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Conheça o lado detetive de Batman que os fãs sonham em ver no cinema

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Dentre os heróis da DC Comics, Batman com certeza é um dos preferidos. O Homem-Morcego é o conhecido guardião de Gotham City, cidade que tem dimensões parecidas com as de Nova York. E além de proteger sua cidade, Bruce Wayne também tem uma vida como um empresário bem sucedido.

A maior parte das pessoas conhece o herói com astuto e porradeiro que está sempre preparado para enfrentar seus inimigos. Até porque, ele é cheio de recursos. E todos sabem também que o Batman é um ótimo detetive. No entanto, essa faceta nunca apareceu de maneira adequada.

Logo na criação do herói, o Homem-Morcego herdou características do maior detetive da literatura: Sherlock Holmes. Mesmo que várias histórias tenham explorado esse lado do personagem, ele não aparece com tanta frequência e desenvoltura.

Isso é tão verdade que muitas pessoas, até mesmo fãs do herói, não acreditam muito que Batman é o melhor detetive do mundo dos super-heróis. Contudo, existe uma HQ, de somente oito páginas, onde Batman consegue desvendar um assassinato somente observando um corpo em um necrotério e sem lutar com nenhum bandido.

Batman detetive

Canaltech

A história faz parte de uma antologia chamada Batman Black and White, lançada em 1996. Ela tem contos pequenos ilustrados em preto e branco. A série tem vários autores consagrados como Bruce Timm (Batman Animated), Howard Chaykin (American Flagg!), Kent Williams (Blood: Uma História de Sangue), Bill Sienkiewicz (Elektra Assassina), Neil Gaiman (Sandman), Simon Bisley (Lobo), e outros.

A HQ em questão se chama Perpetual Morning, feita por Ted McKeever, e indicada ao Eisner Awards. Na história, Batman vai até um necrotério e “conversa” com o corpo de uma jovem que morreu. Ele observa cada detalhe dos ferimentos dela para conseguir montar uma sequência de eventos que teriam a levado a óbito.

“Sei que você não pode responder essas perguntas, mas ainda assim você é bem-vinda. Entre, compartilhe o banquete. Compartilhe essa dança”, diz o herói.

Então, com seu próprio método de dedução, o Homem-Morcego vai observando as feridas da jovem. Um ponto importante a ser destacado é que Thomas Wayne, o pai de Bruce, era médico cirurgião e a trama explora o fato de Bruce ter grande conhecimento em anatomia humana e os tipos de ferimentos que uma pessoa pode causar.

Canaltech

“As marcas em seu corpo pálido são como um mapa de seu trajeto”, pontua Batman.

Investigando mais, o herói encontra evidências que revelam o assassino. Ou seja, Bruce soluciona a morte da jovem e consegue prender o criminoso sem sair do necrotério.

“Você me permitiu entrar em seu círculo, permitiu-me procurar respostas em seu corpo, agora deixe-me encontrar sua alma. Eu preciso de seu nome. As pessoas acreditam que sou um cavaleiro, um salvador. Mas, na verdade, sou apenas um recipiente para conter as memórias dos que se foram. Aqueles os quais não têm um lugar na prateleira para guardá-los. Eles devem pensar que me deleito em minhas vitórias, como se parecesse que eu nunca tivesse perdido uma luta. Perco muitas. Os que não conseguiria alcançar. Os que não pude salvar a tempo. São esses que carrego dentro de mim”, pensa Bruce.

Tudo isso mostra que Batman é o único herói capaz de entrar na mente de um vilão e não ser contaminado. Mas o vazio que ele tem no seu coração é o preço que ele paga e transforma vingança em justiça.

Outra face

O vício

Como dito, o herói é capaz de entrar na mente dos vilões e não se contaminar. Mas será que existiria alguma possibilidade de o Batman se tornar um vilão? Já foi visto inúmeras vezes as versões malignas do herói, principalmente nos eventos Noites de Trevas: Metal e Noites de Trevas: Death Metal. Contudo, em uma noção mais realista e verossímil, o que realmente conseguiria transformar o Homem Morcego em uma ameaça para Gotham City?

Quem falou sobre esse assunto recentemente foi Mark Russell, autor de Superman: Space Age, em um painel da conferência Dragon Con 2023. “Se houvesse alguma maneira de consertar Gotham City sem o Batman, eu poderia vê-lo se tornando um vilão. Ele percebe que está obsoleto e precisa começar a procurar problemas, o que o leva a criar problemas para justificar sua existência”, disse ele.

Isso é verdade porque a razão completa da existência do Batman se baseia na corrupção estrutural de Gotham City. Então, se esse ponto é retirado, o Cavaleiro das Trevas não tem nenhum propósito. E como Bruce Wayne tem um impulso obsessivo de fazer justiça, mesmo que a cidade não tivesse mais problemas, ele ainda ficaria inquieto buscando bandidos ou crimes.

De acordo com Russell, a dinâmica de Batman como um herói está associada ao seu relacionamento com a cidade. “Há muitos comentários sobre planejamento urbano (em histórias de super-heróis). Por que uma cidade como Metrópolis funciona e outra como Gotham não?”, questionou.

Por isso que o Homem Morcego iria ter mais dificuldades em justificar suas atividades ilegais em Metrópolis, lugar onde a corrupção de longo prazo não é tão arraigada como é vista em Gotham City.

Então, se por algum acaso Gotham City mudasse de forma radical e se tornasse “limpa” como Metrópolis, existiria uma chance pequena de que Bruce Wayne finalmente aceitaria que não existe mais trabalho a ser feito e mudaria de cidade, ou se aposentaria. No entanto, Russell conhece o personagem muito bem, assim como os fãs, o que faz com que ele saiba que nesse cenário o Batman acabaria se tornando um vilão.

Fonte: Canaltech

Imagens: Canaltech, O vício

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