dos registros atuais com os antigos, conseguindo assim mostrar as mudanças na cobertura da floresta. O Deter também consegue detectar desmatamento em áreas maiores do que três hectares, seja ela totalmente desmatada ou locais que são usados para exploração de madeira, mineração ou queimadas.

Importância

Andes

Claro que se existem programas para medir o desmatamento da floresta é porque isso tem sua importância. O desmatamento da Amazônia impacta de forma significativa o clima do mundo todo. Isso porque ele é uma grande fonte de gases de efeito estufa.

Além disso, ele também consegue alterar de forma indireta todo o sistema, como por exemplo, mudando a temperatura, diminuindo a umidade e mudando as estações chuvosas.

Outro fator causado pelo desmatamento é o aumento dos gases de efeito estufa. “Mais de 50% das emissões brasileiras vêm do desmatamento e da degradação florestal”, explicou Nobre.

Também existe a consequência com relação à temperatura. “Sem florestas, a temperatura já aumentou entre 2°C e 3°C em áreas desmatadas”, continuou.

Os impactos não param por aí. Com o desmatamento também existe o risco da diminuição do transporte dos rios voadores. Como consequência, isso impacta nas chuvas fora da Amazônia.

“Se o desmatamento ultrapassar cerca de 25%, estudos indicam que não seria mais possível reverter o ponto de não retorno. Para evitar esse risco, é essencial zerar o desmatamento, a degradação e o fogo, bem como iniciar grandes projetos de restauração florestal”, pontuou Nobre.

Fonte: Canal agro

Imagens: Info escola, Andes

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