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O amor pelo café é uma coisa quase universal. Ele já foi uma das mercadorias mais negociadas no mundo por conta do valor monetário. O que se sabe é que, desde sua época gloriosa, nunca saiu do gosto do povo. Seja servido em pequenas xícaras ou até mesmo em grandes copos, a bebida não sai do paladar das pessoas do mundo todo.
Mesmo sendo conhecido há muito tempo, isso não quer dizer que o café também não teve suas mudanças com o tempo. Uma dessas mudanças pode ser vista na maneira como ele é servido, sendo que hoje em dia as artes feitas no topo da xícara da bebida são um chamativo a mais para a experiência.
Essas artes são tão reconhecidas que as pessoas que as fazem podem ganhar fama mundial. Esse é o caso de Eduardo Olímpio. Ele terminou o ensino médio em 2015 e ficou com a dúvida se continuava estudando ou trabalhando. Enquanto se decidia, ele resolveu passar seu tempo preparando café em uma padaria que sua irmã gerenciava em São Lourenço, no sul de Minas Gerais.
Barista
Folha de São Paulo
Em um dia, ele foi servir um café com leite e viu que a superfície da bebida ficou com um formato de coração, sem querer. Então, Eduardo percebeu que, dependendo da forma como ele despejava o leite no café ele podia fazer desenhos.
No começo, era só o coração que ele foi aperfeiçoando. Contudo, às vezes chegavam clientes que não gostavam de receber uma xícara com um coração. Por conta disso, Eduardo teve que criar desenhos novos para agradar os clientes e começou a fazer outras figuras.
“Na época eu não sabia que existia latte art. Eu achava que estava criando isso de desenho no café”, lembrou o barista de 25 anos.
Eduardo só descobriu que ele não era o primeiro a inventar esse desenho no café quando viu um vídeo na internet de um barista fazendo vários desenhos com leite vaporizado em um expresso.
Depois disso, ele foi para o YouTube procurar por “latte art” e analisou a forma que os baristas a faziam e tentou reproduzir os desenhos vistos.
Desenhos no café
Folha de São Paulo
Com o passar do tempo, o trabalho de Eduardo começou a fazer sucesso em São Lourenço. Por isso, uma cafeteria focada em cafés especiais o descobriu e o contratou. Então, Eduardo começou a praticar seu latte art com equipamentos mais sofisticados.
O tempo foi passando e São Lourenço ficou pequena para as habilidades dele. Eduardo foi então trabalhar em uma cafeteria em Curitiba, que é um polo de cafés especiais bem importante.
Por conta do seu talento, sugeriram que ele participasse de campeonatos de latte art, mas Eduardo não considerou a ideia porque ficava nervoso se uma pessoa chegasse para gravar ou tirar foto enquanto ele fazia seu trabalho. Logo, ir para uma competição onde ele seria filmado, observado por milhares de pessoas e avaliado era algo inviável.
Então, Eduardo começou um trabalho com um psicólogo especializado em ajudar pessoas a lidarem com pressões em competições esportivas. Felizmente deu certo e, em 2022, ele se tornou o primeiro brasileiro a disputar a competição e ainda ganhou.
Reconhecimento
YouTube
Em novembro de 2023, ele foi representar o Brasil no Mundial em Taipé, em Taiwan. Eduardo ficou entre os 12 melhores, mas saiu na semifinal.
Hoje em dia, ele mora em São Paulo e não trabalha em nenhuma cafeteria. Eduardo é embaixador de uma marca de leite vegetal e divide seu tempo entre dar cursos e oficinas.
Para os iniciantes, o conselho dele é buscar referências e ver vários vídeos. “Barista tem que ser curioso. No começo, eu só conseguia fazer vendo o vídeo. Depois, só de bater o olho, já conseguia reproduzir. Agora eu cri meus próprios desenhos”, disse.
Atualmente, ele é referência em latte art no Brasil e é uma presença frequente nos eventos desse ramo.
Fonte: Folha de São Paulo
Imagens: Folha de São Paulo, YouTube
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