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Amazônia tem salvação? Ponto crítico da floresta é temido por cientistas

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Todos sabem a respeito da importância que a Amazônia tem para  biodiversidade do planeta, para o clima e para que as comunidades tradicionais sobrevivam. Assim como todos também sabem sobre a destruição crescente dela. Com isso, fica a pergunta no ar: quanto da floresta ainda consegue se recuperar de todos esses danos? De acordo com pesquisas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Amazônia pode estar se aproximando do seu ponto crítico.

Por mais que o chamado “pulmão do mundo” não seja o grande responsável pela maior quantidade de oxigênio liberado através da sua fotossíntese, as árvores da Amazônia têm um papel extremamente relevante: o de armazenar o gás carbônico. Para se ter uma ideia, todos os anos a floresta retira aproximadamente meio bilhão de toneladas do gás. Contudo, a queima da sua vegetação e o seu desmatamento acabam devolvendo o gás carbônico para a atmosfera.

Amazônia em risco

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Já na década de 1970, o cientista Eneas Salati conseguiu provar que por conta das 400 bilhões de árvores, a Amazônia consegue produzir seu próprio clima. Isso porque, somente a transpiração da vegetação produz aproximadamente 45% da chuva que cai na região. Ela também ajuda na quantidade de chuva de outros lugares do país por conta dos “rios voadores” que ela cria.

No entanto, os próprios cientistas estão temerosos porque esse padrão não está mais acontecendo da mesma forma, já que 17% do território da floresta foi transformado, no último meio século, em lugares agropecuários. Segundo o cientista Carlos Nobre, se essa porcentagem subir para 25% a Amazônia pode entrar em colapso e se transformar em uma savana já nas próximas décadas. Além disso, ele disse ao New York Times que “estamos à beira do ponto crítico”.

Isso pode ser visto com relação às secas que eram vistas uma vez em cada vinte anos e já aconteceram cinco vezes nos últimos quinze anos. Além disso, a duração delas também aumentou, indo de três meses para quatro. E a temperatura da região também cresceu de forma preocupante, tendo um crescimento três vezes mais rápido do que a média global.

Claro que todos esses riscos também ameaçam a biodiversidade da Amazônia. Tanto é que isso foi tema da última convenção ambiental da ONU. Essas mudanças ameaçam as dezenas de milhares de espécies que vivem nesse ecossistema. E se antes as previsões diziam que a floresta iria se tornar uma savana, agora o destino é bem mais pessimista.

A teoria atual é que se toda essa devastação continuar, a Amazônia se transformará em um ambiente bem mais pobre. De acordo com os estudos, as condições que são deixadas nas áreas afetadas pelo fogo são propícias para que a grama das pastagens se proliferem e até mesmo sejam formadas regiões arenosas.

Causa de todos

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Mesmo que não seja possível estimar com toda certeza o que as mudanças na Amazônia iriam causar no mundo, os especialistas dizem que as mudanças climáticas por conta desse devastamento podem afetar lugares bem distantes, como a Groenlândia ou a Escandinávia.

Mas elas também são sentidas bem perto. Em 2015, o Sudoeste do Brasil teve uma seca histórica. O que influenciou isso foi a falta de umidade que vem da floresta ao norte.

“O Brasil, se ele quiser, consegue zerar o desmatamento”, afirmou Txai Suruí, do povo Paiter-Suruí, de Rondônia. A indígena teve um grande destaque na Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), em Glasgow. Txai foi a única brasileira que discursou na cerimônia de abertura. As pautas pelas quais ela se destaca são a defesa da floresta e a resistência dos povos originários do Brasil.

Fonte: Canaltech

Imagens: Canaltech,

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